Varejo e Shoppings: parceria essencial.

Varejo e Shoppings: parceria essencial.

No início dos 80s, uma breve análise da estrutura competitiva de nossa indústria de alimentação fora de casa mostrava um setor atrasado, pulverizado através da existência de empresas do tipo Papai e Mamãe, com pouca diferenciação entre os players e que operava de forma bastante amadora sem projetos empresariais expansionistas.

Um fato mudou o panorama dessa indústria: a entrada do McDonald’s no Brasil. Quando a gigante americana se estabeleceu, não era apenas mais um player de hamburguers. Era um player com modelo de negócio testado, altamente profissional, com capacitação em marketing e formato mais moderno de operação, orientado para economia de escala e crescimento de rede. O McDonald’s mudou o panorama do mercado brasileiro sobretudo pelas inovações que ele trouxe aos nossos consumidores.

Assim como o Mcdonalds mudou a indústria de alimentação do Brasil, é evidente o papel e a contribuição da indústria de Shopping Center para a transformação impressionante do varejo nacional nos últimos anos. Se antes operava com pouca escala, baixo grau de maturidade gerencial, pouca presença de players mundiais e sobretudo em níveis de produtividade bastante inferiores às melhores práticas, hoje o varejo brasileiro se transformou e atinge níveis de maturidade e produtividade comparáveis à players internacionais.

É importante reconhecer  para isso o mérito e o papel de empreendedores nacionais que fundaram e desenvolveram redes e lojas altamente inovativas como Pão de Açúcar, Riachuelo, Boticário e Casas Bahia entre muitas outras. Porém,  os Shoppings também tiveram papel importante no sentido de fornecer campo fértil para crescimento e desenvolvimento de redes. Convém salientar que não estou de maneira alguma estabelecendo qualquer relação causal, ou seja, não acho que o varejo tenha evoluído diretamente por causa dos Shoppings. Mas acho sim que a relação do varejo e dos Shoppings estabeleceu um ciclo virtuoso para ambas as partes onde a combinação de boas práticas integradas de Shopping e Varejo modificou o panorama do consumo brasileiro trazendo ganhos exponenciais de valor ao consumidor.

O gatilho desse ciclo virtuoso foi a capacidade do consórcio de Shoppings e Varejo entender as principais mudanças do consumidor e reagir como as melhores práticas operam: com muita inovação.

Teremos desafios de mercado incríveis nos próximos anos para atender ao consumidor nacional. Porém, em minha avaliação, tanto o varejo quanto os Shoppings sabem que para capturar e explorar  as oportunidades novas que estão surgindo, precisam inovar fortemente e apesar da existência de muitos conflitos de interesse, as duas partes dependem uma da outra e precisam integração crescente para inovar e serem protagonistas do bom atendimento às demandas do consumidor futuramente.

Fernando Brandini Pinto

Gerente Comercial de Redes e Franquias. na Cozil Cozinhas Profissionais

9 a

Planejamento estratégico!

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