Uma vida baseada em redes sociais
Até poucos anos atrás, a gente tinha que esperar a mãe sair do telefone para discar a internet e papear no ICQ. Hoje, se ficamos 5 minutos sem redes sociais é quase sinônimo de infarto - em uma vida na qual vivemos na base do ver e ser visto. Estamos conectados do minuto que abrimos os olhos até a hora que dormimos, e essa vida online carrega tanto pontos positivos quanto negativos.
Descentralização da informação
O grande bônus é a proximidade incrível que tudo isso proporciona. Até hoje converso com meus amigos do intercâmbio que fiz em 2009 e, mesmo sem vê-los, graças ao Facebook e Instagram, é como se eu participasse ativamente da vida deles. Ou a da minha melhor amiga, que se mudou para Colatina, interior do ES (Sim! Ela se mudou para lá e agora reside em Mariana, Minas Gerais), e eu falo mais com ela do que com amigas que moram perto de casa. Sem falar de toda facilidade que as redes proporcionam, como comprar sem sair de casa, se juntar facilmente a grupos de pessoas que tenham interesse em comum, fazer negócios online. Aqui, vale ressaltar a facilidade e descentralização da informação e a menor censura da mesma. Hoje, você escolhe os canais que quer ler e como quer se informar do que acontece no mundo, de acordo com as suas visões e ideologias, e poderia continuar com uma extensa lista de tudo que a nossa querida era online nos proporciona de bom.
O nosso Black Mirror de cada dia
Mas como sempre tem o outro lado da moeda, toda essa exposição – com fotos, likes, comentários - gera uma necessidade imensa da aprovação dos outros, de querer passar aquela sensação de “sou incrível, a minha vida é perfeita” o tempo todo, além da constante insatisfação. Afinal, são 24h do dia olhando o relacionamento alheio perfeito, o #ilovemyjob, ou as festas e farras dos coleguinhas que sempre são as melhores. Se alguém assistiu Black Mirror – um seriado da Netflix, que vale a pena ver! – veja ou reveja o episódio chamado “Queda Livre”, que retrata exatamente essa necessidade que temos, até assusta de tão real.
Vida online: questão de sobrevivência?
Obviamente ninguém vai ficar postando coisas depressivas, até porque, se você o fizer, seu engajamento cai na hora. Ninguém quer ver desgraça, right?! E virou necessidade ficar mostrando que está feliz, mesmo se você não esteja, para consegui o tão almejado like da sua rede. Eu mesma já presenciei cenas de lugares péssimos, em que ninguém estava curtindo, mas o post de “melhor noite” sempre acontecia (gente, juro que não foi eu!). E tudo por quê? Porque mostrar que você está bem é questão de sobrevivência. Para os telespectadores, fica o sentimento: “Nossa, minha vida é muito chata, olha como os outros são felizes”, e esse fenômeno vira um prato cheio para pessoas depressivas, em decorrência de uma insatisfação crônica que a nossa geração carrega consigo.
Maturidade no uso das redes sociais
Mas vocês devem se perguntar o porquê dessa reflexão? É para que todos parem um segundo para pensar e ter maturidade para usar essas tais de redes sociais, e ter a consciência de que você não é a única pessoa do seu Facebook ou Instagram que tem crise de carreira, problemas de relacionamento, problemas na família ou com amigos. Todos temos – chocante, né? (leve ironia presente). A diferença é que seguimos postando a felicidade inflada para assim sobreviver nessa grande rede onde todas as pessoas são felizes e ninguém tem nenhum problema. Quero deixar claro que o meu intuito não é: “Vamos sair postando desgraça ou abandonar a vida de redes sociais”. E, sim, para que você, eu e todos nós tenhamos essa dose de maturidade ao utilizar as mesmas – que, apesar do lado negativo, quem não ama? E não deixar, nunca e jamais, que a grama do vizinho apodreça a sua!
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5 aMuito bom Pati!! Parabéns