A vida é uma jornada, não um destino

Essa semana foi intensa! Além de todo o trabalho normal que tenho, tive 15 clientes de preparação para entrevista em inglês (o mercado está melhorando ou é impressão minha?) e fiz a masterclass sobre 5 Forces of Porter (foi maravilhosa!) para meus alunos da plataforma Business Fluency.

Já vinha de um mês intenso de trabalho e no final da quinta senti que estava tendo um burnoutzinho. Ainda bem que planejamos passar o fim de semana aqui no Lago de Atitlan, no interior da Guatemala.

Enquanto apreciava a paisagem no trajeto de 3h30 da Cidade de Guatemala até o San Marcos La Laguna, o povoado onde nosso Airbnb fica, lembrei do quão importante é entendermos que a vida é uma jornada, e não um destino.

Demorei alguns anos da minha vida para entender isso.

Quando eu estava no colegial, tudo que queria era entrar na USP. Nem aproveitei muito a jornada. Para você ter uma idéia, no 3º colegial, eu estava tão focada nos estudos que até esqueci o dia do meu aniversário!!! Só pensava no “destino”. 

Entrei na USP! Uhu!! Agora tinha pressa para me formar para começar a trabalhar. Mais uma vez foquei no destino e não aproveitei tanto a jornada. A FEA tinha diversos convênios com universidades do exterior. Podíamos cursar 1 semestre fora. Diversos colegas foram para faculdades na França, Portugal, Itália, Finlândia... Eu não fui pois queria me formar dentro dos 4 anos.

Me formei em 4 anos! Agora a meta era entrar num programa de trainee que me desse a oportunidade de ter uma carreira global. Entrei no programa da Maersk e agora o foco era me expatriar.

Consegui ir para Singapura e realmente foram dois dos melhores anos da minha vida. Aproveitei demais, me desenvolvi tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Foram anos maravilhosos que guardo até hoje no meu coração.

Ao final dos 2 anos, voltei ao Brasil e bateu uma depressão.

E agora? Qual era o próximo destino? Não tinha mais um destino tão definido. Aliás, tinha zero definição. A Maersk tinha acabado de comprar a P&O e estava no momento de reestruturação.

O presidente da empresa mandou eu retornar, mas nem tinha vaga para mim. Fiquei 1 mês em casa, ligando para o RH todos os dias perguntando o que ia fazer e quando ia começar (deveria ter ficado quieta ganhando o salário em casa sem fazer nada, né, hahahaha)

Além disso, eu mudei, mas quem ficou no Brasil continuou igual. Perdi a conexão com diversos amigos.

Comecei a olhar para dentro. O que estava errado? Analisei tudo que aconteceu e percebi que até aquele momento da minha vida, eu passava o trator nas coisas, focava no destino, mas não aproveitava a jornada.

Entendi que a vida é uma enorme jornada, ela não acaba quando chegamos a um destino. Temos as metas, e é maravilhoso quanto as atingimos. Mas o que vem depois? Dobrar a meta?

E vale a pena não viver, não aproveitar para atingir a meta? Às vezes nos sacrificamos por alguns anos para atingi-las, mas cuidado para isso não virar uma rotina e viver somente no sacrifício e deixar para aproveitar tudo só quando aposentar. Já vi gente próxima que partiu antes de conseguir aproveitar.

Aprendi esta lição a duras penas e hoje tento aproveitar ao máximo a jornada também.

Você já passou ou passa por isso? Precisa aproveitar mais a jornada?

Deixo essa reflexão para você.

Termino por aqui pois agora vou dar um mergulho neste lago maravilhoso e visitar vários pueblitos na região! Olha a belezura que me espera.