Valor de mercado da Petrobras cai abaixo de R$ 100 bilhões
Valor de mercado da Petrobras cai abaixo de R$ 100 bilhões
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
A queda de ontem das ações da Petrobras levou o valor de mercado da companhia a romper pela primeira vez, desde 2005, a barreira dos R$ 100 bilhões. Conforme as cotações de fechamento, o conjunto das ações da estatal valia R$ 99,68 bilhões na bolsa ontem.
A perda dessa marca coincide exatamente com o aniversário de cinco anos do megacapitalização, no valor total de R$ 120 bilhões (sendo R$ 45 bilhões em caixa), em 24 de setembro de 2010.
A operação foi celebrada pelo governo na época como a maior operação do gênero no mundo, mas do ponto de vista dos acionistas minoritários foi tida como um símbolo de deterioração da governança da companhia, pelo uso de barris de petróleo como lastro para a parcela que cabia à União no aumento de capital.
Desde a capitalização, quando deu um salto e passou a valer R$ 321 bilhões, a perda de valor de mercado da companhia foi de 69%, ou de R$ 223 bilhões. Em dólar, a baixa foi ainda maior, já que a desvalorização da moeda acentua o mau desempenho das ações locais. Por esse critério, o valor de mercado caiu 87% desde a capitalização, o que representa uma destruição de US$ 163 bilhões em valor, que fechou ontem a US$ 24 bilhões.
Nesse mesmo período, a dívida líquida da companhia cresceu nada menos que 600%, saindo de R$ 57 bilhões para cerca de R$ 400 bilhões agora - já considerando uma estimativa do impacto da recente disparada do dólar.
Esse salto de mais de R$ 340 bilhões no endividamento decorre não apenas do relevante efeito cambial, mas de uma série de outros fatores, como: a prática sistemática de investir mais do que a geração de caixa operacional; a venda de combustível com prejuízo por quase quatro anos; o desperdício de dinheiro em projetos inviáveis do ponto de vista econômico, que acabaram sendo baixados do balanço em 2014; e dos desvios por corrupção.
Mas o movimento recente de perda de valor da Petrobras, de 25% ou mais de R$ 30 bilhões apenas em setembro, tem como principais motivos o rebaixamento da nota de crédito do país e da companhia pela Standard & Poor's e a disparada do dólar. Os dois fatores têm impacto no custo e na capacidade de refinanciamento da dívida da estatal - sendo que há uma média de R$ 50 bilhões em vencimento por ano de 2016 a 2019.
No ano passado, um analista chegou a se referir à ação da estatal como um "derivativo cambial". Isso porque, quando o dólar sobe, a Petrobras perde em três frentes: sua dívida aumenta, seus custos de produção sobem e piora a relação de paridade no preço dos combustíveis importados.
Desde o fim de junho, o dólar saltou de R$ 3,10 para R$ 4,10, considerando a cotação Ptax divulgada pelo Banco Central.
Levando em conta tanto a dívida em dólar, como também o caixa que a estatal tem no exterior, seu endividamento líquido cresceu aproximadamente R$ 75 bilhões ao longo do trimestre.
Se o câmbio continuar nesse patamar até o dia 30, o efeito deve aparecer no balanço e levar a dívida líquida para cerca de R$ 400 bilhões, o que dá mais de 5,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
Ontem, as ações da Petrobras fecharam em queda pelo quinto pregão consecutivo, renovando as mínimas em mais de dez anos.
A ação preferencial, que é negociada com desconto em relação à ordinária, apesar de dar direito a dividendo mínimo, caiu 2,12%, para R$ 6,62, o que representa 29% do valor patrimonial. O preço é o mais baixo desde 2004. Já as ações ordinárias tiveram queda de 1,08%, a R$ 8,26.
Na bolsa de Nova York, os recibos de ações (ADRs) ordinárias, que têm maior liquidez, caíram 1,46%, a US$ 4,04, com mínima de US$ 3,89 durante o pregão, menor patamar desde 2003. Os ADRs preferenciais tiveram queda maior, de 3,78%, fechando a US$ 3,31.
Fonte: Valor Econômico
Itaú Unibanco
9 aTenso!!! Porém os preços das ações estão atrativas...