Uma ponte entre Donald Winnicott e Zygmunt Bauman: aspectos da vida contemporânea

Winnicott, pediatra e psicanalista nascido na Grã Bretanha em 1896, ao longo de suas obras desenvolveu o conceito de falso e verdadeiro self, o autor acreditava que a” mãe suficientemente boa” é aquela que possibilita ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por ele, concedendo-lhe, assim, a experiência de uma “onipotência.”

O ambiente deve adaptar-se para o bom desenvolvimento da criança e assim formar o verdadeiro self. Entretanto, se nosso ambiente falha, o nosso verdadeiro self fica oculto e cria-se uma “proteção”, impossibilitando o sentimento de sentir-se vivo e real.

A convivência social, possibilita ao falso self um campo de atuação e desenvolvimento observado nos indivíduos alguns sentimentos tais como: a sensação de irrealidade da vida, vazio existencial e futilidade. Atualmente, isso vai de encontro a sociedade moderna e os aspectos que norteiam a vida contemporânea.

Paralelamente, a estes estudos, Bauman, nasceu na Polônia em 1925, e tem uma imensidade de obras que analisa as transformações da sociedade de nosso tempo. Nos anos de 1990 a 2000 Bauman traz e levanta a metáfora do líquido, que nos possibilita a ter uma ótica do mundo moderno que vivemos. Bauman vai estabelecer uma forma de pensar esta modernidade onde permeia uma busca pela permanência e uma impermanência constante exatamente como o estado de liquidez. Pensar a modernidade e seus movimentos desta forma, é compreender que este estado tem essa característica ambígua, nunca está preso a uma única forma podendo assim ser moldado facilmente o que não significa que o ele perca todas as suas características e propriedades. É justamente este antagonismo entre: características que não mudam e uma mudança constante que Bauman vai se aprofundar e nos conduzir a olharmos para a vida humana e suas relações.