Umans: os treinadores de nível 5
Numa época em que se procura humanizar as máquinas, conferindo-lhes o direito às emoções, mas ainda se robotizam os homens no trabalho, vão surgindo iniciativas onde a tecnologia se alia às paixões humanas, permitindo um trabalho mais colaborativo.
Partilho convosco o link para o meu artigo mais recente no Jornal Record.
Umans: os treinadores de nível 5
A expressão da insatisfação para com os treinadores (por resultados irregulares, falta de certificação profissional, comportamentos grosseiros ou nas margens da violência) e a procura incessante por notícias, são parte do espetáculo do futebol que se prolonga para além do jogo.
Mas, e se elevássemos esta (in)satisfação ao ponto de incluirmos os adeptos nas tomadas de decisão dos treinadores?
Em França, há um clube, o AG Caennaise, que inovou neste sentido e cuja equipa de futebol é gerida pelos adeptos através de uma App que lhes permite seguir os jogos através do youtube e escolher quem joga e quem é substituído, apoiados em informação estatística partilhada com os subscritores da aplicação (Umans). O clube já conseguiu subir um escalão competitivo usando esta metodologia.
A cúpula diretiva do futebol francês entende, porém, que os direitos de transmissão de imagens não estão a ser respeitados e que, estando o treinador equiparado à função de educador, e não tendo os adeptos formação profissional específica, se deve impedir a utilização desta inovação.
Os treinadores, por seu turno, pressionados pelos resultados, já recorrem diariamente aos big data recolhidos nos treinos e nos jogos, os quais são (co)geridos por uma equipa técnica alargada.
Os psicólogos têm, neste contexto de mudança e de crescente solicitação cognitiva, um papel importante na definição de marcos éticos de intervenção, na formação do mindset dos profissionais do futebol, na investigação científica, na melhoria do rendimento, no aperfeiçoamento e adaptação das inovações tecnológicas, no apoio à gestão de carreiras e na promoção e prevenção do bem-estar e da saúde psicológica.
Sem o compromisso de todos os profissionais do futebol para com a sua função social e educativa, não será possível a (re)criação de um legado cada vez mais humanizado de que todos nos possamos orgulhar.
Artigo integral no Jornal Record em: http://quiosque.cofina.pt/record-portugal/20191101
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