Verticalização do Ensino Profissionalizante - Dos Cursos Técnicos ao Superior

Verticalização do Ensino Profissionalizante - Dos Cursos Técnicos ao Superior

A verticalização no ensino refere-se à integração entre diferentes níveis educacionais, visando facilitar a transição e a continuidade dos estudos ao longo da trajetória acadêmica dos alunos. No contexto da educação profissional, essa verticalização ocorre através da articulação entre cursos técnicos de nível médio e cursos de graduação, permitindo que os alunos deem continuidade à sua formação acadêmica de maneira mais fluida. Esse processo aproveita os conhecimentos e competências adquiridos no ensino técnico, possibilitando a progressão para o ensino superior, especialmente em áreas correlatas à formação inicial.

A principal finalidade da verticalização é promover uma educação contínua e integrada, oferecendo aos alunos mais oportunidades de progressão acadêmica e profissional. Além disso, a verticalização facilita a criação de trajetórias formativas que reconhecem as competências previamente adquiridas, otimizando o tempo e os recursos dos estudantes e permitindo que eles avancem mais rapidamente em sua formação. Outro aspecto importante é o fortalecimento da educação profissional, que passa a ser vista como parte integrante de um percurso acadêmico mais amplo.

Entre os principais benefícios da verticalização, destaca-se o aproveitamento de estudos já realizados no nível técnico, que podem ser reconhecidos no nível superior, evitando a necessidade de repetição de disciplinas e reduzindo o tempo total de formação. Isso também valoriza a educação técnica como um passo fundamental na construção de uma carreira educacional sólida, promovendo sua importância em um contexto acadêmico mais abrangente. Além disso, a integração entre esses níveis permite maior flexibilidade curricular, oferecendo aos estudantes a possibilidade de escolherem trajetórias educacionais que se adequem aos seus interesses e objetivos profissionais.

Outro ponto relevante da verticalização é sua contribuição para a inserção no mercado de trabalho. Ao concluir um curso técnico, o aluno já está apto a ingressar no mercado e, ao mesmo tempo, continuar sua formação superior, o que fortalece sua competitividade e potencial de crescimento profissional. Isso demonstra uma articulação eficiente entre a formação acadêmica e as exigências do mercado, proporcionando uma formação mais completa e adaptada às demandas contemporâneas.

A verticalização é respaldada pela Resolução CNE/CP n.º 1, de 5 de janeiro de 2021, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica, que estabelecem a organização dos cursos em itinerários formativos. Esses itinerários podem ser construídos verticalmente, permitindo ao estudante avançar de forma progressiva desde a formação inicial até a pós-graduação tecnológica, com o reconhecimento de competências adquiridas. Além disso, o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos apresenta as diversas sugestões e possibilidades de verticalização entre cursos técnicos e cursos superiores, reforçando a importância dessa articulação para a continuidade da formação.

Um exemplo prático de verticalização ocorre no curso técnico em Enfermagem, onde o aluno, ao concluir o curso, pode optar por seguir para cursos superiores correlatos, como o curso superior de tecnologia em Gestão Hospitalar, o bacharelado em Enfermagem, Medicina ou Saúde Pública, estes sugeridos no catálogo. Essa variedade de opções demonstra a flexibilidade e a amplitude de oportunidades proporcionadas pela verticalização, garantindo que os alunos possam construir trajetórias educacionais adequadas às suas expectativas profissionais e pessoais.

Dessa forma, a verticalização apresenta-se como uma estratégia educacional essencial para garantir a continuidade da formação e a valorização da educação profissional. Ao promover a integração entre diferentes níveis de ensino e reconhecer as competências adquiridas, a verticalização possibilita uma trajetória formativa mais dinâmica e conectada às necessidades do mercado de trabalho, contribuindo para a formação de profissionais mais capacitados e preparados para os desafios atuais.

Essa verticalização oferece desvantagens. Uma delas e precarizar o ensino técnico em detrimento do superior. Acho q são habilidades e perfil diferentes para mercados diferentes. Talvez a vertical funciona melhor quando a integração agrega valor dentro do mesmo nível. Países Europa ensino técnico são para habilidade mais práticas e customizadas e manuais. Já superior é um perfil para habilidades mais especializadas, específicas, e de pesquisa.

Pedro Braga Gomes

Mestre em Educação | Especialista em Gestão Acadêmica | Professor de Políticas Públicas em Educação | Procurador Institucional | Regulação e Avaliação | Filósofo | Diretor Acadêmico e Pedagógico | Gerente Acadêmico

3 m

O assunto é provocativo. A verticalização permite a otimizaçãodotempo; continuidade da aprendizagem; aliamento com o mercado de trabalho e ampliação de oportunidades. O estudante tem um leque maior de oportunidades de carreira.

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