Vamos dançar com agilidade emocional?
Quando foi a última vez que você dançou? Sozinho (a), com amigos (as), com seu parceiro (a) ou com a vida ...
E como você se sentiu? Desafios, emoções, sensações ...
A dança me trouxe e traz muitos ensinamentos que quero conectar com um dos meus temas favoritos e mais pedidos dos últimos tempos que é a Gestão do Stress.
Mas, Renata o que dançar tem a ver com Gestão do Stress? Vamos chegar lá.
Para começar convido vocês a refletirem comigo sobre o conceito de Agilidade Emocional criado pela psicóloga Susan David, que é uma das muitas maneiras de lidarmos melhor com nosso termômetro do stress.
Agilidade emocional é o oposto da rigidez e tem a ver com enfrentar obstáculos com fluidez.
E como a rigidez ou a fluidez ajudam ou atrapalham qualquer tipo de dança?
Me recordo que a primeira dança que eu tive contato foi o jazz quando eu era criança e eu sentia que não levava o menor jeito para aquilo. Me sentia e provavelmente era a aluna mais dura e travada da turma.
Cheguei a fazer algumas apresentações com muito esforço e rigidez e pouca fluidez até que consegui convencer minha mãe que eu não servia para aquilo e fui buscar o oposto em termos de esporte, mudei para o kickboxing a primeira luta que tive contato.
Claro que na época eu não tinha consciência, mas a minha rigidez física demonstrada no espelho ou no palco tinha total relação com a rigidez dos meus pensamentos. Tinham muitos medos por trás daquela “dureza” que poderia ser até uma das minhas primeiras armaduras.
Medo de passar vergonha. Medo de não dançar tão bem quanto as outras alunas. Medo de não ser boa o suficiente. E todos estes pensamentos, tiravam a minha leveza, fluidez e naturalidade.
Muitos anos depois eu decidi experimentar a zumba e mesmo adulta ainda carregava comigo um peso emocional e a rigidez que ficava como uma vozinha na mente dizendo coisas como: você sabe que não leva jeito né, olha aí a vergonha de novo, melhor ir para o fundão ...
E assim foi ... eu era a aluna do fundão que morria de medo de errar um passo, uma coreografia e claro que errava e muito. Acredito que quanto mais a gente pensa que não pode errar, mais a gente erra. Dá para imaginar como ficava meu termômetro de stress?
A zumba era e é para ser leve, divertido, para rir do próprio erro, brincar e apreciar do começo ao fim.
Reconectando aqui a dança com a Agilidade Emocional e a Gestão do Stress, Susan David sugere a prática de quatro premissas:
1. Comece por encarar e reconhecer todos os pensamentos, emoções e comportamentos que vem com curiosidade e gentileza.
A zumba só foi ficando realmente leve quando eu passei a ser mais flexível comigo mesma e priorizei a diversão acima dos passos 100% corretos. E eu só cheguei nisso quando identifiquei meu medo de crítica e as emoções que isso me geravam.
1. Olhe a situação de fora
Aqui é como aquela visão do helicóptero ou do consultor. Sair da emoção, do pensamento por um instante e analisar de fora. Pensamentos e emoções não são fatos consumados, o que significa que com a nossa própria “consultoria”, podemos escolher um comportamento diferente mesmo que não seja confortável no início.
O que de pior pode acontecer? O que ainda estou sentindo? Qual o medo que está por trás?
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2. Compreenda seus objetivos
Quando nos conectamos com o que realmente queremos alcançar tudo fica mais fácil. É importante refletir sobre nossos valores, o que noz faz bem e felizes, porque estamos ali, porque queremos isso ou aquilo.
Isso nos ajuda em novas atitudes. No caso da zumba eu busquei o extremo do meu desconforto para me gerar resultado. Fui para fila da frente e fiz um curso para instrutora de zumba chegando até a dar algumas aulas como professora.
Quais são seus principais objetivos a curto, médio e longo prazo? Se conecte com isso.
3. Pequenos ajustes mentais e persistência podem fazer a diferença
A importância de continuar trabalhando e treinando na direção daquilo que você quer. Eu pratiquei e treinei muito, mas só funcionou quando eu me conectei com os meus valores e com o que eu realmente queria e acreditava.
No início estava conectada em não passar vergonha e ser criticada, depois achei que resolveria isso indo para o outro extremo e até dando aula de zumba. Mas não era isso que eu realmente queria. Eu só queria me divertir, dançar e me exercitar com leveza e sem cobranças.
E hoje é assim .... sou aluna, minha melhor posição e versão. Apaixonada por zumba e não me importo quando todo mundo vai para um lado e eu vou para o outro.
Percebem que grande parte do nosso stress não é o que vem do outro ou do ambiente, mas é o que vem de nós mesmos?
O que você tem pensado e acreditado sobre você, os outros ou as circunstâncias que drena sua energia e faz seu stress subir?
“Eu quero uma alma pintada de amarelo, para lembrar que o sol nasce primeiro do lado de dentro”.
Escolhi fazer este paralelo de Gestão do Stress com a dança, porque a dança trás muitos elementos que nos ajudam a lidar melhor com o stress.
Hoje eu também sou praticante de dança de salão com meu marido e nas primeiras aulas nós tínhamos dificuldade de ir para frente e para trás juntos. Toda vez em que estávamos no mental, preocupados com o passo certo entravamos no meu estado anterior com a zumba.
Tem a ver com flexibilidade muito mais dos pensamentos que do corpo. O corpo é o reflexo da nossa mente.
Comece a notar que tem hora que você fará o papel principal e tem hora que o seu papel mais importante será simplesmente confiar, se deixar conduzir e fluir com o todo.
Às vezes é preciso parar e dar um passo atrás para dar dois a frente.
Nós vamos errar na dança e na vida e está tudo bem. O que precisa mudar é a forma como lidamos com o erro.
Tudo melhora com consistência, prática e repetição.
Vamos dançar com a vida?
Head of Finance & Operations | Controllership | ex-McKinsey | Process improvement | Executive MBA | CRC/CPA
3 aAmei seu texto Renata, é perfeito! deixar fluir nossa essência é uma tarefa que tenho trabalhado muito nos últimos anos, ainda tenho muito trabalho e desafios pela frente e seu texto é inspirador! Inclusive pelo fato do momento que nos conhecemos há mais de 10 anos atrás. Beijo grande e sucesso sempre!
Instigo Líderes a se desenvolverem com Alta Performance Sustentável. Especialista em Segurança Psicológica de Times. Escritora. Professora. Psicóloga & Executive Coach-ICF(ACC).Partner Ecossistema Great People-GPTW
3 aSimplemente maravilhosa essa reflexão, essa inspiração, essa dança parceira Renata Klingelfus Andraus!!! Muito conectado com gestão do stress e com a dança da nossa vida!!!!