UMA NAÇÃO DE ESCRAVOS?
23h33min, olho para o relógio do computador e penso, vou ver alguns cursos de formação que estou precisando.
Alguns cliques depois, deixo um recado para o atendente que está offline tentando sanar algumas dúvidas.
Minha expectativa? que no dia seguinte eu tenha as informações que me geraram dúvidas naquele momento.
01h14min, trabalhando em um artigo, recebo um e-mail.
A atendente do curso que tive dúvidas.
Vejo a resposta e não me contenho, respondo o e-mail perguntando se a empresa trabalha 24h. Em menos de 1 minutos vem a resposta: "Sempre me preocupo com os meus clientes, então, vejo de casa se existem dúvidas. Amo o que faço."
AMO O QUE FAÇO?
Trabalhando de madrugada para um terceiro? Ganhando salário de analista Jr?
Bom, neste momento eu paro para refletir na nação de escravos que podemos criar.
Escravos de empresas modernas, que fazem com que sejamos fiel a ela, com medo de questionar se teremos hora extra ou não. Trabalhar é muito bom, se sentir útil é fenomenal. Mas, viver só pra isso pode trazer consequências.
Escritórios descolados, poder trabalhar de boné, andar de skate no meio das estações de trabalho, brincar de nerf entre as mesas, ou quem sabe, ficar em casa de pijama. :)
Tudo porque a empresa paga pizza, deixa eu jogar video game, faz festas com cerveja na sexta-feira...
Mas,
E aquela coisa chamada convívio familiar?
Antigamente via meu pai reclamando do trabalho, que não podia para para respirar. Ele saia cedo, porém voltada as 18h. Voltava com o sentimento de dever cumprido. Com o salário no bolso, pagando todas as contas da casa. E ainda sobrava para o churrasco do final de semana e para o bingo da igreja.
Vejo hoje, jovens vivendo uma utopia de que temos que ser felizes, curtir o ambiente de trabalho...
Mas, temos que vender nossas almas para esse tal ambiente de trabalho diferenciado? Trocar um bom salário por pizza e video game?
Sou a favor do equilíbrio, da medida certa. Lembro que workaholic não tem nada a ver com o que escrevo. O que quero trazer para reflexão é que a dose exata está bem distante do que se apresenta. Ficar refém do trabalho é algo que devemos evitar. Mas sim, fazer sempre bem feito o que nos é proposto é primordial.
E agora, qual é a dose de tudo isso? Ou pior, será que aparento ser improdutivo por trabalhar nas madrugadas? Será que não consegui fazer bem feito o que me foi proposto no horário proposto de trabalho?
São tantas variáveis que devemos pensar...
Bom fica a dica . Vamos refletir se tudo vale a pena se a alma não é pequena, ou se estamos sendo explorados diariamente..