A Vida Após a Morte do Gerenciamento de Produto

Já que gerenciamento de produto morreu, acenda a vela e joga a última pá de cal. Essa newsletter é o seu velório.

Antes de qualquer coisa, deixa eu te fazer uma pergunta:

Como está o seu sentimento com o futuro da profissão?

Pessoalmente falando, estou bastante ansioso. Estamos em um nível de evolução, incerteza e insegurança com o futuro, que é muito difícil chegar aqui e falar que no fim vai dar tudo certo.

Inclusive, desde o advento do chatGPT ao final de 2022, estamos experienciando, como profissionais de tecnologia, uma enxurrada de informações. Parece que até mesmo o mais antenado está sempre desatualizado.

Se você não usa IA, você está por fora. Se você não ganha em dólar, você está por fora. Se você não tem a sua própria empresa, você está por fora. Se você não tem um micro SaaS, você está por fora. Se você não está diretamente conectado com o resultado da empresa, você está por fora. Se você não recebe um aumento ou muda de emprego a cada 2 anos, você está por fora. O mundo está mudando e não importa o que você faça, corra atrás, se informe, o bitcoin ta subindo.

Você está por fora.

E sabe o que é pior de tudo isso? A qualidade da informação também está cada vez ficando mais rasa. Temos a profundidade informacional de um minguinho mergulhado na pia do banheiro. Pois, são tantos planos, tantas habilidades necessárias, tantos cursos que ficamos paralisados frente às escolhas.

E o mundo evoluindo e você (eu, também) por fora.

Então, antes de tudo, saiba que você não está sozinho. Todo mundo passa por esses pensamentos em algum nível. Inclusive eu, parece que estou escrevendo de você, mas no fim escrevo sobre mim, principalmente.

Essa ruminação de pensamento me aflige constantemente. Inclusive, votei a escrever justamente porque o processo de escrita acalma os meus pensamentos. Por exemplo, em 2022 eu escrevi 28 textos.

Porém, com a popularização da IA generativa, me vi pressionado ainda mais, pois o volume de conteúdos escritos aumentou demais… Por que será, né? E aos poucos fui, na falta de uma palavra melhor, brochando para escrever.

→ 2023, 7 textos, todos com chatGPT de auxílio.

→ 2024, apenas 1.

Simplesmente esqueci o porquê eu fazia o que eu estava fazendo. Virou o conteúdo por ele mesmo, sem propósito, sem objetivo algum, sem conexão.

Mas, eu decidi mudar esse cenário. Estou em contato com tanta gente boa, tanto conteúdo de qualidade, tantas histórias interessantes que eu não posso ser mais me fechar no meu mundo. Eu preciso compartilhar.

Por quê?

Porque existem muitos contribuidores individuais, que não tem o glamour de ser um founder, não tem a grife de um produto hypado, que tem dificuldades de se encontrar nesse mercado bagunçado. Assim como eu, estão tentando navegar nesse mar de incertezas.

Essa newsletter é exatamente isso, trazer a minha história e de outras pessoas que tem uma bússola que pode guiar toda essa comunidade de maneira leve, direcionada, com aprofundamento e qualidade prática.

Vamos falar sobre o futuro, mas principalmente o que você pode fazer no presente para se sentir mais preparado. Com casos reais.

Futuro. Temos algum caminho mais claro?

Sendo bem objetivo: Não.

Mas, existem tendências. Como sou gerente de produto, vou falar da minha profissão primordialmente de maneira bem direta, sabendo que isso pode ser facilmente replicado para Designers e Engenheiros de Software:

1. Menos gerentes de produto;
2. Menos gerentes de produto juniores (carreira pouco viável), maior migração dentro da própria empresa;
3. Maior proporção de PMs em relação a UX/Eng;
4. Menor escada organizacional (diminuição da distância entre CEO e chão de fábrica);
5. Ascensão de super generalistas e super especialistas (esvaziamento do meio);
6. Redução no número de produtos por empresa (menos empresas multiproduto mais empresas single feature);
7. Mais profissionais de UX/Eng atuando como gerentes de produto de forma totalmente viável;
8. Introdução do pensamento de produto em outros pontos de contato e áreas de interação com o cliente (suporte, educação, onboarding, etc.);
9. Especialização em gestão de produto de plataforma, um papel crítico para empresas em escala.
10. ... e uma coisinha ou outra relacionadas à IA

É duro, eu falei que estou super ansioso e estou gerando mais ansiedade ainda cravando o futuro da área. No entanto, tem um fato que poucos gestores de produto vão assumir, mas dentro das disciplinas de tecnologia, o Product Management é a mais fácil de se aprender, de longe. Porém, uma das mais difíceis de se definir o escopo.

Portanto, não se surpreenda da capacidade de qualquer profissional poder fazê-la e da diversidade de formas de fazê-la.

"Ah, Anselmo. Mas, na minha empresa pipipi pópópó".

É verdade, essas tendências acontecem em menores proporções hoje. Mas, se tem uma coisa que ganha escala rápida são tendências organizacionais em empresas de tecnologia.

