VAMOS FALAR DE FERROVIAS

Temos hoje no Brasil importantes linhas ferroviárias a serem implantadas e/ou recuperadas e/ou recapacitadas.

Começando pela EF-170, Ferrogrão. Temos que liberar no STF o início desse importante projeto. O escoamento de boa parte da produção do Mato Grosso pode e deverá ser escoado por Miritituba e os portos do Norte, sendo seu principal corredor alimentador a EF-170. Já estamos atrasados. Trata-se de obra para, no mínimo, 8 anos a contar de sua liberação. Essa, talvez seja a que possui projeto de engenharia mais avançado.

Outro importante projeto é a Transnordestina.

Projeto iniciado nos anos 2010, sua estrutura econômica-financeira foi equacionada no fim do ano passado, e, para viabilizá-la, retiraram o ramal Salgueiro - Suape, PE. Deve-se, agora, equacionar financiamento para esse trecho pelo estado de Pernambuco e, posteriormente, implementar o trecho Eliseu Martins, PI até Estreito, MA, ligando-a à ferrovia Norte Sul. Desse último trecho, existe o estudo feito pela INFRA SA no estado do MA, de Estreito à Balsas.

Continuando, temos a FIOL. Com seu primeiro trecho já concessionado para a Bamin (Bahia Mineração), trecho Caetité - Ilhéus. As obras do trecho II estão em andamento por execução direta do Governo Federal. Resta terminá-lo, concluir o Porto Sul e viabilizar a FIOL III ligando São Desidério, BA à Ferrovia Norte Sul em Mara Rosa, GO ou Figueirópolis, TO.

Hoje a ligação é em Figueirópolis. Não existe o projeto de engenharia desse trecho ainda.

Seguindo, temos a malha da FCA na Bahia à qual a atual concessionária, VLi, não está disposta a continuar administrando. Não pelas condições colocadas à mesa. Um imbróglio a ser resolvido.

Ainda no programa de antecipação dos contratos de concessão, temos a Malha Oeste à qual, igualmente à FCA, a concessionária RUMO desistiu de administrá-la. Essa, inclusive, encontra-se em audiências públicas para nova licitação da concessão. Aqui, um problema: o trecho campo grande - Ponta Porã que, atualmente está fora da futura concessão.

Ainda na esfera federal, temos em Santa Catarina a Ferrovia do Frango a qual a antiga Valec, atual INFRA SA, possui EVTEA pronto. Importante ferrovia de escoamento da produção do oeste catarinense. da mesma forma, sem o projeto de engenharia concluído.

Para fechar a esfera federal, temos a necessidade de se prolongar a Ferrovia Norte Sul até o Porto Rio Grande, RS, concluindo assim, seu projeto original.

Passamos pela FICO em GO e MT, que possui seu primeiro trecho em obras pela Vale (Mara Rosa GO – Água Boa MT) como contrapartida da renovação da Ferrovia Carajás. Mas ainda tem grande parte a ser viabilizada à qual não se tem ainda projeto de engenharia e modelo para sua implantação (Água Boa - Lucas do Rio Verde - MT)

No âmbito estadual temos a Ferrovia do Pará, a Ferrovia em Mato Grosso em construção pela RUMO, a FERROESTE (extensão até Paranaguá, PR e Maracajú, MT e ramais para Foz do Iguaçu, PR e Chapecó, SC), dentre outras. Alguns estados como o MT, MS, MG, SP, PR e GO já possuem suas leis estaduais para a implantação de ferrovias pelo regime de autorização.

Temos ainda mais de 100 projetos de autorização ferroviária na ANTT, âmbito federal, sendo que temos mais de 25 já autorizados pelo antigo Ministério da Infraestrutura. Alguns desses já se encontram com estudos de engenharia avançado.

Temos ainda a necessidade de revitalização e melhoria de acessos aos portos, destacando-se Santos, Vitória e Paranaguá.

Necessidades não nos falta nesse segmento. Precisamos é realizar com a velocidade com que o Brasil precisa.

O Brasil tem pressa. Os estados e os municípios, igualmente, têm pressa.