A ventania do inconformismo
Ontem eu dirigindo observava uma ventania enorme balançando as folhas e as árvores. Era um vento rebelde, um vento que tinha energia, eletricidade e intenção nos seus movimentos. Ele jogava as plantas pra um lado de maneira forte, depois voltava em um rasante de cima pra baixo, contornava o chão e agora voltava pela esquerda fazendo com que uma planta beijasse a outra.
A energia e a estática eram tão pungentes que o vento e as plantas se assemelhavam a dois amantes fazendo amor de maneira intensa e vigorosa. Eu sou apaixonada por essa eletricidade no ar, e essa é a época do ano aqui na Bahia que eu mais amo: aquele céu aberto, azul, azul, azul, as folhas das árvores que caem no chão, que dançam com o vento e a incidência da luz que é simplesmente cinematográfica.
É a época da seca também e o ar castiga um pouco, mas o que seria de nós e da natureza sem alguns desafios a serem vencidos?
Essa rebeldia do vento que já perdura por algumas semanas e tudo que estamos preparando e entregando nesses últimos 20 dias me lembrou muito o quanto eu sempre fui rebelde e inconformada.
E foi muito engraçado, quando em um dos nossos almoços aqui em casa, não me lembro como chegamos nesse contexto exato, mas começamos quase todos a falar a mesma coisa, o quanto tínhamos sido rebeldes quando éramos mais novos e o quanto colocávamos em contabilidade que foi exatamente essa rebeldia que nos fez chegar aonde estamos hoje, que nos fez viver o que já tínhamos vivido.
Na verdade, a palavra não é bem rebeldia, mas sim inconformidade com o que estava ou está à nossa volta, ou talvez, na verdade, fosse uma mistura dos dois. Um aliado ao outro, dançando como o vento e as folhas, para criar a energia e a eletricidade certa que fez a gente fazer o que fizemos.
É curioso como mesmo dentro da mesma família, ou seja, dentro do mesmo tipo de ambiente, sempre tem aquela pessoa que desafia o status quo e que pensa fora do que aqueles indivíduos já haviam definido com padrão de vida para eles e todos os seus, e esse rebelde, esse inconformado pensa fora daquele contexto e faz algo inesperado, toma uma ação diferente do que todos os demais estavam pensando pra ele e quebra a lógica daquela família, se destacando muito mais do que os irmãos/ primos e quebrando aquele ciclo de repetição.
E eu sempre me vi assim, em todos os momentos da minha vida eu me vi puxando uma curva que não era esperada para mim, fazendo algo que não era exatamente o que as pessoas imaginariam como o meu próximo passo, buscando um ponto desvio fora da curva quando a espera já estava girando à muito dentro do mesmo círculo.
E lá ia eu novamente, não fazendo o esperando!
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Ter um olhar apurado pro futuro faz parte do inconformado, parece que ele sente o cheiro do vento qual a próxima onda que está vindo, qual o próximo momento do mundo, são os starters, os founders, esses não são os CEOs, eles são a cavalaria com a ponta de lança que vai na frente abrindo o caminho, os C-levels vêm atrás arrumando os processos, e são super necessários para a perpetuação das empresas, dos processos e da estabilidade.
Mas a coragem necessária pra ir pra cima do que você não está enxergando, do que você está apenas sentindo, isso apenas um MISFIT tem!
Até hoje eu não sei se essa rebeldia é benéfica ou não. Pra mim, ela vem compensando e eu venho colhendo frutos, mas não sei se é pra todo mundo e não sei se todos os inconformados colhem seus frutos com ela. Só sei que não consigo ser de outra maneira. Faz parte de quem eu sou, faz parte do meu ser, faz parte do meu eu interior, é quase como se fosse destino.
Mas será que o destino existe? Será que fomos pré-programados para chegarmos em determinados pontos, ou fazermos determinadas escolhas. Qual será realmente o nível de liberdade que temos, qual será o nível de autonomia que temos?
Eu acredito muito que sou a dona do meu destino, sempre acreditei nisso, e mais do que isso, sempre acreditei que sou responsável pelas minhas decisões e claro, pelas consequências dessas decisões, sejam elas positivas ou negativas. Mas será que existem momentos que iriam acontecer de uma maneira ou de outra? Ou ainda, será que existem atitudes que tomamos para que esses momentos aconteçam?
Uma vez fui fazer meu mapa astral, por pura curiosidade, e lá me mostrou um ponto de inflexão quando eu tinha três anos, a morte de uma figura masculina no meu mapa. Meu pai faleceu quando eu tinha três anos e isso estava lá, marcado no meu mapa desde o dia em que eu nasci.
O quanto isso não faz a gente pensar?
O que eu vim pra aprender aqui? O que eu vim pra ensinar? O que eu vim pra deixar como legado? Qual a minha importância em um mundo com 7 bilhões de pessoas? Por que alguns mudam tanto o curso da história e outros nem tanto? O que esses que mudam têm de diferente dos outros? Estava programado para que eles fizessem isso?
Então por fim eu te pergunto:
O que VOCÊ está fazendo aqui?
Um abraço e espero que a sorte te encontre, te tornando um profissional requisitado e bem pago com a RM!