VEX NA MÍDIA
AE News Agência Estado silvana rocha
A Vex Capital, através de seu Head de Câmbio e Derivativos - Rafael Ramos, avaliou o cenário econômico atual para o canal www.broadcast.com.br
A moeda americana está volátil no mercado local em meio a forças opostas, segundo operadores. O dólar passou a maior parte da manhã em baixa, mas voltou a subir no fim do período e começa a tarde rodando mais perto da estabilidade, levemente acima dos R$ 4,90. O mercado de câmbio passou a maior parte do período pressionado, diante da queda externa do índice DXY do dólar e em relação a várias divisas emergentes no exterior, principalmente em razão da força do iene, e da valorização firme de commodities, como minério de ferro e petróleo, que pode ter induzido ainda redução de estoque cambial por investidores estrangeiros posicionados no mercado futuro, segundo operadores. Pode ter pesando ainda lá fora a percepção de que o ciclo de corte de juros pode vir a ser antecipado para março nos EUA, em meio a forte expectativa pelo relatório payroll que sai amanhã, após os dados mais fraco do mercado de trabalho apontados pelos relatórios Jolts e ADP nos últimos dias. Hoje, os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram 1 mil na semana, a 220 mil, como previsto. No entanto, o número de pedidos de auxílio-desemprego continuados, na semana até 25 de novembro, teve uma queda de 64 mil, a 1,861 milhão. A expectativa, neste caso, era de 1,940 milhão. Em contrapartida, ajudaram a sustentar o sinal de alta do dólar ante o real uma demanda corporativa visando remessas ao exterior neste fim de ano, após o recuo das cotações à casa de R$ 4,87 ao longo do período. Além disso, os investidores ajustam posições, após o presidente da Comissão Mista da Subvenção do ICMS, senador Rogério Carvalho (PT-SE), adiar mais uma vez a sessão na qual seria apresentado o relatório elaborado pelo deputado Luiz Fernando Faria (PSD-MG). O encontro deve ocorrer só na próxima terça-feira. A expectativa do governo é de que o texto seja votado na comissão e nos plenários da Câmara e Senado na semana que vem. Já o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União-CE), afirmou em entrevista no fim da manhã que teve preocupação na LDO de respeitar o que está na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e no arcabouço fiscal e disse ter esperança de votação da LDO na próxima terça-feira. O diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik, atribui a leve subida do dólar a um movimento de compra defensiva de final de ano, ajudado também pelo fortalecimento da moeda americana frente a algumas divisas emergentes e ligadas as commodities lá fora. Mais cedo, predominou a influência de baixa derivada do exterior, observa o diretor. "O mercado acompanhou a fragilidade da divisa norte americana no mercado internacional de câmbio no embalo da alta de algumas commodities, como petróleo e minério de ferro, e ajudado por vendas de exportadores, que realizaram seus negócios quanto o dólar trabalhou ao redor de R$ 4,90", relata. Segundo ele, depois da abertura em baixa, à casa de R$ 4,89, a moeda americana chegou a subir à máxima, a R$ 4,9097, de forma pontual, reagindo a uma demanda corporativa de fim de ano para remessas ao exterior. O economista-chefe da J.F. Trust, Eduardo Velho, correlaciona a queda intradia do dólar à percepção de piora dos dados de emprego americano em geral na margem nesta semana, que eleva expectativas pelos números do payroll, amanhã. Hoje, ele destacou a pesquisa Challenger apontando aumento de corte de vagas em novembro nos EUA ante outubro. Também a elevação de quase 4% dos preços do minério de ferro e em torno de 1% do petróleo favorece o apetite por ativos mais arriscados, como o real e ações de empresas exportadoras de produtos básicos, como Vale e siderúrgicas na bolsa local, apesar dos dados relativamente fracos da balança comercial da China. "O salto de preço do minério de ferro hoje reflete um volume de estoque fraco da commodity na China", comenta. O economista avalia que a correção de alta do dólar é estreita porque, apesar do adiamento de medidas arrecadatórias do governo no Congresso, há expectativa de concentração de votações na próxima semana, antes do início do recesso no Congresso, o que parece atenuar a alta de preço. O dólar tem pouca tração, para cima ou para baixo, em meio a preocupações com a economia global, embora os EUA sejam o país com maior capacidade de resposta na recuperação, afirma Rafael Ramos, sócio e head de câmbio e derivativos da VEX Capital. Há um apetite por divisas consideradas mais arriscadas, sobretudo pelo real hoje, como reflexo da atividade econômica interna resiliente, após os dados de geração de empregos positivos no Brasil, menor taxa de desemprego nos últimos anos e um ciclo de corte de juros, que serve de mola propulsora para uma recuperação da economia, justifica. A valorização de commodities ajuda muito também o real, acrescenta. O avanço do minério de ferro serve de atrativo e ajuda as empresas ligadas a mineração e siderurgia na B3, comenta. "O Brasil está na contramão externa, com inflação controlada e corte de juros, enquanto lá fora, o movimento de alta de juros parece que pode ter acabado, mas o início de cortes ainda é incerto", compara. Às 12h33, o dólar à vista tinha alta de 0,19%, a R$ 4,9117. O dólar para janeiro subia 0,18%, a R$ 4,9210.
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(Silvana Rocha - silvana.rocha@estadao.com)
Crédito: AE News