UMA INDICAÇÃO, PARA QUEM SE INTERESSAR
(*) Coronel PM Figueiredo
Estou neste momento me dedicando à leitura de um livro que, presumo, trará muitos acréscimos à minha vida, como aliás, em regra, os livros sempre trazem.
Trata-se da obra que tem como título "O que o câncer me ensinou": sua autora é Sophie Sabbage, uma mulher que aos 48 anos de idade tem o diagnóstico de câncer no pulmão, com metástase para outros órgãos, inclusive o cérebro e que decide, ao invés do que faria o senso comum, ou seja, escutar os lamentos da família e amigos e os medidas paliativas dos médicos à espera da morte iminente, transformar a dureza da doença em motivo para viver melhor os dias que ainda teria.
Ela inicialmente apenas tinha a esperança de organizar a festinha de 5 anos de sua filha que ocorreria no ano seguinte em que descobriu a doença e quem sabe, com um pouco de "paciência por parte de Deus", em também comemorar os seus 49 anos.
Teve mais do que isto e não vou revelar aqui por dois motivos: o primeiro para estimular vocês a também lerem o livro e o segundo , porque eu também ainda não o li.
Todo este meu encantamento se dá só por aquilo que li até agora na capa, na contracapa, no prefácio e na introdução.
Estou postando uma foto da capa para que você que se interessar pelo livro, também possa adquirí-lo.
Entre as coisas interessantes que li até agora, apresento algumas delas: o Doutor Francisco Contreras, médico oncologista que atendeu Sophie a define "...Ela se destaca porque ao ser diagnosticada com câncer, em vez de entrar em pânico, começou um processo de descobertas. Sophie incorporou o fato de que a morte é uma parte natural do ciclo da vida, não uma tragédia. Ao afastar a angústia da morte, ela liberou sua energia para focar a vida. Encontrou o renascimento nesta simples constatação: a verdadeira tragédia na vida é vivê-la envolta pelo medo e pela disfunção em vez de saborear cada momento de maneira alegre e repleta de amor".
Ele ainda prossegue dizendo que Sophie passou a conceber cada dia como um verdadeiro presente de Deus, muito valioso e assim pode desvendar os segredos para o bem estar do seu corpo, de seu espírito e da sua mente, a despeito da coexistência da doença.
Sophie, na introdução ao livro (que é até onde li no momento em que escrevo este texto), dá um testemunho emocionante: "eu sabia que, se eu quisesse ter alguma chance de estar presente no aniversário de 5 anos da minha filha e comemorar com uma grande festa os meus 49, precisava mudar a imagem da situação na minha mente. Não queria negar o que estava acontecendo comigo, mas também não me sentia disposta a aceitar as lúgubres previsões sobre o meu inevitável fim. Ficava furiosa quando as pessoas começavam a se despedir de mim e reclamava com as enfermeiras se elas me tratassem como se eu estivesse num asilo à espera da morte. Eu queria saber cada detalhe da minha situação e rejeitava as interpretações das outras pessoas sobre ela. Estava disposta a deixar o desfecho nas mãos de Deus, não na de meus médicos ou das estatísticas. Pelo tempo que fosse possível eu queria escrever a minha própria história e de jeito nenhum viveria a versão deles",
Muito embora o tema do livro seja a doença, o câncer a forma com que o ser humano (Sophie) lidou com ele, penso que também caiba em outros aspectos de nossa vida: o encerramento de uma carreira com a chegada da aposentadoria, o rompimento de uma relação ou de um casamento, a perda de um ente querido, enfim, tenho a expectativa de que Sophie deve me ensinar bastante, bem como fará a quem, como eu, tiver a iniciativa de se debruçar na leitura do livro.
E para encerrar este meu texto que desta vez foi um pouco mais longo, divido com você o poema escrito por Sophie Sabbage, que se encontra nas páginas iniciais do seu livro, que achei maravilhoso:
TERRA SANTA
Existe um lugar no mapa
onde o mapa acaba.
Sem sinalização ou guia turístico;
sem língua para traduzir
ou cidades com nomes comportados.
Existe um lugar no caminho
onde o caminho acaba.
Sem presunções ou condições;
sem filosofias para seguir
ou profetas para obedecer.
Existe um lugar no horizonte
onde o horizonte acaba.
Sem pores do Sol para encerrar o dia;
sem marés para medir o tempo
ou linhas para nos limitar.
Existe um lugar no planeta
onde o planeta acaba.
Sem países ou pactos;
sem leis para viver
ou crenças para adotar.
Existe um lugar no mapa
onde o mapa acaba.
Suas estradas são feitas de luz.
Sua sinalização aponta para o verdadeiro norte.
A revelação é a regra.
(*) é coronel PM e comandante da Escola Superior de Soldados
- PESQUISADORA AUTÔNOMA- ( Toda publicação é desvinculada de representação Jurídica e o conteúdo da pesquisa é livre).
7 aBommmmm!