Una bella macchina!
Uma Ferrari sempre será uma Ferrari. Os italianos tem a fama de estar entre os melhores metalúrgicos do mundo; se não bastasse isso, a escola de design italiano é referência mundial e, também, possuem a reputação de serem excelentes artesões. Juntado todas essas habilidades na produção de um automóvel superesportivo, VRAU, está criada uma das marcas mais famosas do mundo.
O valor agregado da marca Ferrari corresponde ou supera as expectativas de seus exigentes consumidores, a empresa optou por estar no nicho dos mais endinheirados. Agora, imagine uma Ferrari confeccionada com peças oriundas de vários países que produzem a custos reduzidos, funcionaria do mesmo jeito, porém, a qualidade e o nível de personalização não seriam os mesmos. Ainda que se utilizem instrumentos de precisão, melhores processos e os mesmos materiais, a produção em maior escala não atenderia as expectativas dos consumidores e o valor agregado que é cobrado não faria mais sentido.
Outro exemplo bem simples, um “case” pessoal. Arranho um pouco na gaita; um dos melhores instrumentos do mundo é fabricado na Alemanha, porém, há algumas décadas, existe uma unidade fabril da marca num país asiático. É incomparável a superioridade da gaita produzida na Alemanha, comparada à produzida a baixo custo no país asiático. Para um músico, mesmo amador, não tem preço a qualidade do som tirado num instrumento com qualidade superior.
Tem uma equação simples, que o professor de marketing da minha pós sempre alertava: - Reduzam muito os custos diretos de produção para aumentar a margem, que a queda da qualidade e a redução do valor agregado percebido pelo consumidor, será na mesma proporção, é tão certo quanto dois mais dois é igual a quatro. Se descobrirem uma mágica que mude o resultado, me contem. - Muitas marcas estão reduzindo a percepção de seu valor agregado, ao entrarem na paranoia global da redução extrema de custos, afetando a qualidade e a percepção de valor da marca, não há ferramenta do marketing que reverta esse processo.
Vale lembrar que, mesmo uma marca que não esteja num nicho de mercado, o consumidor perceberá quando estiver sendo enganado, comprando “gato por lebre”. Acha mesmo que ninguém se dá conta, por exemplo, quando chega na gôndola e o produto que comprava há tempos, está com volume, peso, tamanho reduzidos ou com nova fórmula menos concentrada, porém, com o mesmo preço, quando não mais caro?