Uma chamada para a Ação

Nesse dia 08 de Março, após 1 ano de uma pandemia que afeta principalmente as mulheres, não há muito o que comemorar.

Hoje todas as redes serão inundadas com fatos históricos sobre a luta pelos direitos das mulheres, histórias de como fomos e continuamos sendo desproporcionalmente afetadas pelas desigualdades no ambiente de trabalho, pelos efeitos da pandemia, pelos defeitos estruturais da nossa sociedade, pela construção errada das relações domésticas. Sem falar na violência.

São muitas as informações das quais todes temos acesso não só hoje, mas que estão disponíveis para consulta - e que eu recomendo fortemente a leitura, a começar por aqui; aqui e aqui.

Mas o que eu queria compartilhar esse ano é diferente: quero convidar VOCÊ a se comprometer com UMA ação a partir de agora, aqui junto comigo publicamente, para que no ano que vem junto com todas as reclamações que certamente iremos fazer sobre o avanço a passos de tartaruga ou pior, o retrocesso que vivemos, também possamos compartilhar o que cada pessoa aqui fez para mudar esse cenário.

Eu sou uma daquelas pessoas "fazedoras", a minha personalidade se regozija na ação, seja ela do tamanho que for. Eu penso, planejo, mas para minha não há maior vitória do que mover-se no sentido que se quer.

Compartilho com vocês 10 coisas que eu tenho feito para promover a igualdade de gênero e como tenho contribuído para a mudança, e gostaria muito de que vocês compartilhassem comigo o que escolheram fazer. No próximo 08/03 minha proposta é fazermos uma auto-checagem de tudo aquilo que conseguimos realizar juntes.

1. No trabalho eu participo do grupo de igualdade sobre equidade de gênero ativamente, e também promovo conversas quando vejo que existe oportunidade de aumentar nossa comunidade em cada time
2. Faço trabalho voluntário - atividades mão-na-massa, apoio na captação de recursos ou mentoria para Organizações que lutam pela equidade de gênero;
3. Enalteço, compartilho e celebro as diferentes mulheres que existem na minha vida: profissionais incríveis mães, negras, lésbicas, trans, de diferentes corpos.
4. Quando preciso pensar em um evento sempre convido para o processo de construção as diferentes mulheres para que cheguemos juntas ao melhor formato e com representatividade;
5. Estudo as diferentes histórias e lutas das diferentes comunidades que existem dentro da luta da equidade de gênero. Estudo diferentes autoras, e busco por serviços e produtos feitos por mulheres;
6. Chamo os aliados e aliades para a conversa, compartilho estudos, links, e promovo espaços para que tirem dúvidas e dessa forma diminuímos a resistência e aumentamos a empatia;
7. Faço contribuições financeiras quando possível para as causas;
8. Reflito o tempo inteiro sobre os meus grupos de convivência - se você convive somente com um tipo de mulher, te convido à fazer essa pausa e se perguntar a razão. Existem muitas maneiras de nos aproximarmos de diferentes pessoas e de maneira genuína, construirmos ótimas relações de troca e escuta;
9. Aponto quando vejo que faltam mulheres em uma reunião ou evento e dou sugestões de como poderia ser diferente;
10. Reconheço que estou sempre aprendendo, reconheço meus privilégios, reconheço minhas falhas e estou fazendo o meu melhor para melhorar.