Uma STEM por dia, nem sabe o bem que lhe fazia
Pais de estudantes imberbes aplacam os seus medos gigantes acerca do futuro incerto dos seus filhos com uma galvanização cristalizada na escolha vocacional pela área das Ciências e Tecnologias.
Ahhh… admirável mundo novo! Desengane-se quem pensa que o discurso em torno da tecnologia e seus maravilhosos poderes na transformação das sociedades ficaria pelas páginas do romance de Aldous Huxley de 1932 ou por entre as comunidades de aficcionados empreendedores ou entusiastas da Web Summit ou assíduos de LAN Parties. Tenho observado a crescente e incessante ode às STEM (termo que agrupa as disciplinas académicas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) nos discursos em torno das políticas educativas e das opções curriculares como estratégia vital para a competitividade e para o desenvolvimento.
A um ritmo ainda mais acelerado, mas desprovido de sentido crítico, ouço de Norte a Sul do país, pais de estudantes imberbes aplacarem os seus medos gigantes acerca do futuro incerto dos seus filhos com uma galvanização cristalizada na escolha vocacional pela área das Ciências e Tecnologias. Ainda na semana passada, um antigo colega de trabalho me dizia acerca da filha que está a frequentar o 9.º ano: “Ai a Joana é assim toda criativa, continua a adorar desenhar e tem imenso jeito…” Perguntei com naturalidade se ela estaria a pensar seguir Artes, ao que me responde prontamente “Nãaao, achaas que eu a deixava escolher Artes? Ela vai é para Ciências!”. Concluí, com pesar, que o percurso da Joana pelo menos no que ao nível do Secundário diz respeito, está traçado e condicionado pela amplitude dos estereótipos daquele pai.
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Leia na íntegra este artigo que foi primeiramente publicado no Observador
Teresa Espassandim
Psicóloga especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, Psicologia da Educação, Psicoterapia e Psicologia Vocacional e do Desenvolvimento da Carreira.
Psicóloga Especialista | Coaching Psicológico | Orientação Vocacional | Supervisão
5 aObrigada por este alerta!