Vida contemporânea
A selva de pedra, Criolo diria que não existe amor em SP.

Vida contemporânea

Ainda que eu não consiga elencar todos os fatos, narrar da melhor forma aqui me proponho a pensar, essa que é uma grande característica humana e não pagamos para usar o cérebro.

Esse texto é o início de uma construção pautada nas observações de um jovem que vive em uma grande metrópole que é São Paulo. Como em tudo que escrevo e pelo grande fator humano que carrego, sou humilde em dizer que estou aprendendo com tudo isso, ainda não tenho respostas para tudo, mas me proponho a observar e abstrair para que consiga entender o problema pensando melhor a respeito, sempre convidando pessoas que pensam diferente e que possam agregar ao diálogo e a compreensão.

Mais do mesmo

Neste momento estou olhando para baixo e escrevo em uma tela quadrada, olho em volta e não vejo muita diferença, um silêncio audível, um gato pingado lendo um livro, leia de trás pra frente enquanto nada muda.

Não há problema em usar algo que veio para facilitar a comunicação e o acesso a outras possibilidades, nosso defeito é usar em demasia achando que isso basta.

Falamos pouco porque estamos sempre conversando e quando precisamos dizer nos faltam palavras, difícil entender, leia novamente com mais calma, tente entender cada palavra isoladamente e depois atribua-as ao contexto proposto. A medida que gastamos tempo tentando corrigir o outro, acabamos com o tempo que poderia ser bem usado nos tornando melhores, não em superioridade ao outro para desencorajá-lo e sim em uma melhora de ser mais coeso, mais congruente.

Para uma próxima conversa explico tudo isso melhor, mas mantenha a curiosidade e pesquise, faz bem, faz parte.

A nossa vida aqui é toda muito igual, já parou para ver que seguimos sempre os mesmos caminhos e rompemos as mesmas barreiras, se é que posso acreditar em rompimento, para muitos levantar da cama toda manhã já é uma grande vitória.

Para muitos, sair do comum parece algo realmente difícil, ou até impossível, mas na realidade se parar para observar, a grande maioria basicamente repete as mesmas coisas e se você parou para pensar já fez algo de diferente, pois outros não fazem.

Tudo começa com as pequenas coisas, são nelas que há uma imensa riqueza. E se você chegou até essa parte do texto sinta-se um privilegiado, muitas pessoas iriam bater o olho e nem levar a leitura adiante.

A corrida contra o tempo

Parece loucura parar para olhar o brilho do céu, a imensidão das árvores e o que está em volta. Aqui estamos sempre atrasados e corremos o tempo todo. Constate isso indo a uma estação de metrô, não precisa ficar mais do que cinco minutos ou pergunte para qualquer pessoa como vai a vida, provavelmente ela começará dizendo que tá uma “correria só” ou que está uma “loucura”. Ah, e “força do hábito” é uma outra forma de dizer que vivemos muito no automático sem parar para refletir.

Não é difícil identificar o que fazer de diferente já que estamos todos iguais, estamos e não somos.

Vivemos em uma imensidão de universos, há na metrópole muitas diferenças, de pessoas, religiões e culturas, mas mesmo assim muitos de nós desrespeitamos o outro ao não querer entender porque pensa assim e o que o levou a seguir por esse caminho diferente do nosso.

Uma coisa é conhecer o caminho que estamos seguindo se é que o conhecemos tão bem, pois a medida que avançamos descobrimos novos horizontes e novas possibilidades; outra coisa bem diferente é o caminho do outro aquele em que nem conhecemos o início da estrada, por mais que hajam placas, não dá para arriscar.

O melhor a se fazer é ouvir, manter contato visual e ser um bom ouvinte, mesmo que seja difícil pois tudo vem com a prática e a decisão de fazer diferente, ou não fazer em alguns casos.

Novos caminhos

Palavras novas surgem a medida que avançamos as folhas e de página em página estaremos concluindo o nosso livro da Vida, onde nele estará escrito ponto a ponto toda a trajetória, sendo que a preocupação inicial foi escrever página a página com calma, vivendo intensamente cada frase, somando pessoas e conversas, agregando cada vez mais valor ao momento presente.

Muitos não tiveram o cuidado de escrever, alguns deixaram “pra lá” e o fato é que histórias mudam histórias, então permita-se convidar aquela pessoa especial que você quer por perto, para fazer uma caminhada pela calçada, vendo os prédios e os carros a mil por hora, ou melhor vá a um parque com muito verde, permita-se respirar um ar mais puro, trocar o oxigênio do pulmão, sentar em um banco e olhar o outro com profundidade, buscar em outras raízes motivos para se fixar, ligando os pontos e colocando os pingos nos “is” que somente a escola da vida do outro pode ensinar. Por último peça um café e aproveite a vista pois valeu o dia.

Dá uma alegria tremenda quando alguém nos fala que ganhou o dia com nossa companhia, se você ainda não sabe o que é isso, peço que busque, faz um bem danado pra alma e como já lembrei acima: são nas pequenas coisas que moram a alegria.

Vou embora mais volto, com mais observações da nossa vida além do ócio e do tédio que dá.

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Postado originalmente aqui

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