Saudades quando a gente só falava de Modelo Spotify de Squads, né?

Hoje, para aqueles que estão alavancando o uso de IA, gerenciamento de produto demora menos tempo, demanda menos pensamento e necessita de menos Gerentes de Produto.

Importante ponto agora, se você está lendo isso no 2x, peço para não ter pressa em ler a próxima frase.

É impossível saber se vão haver menos empregos proporcionalmente.

Isso ninguém consegue garantir, exceto se você tenha uma bola de cristal super calibrada. O mercado cresce, novas startups surgem, novas oportunidades também. O futuro não é tão apocalíptico.

Só não vai ser aquele oba-oba da pandemia.

Individualmente. Onde queremos chegar?

As empresas vão sempre prezar pelo aumento de capital. O negócio vem antes de tudo, uma empresa que não é saudável não consegue atender aos seus clientes, muito menos pagar seus funcionários. Portanto, é necessário fazer mais com menos. Isso não vai mudar e tende a se agravar.

Estamos falando de produtividade, essa é métrica que IA está mexendo para aumentar exponencialmente.

Certo ou errado, não estou aqui para fazer juízo de valor, apenas para tentar lidar cada vez melhor com a realidade.

Logo, da mesma maneira que priorização e comunicação fazem parte da vida diária de um Gerente de Produto, fazer um Merge Request, desenhar um fluxograma de processo ou um wireframe também está sendo.

Assim como uma designer faz pesquisa quali e quanti, desenha a jornada do usuário e mapeia suas necessidades, também extrai dados de banco de dados, ajusta um front end ou até mesmo revisa um MR.

Além do fato que um engenheiro pode definir a estratégia de produto, medir impacto no negócio e definir alguma experiência.

Você vai pegar aquela matriz RASCI e jogar no lixo!

As responsabilidades da tríade não vão desaparecer, ainda é necessário fazer o trabalho. Esse não deixa de existir, alguém vai ter que fazer. O que nós não estamos preparados (pouquíssimos estão se preparando) é como lidar com a diluição do trabalho e a sobreposição de responsabilidades.

É aí que a nossa conversa começa a fazer mais sentido. Existe toda uma questão de diminuição de criatividade e pensamento diverso, mas isso é um papo para um texto próprio.

Nessa newsletter eu vou apresentar o caminho das pedras que eu estou trilhando e lhe convido a vir junto comigo. Não vou ser o cara super professoral. Nessa nova experiência, todos somos iniciantes. Deixa eu repetir.

TODOS SOMOS INICIANTES.        

E quem vende o contrário, está mentindo.

Só nessa você já entendeu o meu objetivo nisso tudo. Primeiramente, tenho um propósito bastante egoísta: me evoluir e desafiar em habilidades completamente fora do ordinário. Não achou que eu ia ser 100% altruísta nessa, né?

Inclusive, pensei em iniciar ano que vem, ano novo, vida nova. Mas, não quero ficar por fora (minha ansiedade falando).

Olhando da perspectiva de futuro, como líder de produto também quero ser um excelente contribuidor individual. Reflita comigo, os melhores líderes não são aqueles que te inspiram? Seja por soft ou hard skills, é preciso ser bom no que faz.

Segundamente, deixar documentado para que você possa sempre revisitar esses textos de maneira com que seja de fácil acesso e distribuição. Por isso escolhi o linkedin e não outra plataforma como o substack, isso é para ficar para a eternidade, não para ser mais um canal de conversão e vendas.

Concluindo. Vamos juntos nessa.

Se você quer evoluir junto a mim, eu vou mostrar todos os recursos, todas as iniciativas, todas as minhas dificuldades em me evoluir nessas disciplinas.

Lembrando, eu ainda sou apenas um Gerente de Produto que por um acaso trabalha no contexto de IA no meio de 300 iguais a mim, só na mesma empresa. A grande diferença é que eu vou usar da minha habilidade de contar histórias para ajudar você a se evoluir junto comigo.

Aqui vou oferecer:

• Uma base sólida para como integrar Design, Engenharia e IA na prática;
• Reflexões e aprendizados como um guia prático;
• Como a união PM + Design + Engenharia pode ser um diferencial no mercado mergulhado em IA.

Prometo tentar ser constante, mas não garanto. A única coisa que eu garanto é que a qualidade e conhecimento vão ser profundos. Também prometo não viver de hype, afinal estou péssimo em acompanhar as notícias e sempre tem uma revolucionária toda semana.

O que te prometo é que no nosso próximo papo eu vou mostrar especificamente quais habilidades são possíveis e como seria um plano inicial para nos desenvolver nisso. Essa é a sua chance de me fazer de cobaia e acompanhar a evolução como profissionais de tecnologia e não se sentir por fora.

Se inscreva. Mas, acima de tudo, compartilhe com quem você sabe que vai se beneficiar dessa nossa jornada em conjunto.

Ah, outra coisa, a única coisa que não vai ser feita por IA são os textos da newsletter, o título eu não prometo nada, sou péssimo com isso, mas o texto é 100% eu.