Uma reflexão sobre o papel de nossas escolhas no futuro das crianças

Depois de dois anos um dos nossos eventos de maior sucesso voltou, o Granja na Rua. Mensalmente, em uma noite de quinta-feira, o happy hour é estendido até as 10 da noite e raramente não passo por lá. Uma das coisas que me chama a atenção é a grande quantidade de crianças. E na edição Halloween elas fizeram a festa, e inspiraram muitos adultos.

Neste finalzinho de outubro, que entre outras datas é marcado pelo Dia das Crianças, é importante que a gente reflita sobre o papel de nossas escolhas no futuro delas. E são muitas! Não falo só em relação a parentalidade em si. Escolhas do dia a dia como onde morar quando a família aumentar, o que levar em consideração na hora de escolher uma nova casa, um novo apartamento, quando for mudar de emprego ou quando chegar a idade escolar.

Aqui no Granja Marileusa pensamos em espaços públicos onde o compartilhamento de experiências se dá livremente. Nos empreendimentos que o bairro aposta e nos empreendimentos que investem no nosso estilo de vida as crianças são incluídas. Desde empresas que têm um ambiente amigável para lactantes, são socialmente comprometidas com a qualidade de vida das funcionárias principalmente por meio de salários justos, a centros educacionais que educam para a vida, sempre é possível melhorar alguma coisa em prol da infância.

Um provérbio que circula em comunidades educadoras é um que diz: “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. Penso muito nele quando estamos trabalhando no que queremos enquanto uma comunidade no bairro Granja Marileusa.

Os espaços do brincar, tão necessários hoje em dia em que muitas crianças têm a infância encurtada por questões alheias à sua vontade, são pensados para receber e acolher esse público e fazer com que elas interajam entre si. E quando o assunto é educação infantil temos escolas que trabalham muito bem com as famílias.

Não tenho propriedade para falar desse assunto, o que não me impede de buscar ajuda de quem sabe quem sabe. 

O Colégio Ann Mackenzie, que nos escolheu em 2020, valoriza a importância do brincar na vida de uma criança, pois essa atitude vai acompanhá-la durante toda a formação, por se tratar da socialização, desenvolvendo habilidades psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais, como me disse a Dorcas Marques Araújo, diretora pedagógica do colégio.

“Ao brincar as crianças expõem seus sentimentos, aprendem, constroem, exploram, pensam, sentem, reinventam e se movimentam e elas precisam de espaço para exercitarem a curiosidade e outras características, e as brincadeiras podem ser uma ótima opção”.

E aqui no Granja esses colégios encontraram esse espaço para desenvolverem ainda mais suas infraestruturas.

A Dorcas comenta que o brincar ainda promove momentos de relaxamento e descontração, as brincadeiras contribuem com o processo de aprendizado dos estudantes do ensino infantil e fundamental. “Por isso é importante dar atenção a essa necessidade e buscar maneiras de adaptar o ato de brincar ao planejamento escolar. É por meio delas que a criança desenvolve sua criatividade, autonomia e capacidade de reflexão”.

É fácil notar que brincar não significa apenas diversão, mesmo ela fazendo parte desse processo. Além de se divertir, a criança desenvolve a memória, a concentração e alguns traços de sua personalidade.

Por meio da brincadeira, a criança também exercita o seu relacionamento com os colegas, desenvolvendo seus sentimentos e habilidades para lidar com situações distintas. É um modo de se expressar de maneira natural, demonstrando as verdadeiras emoções e sem a vergonha de ser julgado pelo professor.

A cooperação entre equipes, a vontade de ganhar ou o simples fato de fazer algo que não será avaliado ajudam a tirar a pressão dos estudos e trazem satisfação na realização das atividades.

“O estímulo motor propiciado pelo ato de brincar promove a melhora da capacidade motora da criança. A consciência corporal também está diretamente ligada à criação de mecanismos de autoproteção e autocuidado”.

E a lista de aprendizados que as crianças adquirem no processo das brincadeiras é grande. Entre outros: raciocínio lógico, imaginação, laços de convivência, controle do comportamento impulsivo, e por aí vai.

Essas características adquiridas na infância fazem parte de uma formação integral significativas na vida dessa criança. E ainda contribuem para a saúde porque gastam energia, exercitam e afastam-se um pouco das telas, o que pode ser muito prejudicial na primeira infância.

“Faz parte do planejamento do Colégio Ann Mackenzie incluir as brincadeiras como parte da sua metodologia de ensino, aproveitando todos os benefícios que essa atitude traz”.

A Jesiane Maria Fernandes de Oliveira, coordenadora da Educação Infantil do Colégio Batista Mineiro, que já está no Granja Marileusa com turmas a partir de fevereiro de 2023, com sua segunda unidade da cidade, fala sobre o que é o “educar para a vida”, muito além de um discurso.

“Educar para a vida é educar para o bem da vida. Essa é a razão essencial da educação, o seu propósito. É perigoso ensinar sem propósito, porque assim se institui algo ainda mais arriscado, um aprender sem propósito, isto é, um aprender só por aprender, ou um aprender para futilidades – como por exemplo, o mero bem-estar”.

Outro ponto interessante que ela destacou foi que o educar, em primeira mão, não é um método que transmite informações, ou um mercado de compra e venda de conhecimento, educar é se envolver com alguém – ou com uma comunidade – numa dinâmica onde todos aprendem-compartilham-aplicam para a transformação de tudo o que é ruim em algo melhor. O propósito basal da educação é a ética, ou seja, um ocupar-se do bem, não apenas para conhecê-lo, mas para experimentá-lo e distribuí-lo”.

Isso tem tudo a ver com o que queremos para a nossa comunidade. Pensando nos nossos futuros engenheiros, médicos, jardineiros, doutoras, educadoras, inventores, designers, sabemos que a Educação Infantil é poderosamente estratégica para um educar para a vida, pois toda criança tem o que os especialistas chamam de alta aderência, seja para grandes virtudes, seja para terríveis maldades.

“É importante perceber que nesta fase o dano se estabelece porque tudo o que ‘cola’ tende a se misturar à existência. É como se fosse um tipo de mutação cognitiva-existencial que transforma de maneira profunda e, em muitos casos, irreversível”.

Com a Jesiane e a proposta do Colégio Batista aprendi que a educação, para ser verdadeira tem que ser holística, isto é, para a vida, mas sem deixar de ser ética, para o bem da vida. “E o papel da Educação Infantil na sociedade é de protagonista, afinal é muito mais eficaz ensinar o bem para os que ainda não amam o mal”.

Moradores e trabalhadores do Granja Marileusa sempre terão boas opções para a formação dos filhos porque é com a educação e a convivência com pessoas diferentes que elas aprenderão a trilhar os próprios caminhos e imagino que esse seja  o sonho de todos os pais, mães e cuidadores.

Boas escolas perto de casa, centros de convivência e compras, parques, praças, espaços para a prática coletivas de esportes. Tudo isso faz parte de uma sociedade sustentável.

Os empreendimentos que têm comprometimento com o futuro dialogam conosco neste sentido, de fornecer um ambiente favorável para construção de novos padrões de vida nos quais o impacto para o coletivo é menor e que deve também, por que não, ser divertido.

Espero ter sempre um pouco da curiosidade da criança que não se dá por satisfeita enquanto não consegue achar a resposta para um problema que talvez ainda nem exista e acredita que todo sonho é possível.