Uma história de amor
Acervo pessoal. Helena Marlene Pilger Natali. 05/12/1969

Uma história de amor

Helena saía de casa todos os dias no mesmo horário e nunca chegava atrasada na escola. Ela se mantinha firme no propósito de alegrar os pais que, com muita dificuldade e mesmo sem muitos recursos, arcavam com todas as suas despesas.

O pai, um sapateiro humilde, sonhava em ver a filha professora. A mãe, dona de casa, não era ambiciosa, desejava apenas a felicidade. Naquela época, a jovem, filha mais velha, aprendera a valorizar as oportunidades, sentindo nos pais a determinação de lhe oferecer o melhor.

              Há algum tempo andava cabisbaixa, mais precisamente desde quando parara de receber cartas do seu namorado. Antes, as mensagens vinham carregadas de esperança no reencontro, recebia caixas de bombons, flores e diversos mimos que impressionavam as amigas e a deixavam cada dia mais apaixonada.

Quem quer acertar na mosca acaba errando de sopa. Será?

              Não conseguiu evitar um sorriso no rosto quando a prima, incrédula, descrevia em detalhes a aventura em que as duas se envolveram. Foi curioso e, para muitos, um caso raro.

              Diria que seria uma mentira se alguém falasse que há apenas alguns meses, no calor sufocante de Novo Hamburgo, um simples passeio para um sorvete com a família resultaria no encontro mais importante de sua vida! Estaria diante do amor verdadeiro, simples e puro e nem havia se preparado para isso!

Naquele sábado colorido, Helena e a prima, adolescentes, distanciaram-se um pouco dos mais velhos e dos irmãos menores, que brincavam entre as árvores. Como eles eram barulhentos, os gritos do esconde-esconde eram ouvidos de longe e, entre uma bolada e outra, as duas, riam e se divertiam comentando sobre os últimos acontecimentos da escola, isso quando não faziam caretas para os irmãos e primos que não paravam um minuto.

Estavam tagarelando divertidamente, no meio de um grande sorvete, quando perceberam os olhares insistentes de dois jovens rapazes. Eles eram diferentes dos garotos da região, carregavam sorrisos encantadores, bebiam refrigerante, além de estarem muito bem vestidos. Eles não paravam de olhar para elas, falavam um pouco entre si e voltavam o olhar. Helena, a mais ousada, em um gesto de desafio, ofereceu o seu sorvete ao jovem mais baixo e um pouco franzino.

Acabou pagando o pato

E não é que de repente ela percebeu todo o seu sangue subir ao rosto? Logo que o rapaz se aproximou com um sorriso divertido no rosto, deve ter corado como nunca. Pensou naquele mesmo instante nos pais, mais precisamente no seu pai que se notasse alguma gracinha de algum rapaz partiria para cima, sem dó, nem piedade. Sentindo-se mais vermelha que a maçã da Branca de Neve e constrangida ao extremo, tentou manter a altivez, resolvendo retribuir o sorriso.

A conversa não durou muito, apesar disso, sentia que conhecia o Waldir desde pequena e em outro ato insano o convidou para almoçar com a família no dia seguinte. Afinal, a mãe vira a aproximação dos rapazes e teria que dizer algo a ela quando chegasse em casa.

Água Mole em pedra dura tanto bate até que fura

O Waldir ficou encantado com a jovem. Não se cansava de pensar na forma delicada como ela se expressara, o ar desafiador, os cabelos sedosos, os olhos claros, as mãos esguias. Era certo, estava apaixonado! Nunca imaginara que isso pudesse acontecer com ele, mas aconteceu.

No dia seguinte iria ao almoço e conheceria a família. Não tinha nada a perder, a não ser... o endereço. Onde colocara o papel com o endereço da Helena? Será que estaria com o Xará? Não, esse não estava nem aí, só pensava em passear pela cidade. Mas como poderia ter perdido o tal papel? Era azul. Disso ele tinha certeza. E o nome da rua. Se fosse em São Paulo, conseguiria se localizar, mas lá? Só conhecia o hotel e a empresa que deveria visitar na segunda.

Precisaria ser insistente e não deixar escapar a oportunidade que surgia à sua frente e, nesse instante, foi assaltado por uma grande Ideia.  No dia seguinte, procurou um ponto de táxi e, conversando com um dos motoristas, perguntou quais seriam os nomes das ruas mais conhecidas da região. E não foi que deu certo? No mesmo instante lembrou-se do nome da rua General Daltro Filho. Agora, teria apenas mais um problema, qual seria o número? Mas isso não poderia ser um empecilho, bateria de casa em casa, até achar a certa. E, revezando com o Xará, fez isso mesmo. O motorista do táxi não acreditava no que via. Enquanto um batia nas casas, o outro esperava dentro do carro e, assim, iam revezando.

Amor com amor se paga

E conseguiram! Não chegaram para o almoço, se atrasaram bastante. Mas encontraram a linda Helena e, naquele dia, um domingo de sol, Waldir a pediu em namoro. Não teve outro jeito, o pai da garota foi taxativo. Se quiser namorar vai ter que casar!

E ele aceitaria o desafio, deveria retornar para São Paulo, em breve, mas tinha a certeza da reciprocidade do seu encantamento. Estavam apaixonados e a distância não seria problema. Ele se casaria com a mulher de sua vida. Seu coração acelerava, suas mãos transpiravam. Sim, ficaria para sempre com a menina mais linda, encantadora e doce que já encontrara.

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Guardado a sete chaves

Helena não conseguia se animar. Pensava no Waldir, nas promessas, mas as suas mensagens não eram respondidas. Ela não era assim, daria um fim na tristeza, na ansiedade; e logo que chegasse em casa, escreveria uma longa carta, mesmo sem a certeza de resposta. Terminaria de uma vez por todas aquele compromisso utópico.

              Naquela manhã não estava para brincadeiras. As amigas tentavam, mas não conseguiam alegrá-la. Não naquele dia. No dia da decisão mais triste de sua vida. Determinada, saiu da escola, ainda de cabeça baixa, tomada pelas suas convicções e pensamentos, quando ouviu risinhos e cochichos divertidos. Ao erguer a cabeça e olhar em direção à rua, viu. Lá estava o Waldir, com um grande ramalhete de flores nas mãos, um enorme sorriso e um grande pedido: Você quer se casar comigo?

              Em 28 de fevereiro de 1972, o Waldir casou-se com a Helena. Hoje, eles têm três filhas e quatro netos. Ele faz questão de dar as mãos para ela quando saem na rua e abre a porta do carro para ela entrar. Flores e bombons? Todos os dias. Quando os netos os visitam, sempre encontram um chocolate escondido, uma bala ou um pirulito. O amor? Não cabe no peito. Transborda.

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Claudia Alba Natali Malagri é Licenciada em Letras, Pós-Graduada em Gestão Educacional e Especialista em Gestão de Riscos Pessoais e Patrimoniais. Ama a Vida, os Sonhos e a Literatura.

Roberto Luiz Malagri

Eu ajudo você a ficar tranquilo através da proteção do seu patrimônio.

4 a

Cada dia que passa te admiro mais... Bons exemplos nos fazem caminhar no caminho certo!!! Parabéns por não desistir dos seus objetivos! Agora: um livro!

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