Por que você não conta essa história?
O mundo dá voltas. Frase antiga, mas que define muitos momentos em nossas vidas. Tem vários sentidos, e pode ser aplicada a várias situações. Mas a definição para o qual mais se usa, é de afirmar que tudo o que se faz hoje...amanhã pode virar contra a pessoa, empresa, grupo...seja lá o que for.
E, de fato, é uma verdade. Por alguma razão natural ou mística – não sei – mas isso acaba acontecendo.
É nessas horas que se deve apertar o botão da ‘escuta ativa’. Sim, por quê sempre tem uma alma boa que vem pra abrir nossos olhos. Dar um conselho. Falar coisas boas.
Quem já se viu numa situação assim!? Independente da situação, é nesses momentos que descobrimos quem são as pessoas. Isso é interessante. Realmente é bom. Aliás, muito bom. Ressignifica muitas relações. E, por vezes, termina por definitivo outras. Exatamente como nas empresas.
Sabe aquela propaganda de margarida... Então...
Aquele universo utópico-maravilhoso acontece nas nossas relações com amigos, colegas, empresas, grupos... e por ai...
Somos capazes de mudar. De ressignificar as mesmas relações com sentimentos bons, com pertencimento. E quando isso acontece, é de uma força impressionante. Nos deixa fortes de uma maneira que, mesmo a frente de um abismo...somos capazes de olhar, perceber o cenário, entender qual o aprendizado...e enfrentar. Pode até não se resolver no momento, mas a forma como você vai olhar a situação é – irritantemente – calma.
Tudo é por pessoas. Tudo é por causa de pessoas. Tudo são pessoas agindo, reagindo, fazendo e se defendendo. É a vida. Tudo é bom. Tudo é ruim. Mas o que vai ser mesmo... depende do nosso olhar.
A pergunta do título veio de uma amiga. Depois de uma conversa sobre um problema, uma dor que contava. Pensei em escrever sobre aquele ‘causo’... Mas tudo tem um momento certo, quando a emoção é retirada dos fatos.
O sentimento que ficou daquela conversa, foi o que me incentivou a escrever.
Aprendi que realmente o mundo dá voltas. Esta amiga que respeito e tenho como referência de profissional hoje, anos atrás não fomos tão amigas e nem tão amistosas... Havia uma certa faísca entre nós, que nos mantinha, ao mesmo tempo, no prumo para seguirmos trabalhando e afastadas também. Ela do marketing, eu da comunicação institucional, ambas na multinacional Sonae.
12 anos depois, nos reencontramos e a faísca que reascendeu foi de respeito, de vontade de compartilhar... e foi isso que aconteceu. Buscamo-nos para conviver. E o mais interessante desse reencontro foi reviver com muita emoção todas as realizações, ações, conquistas que – efetivamente – tivemos e fizemos juntas, mas que na época pouco aproveitamos todo o protagonismo e pioneirismo que estávamos construindo naquela empresa que despontou, no cenário nacional, como referência de inovação. É fato.
Percebemos só depois de 12 anos que o que tínhamos feito... era muita ousadia...mas fizemos... o legado é nosso. Mas não aproveitamos juntas. E só ligamos os pontos agora que a maturidade nos dá olhos de ver.
Hoje, quando as empresas se voltam a falar da necessidade de olhar as pessoas. Me deparo com todo aquele grupo de ‘loucos’ maravilhosos, mudando tudo, construindo uma nova empresa que havia comprado outras 5 e estava descobrindo quem era.
Um presidente criativo, inquieto, um pouco teimoso (mas era necessário), mas totalmente aberto ao novo, obediente com a comunicação, com a imagem e deixava a gente trabalhar. Mas cobrava... nossa e como cobrava.
E era MUITO bom. E como não aproveitamos aqueles momentos!? Depois dessa empresa nosso nível de referência ficou muito alto. Isso foi bom e mal ao mesmo tempo. Pois a comparação foi inevitável.
Tínhamos uma realidade muito além da época e, ainda hoje, nenhuma empresa que já passei conseguiu chegar perto. O que hoje muitas empresas estão fazendo, já pensávamos e fazíamos no marketing, na comunicação, na inovação da gestão, na governança, na relação com o mercado, no pensar em fazer a diferença e buscar o novo.
Hoje se fala em ser disruptivo; mudança do mindset; sair do quadrado, da caixa...etc.
Passamos por tudo isso há mais de 12 anos...só não sabíamos o que era e nem tínhamos nomes tão eloquentes... A gente chamava de: “fazer diferente”; “inventar moda”; “criar pulga pra se coçar”... Não era visto como formas ‘orgânicas de cocriar’; nem de perceber os ‘Soft Skills’; nem marketing de ‘influência’; nem de buscar propósito ou pertencimento...etc. Mas era – exatamente - isso que se fez e podíamos ter feito muito mais... se a operação brasileira da empresa não tivesse sido vendida. Faz parte. Mas fizemos a nossa parte.
O mundo dá voltas! Olhando tudo isso, aprendi TRÊS grandes lições:
1ª – Se te chamam de ‘louco’, reúna forças, respire fundo, aperte o botão da escuta, aprenda a aprender, e vá em frente... pois você – com certeza – deve estar certo, só ainda não sabe...
2ª – Cultive pessoas. Não perca boas conversas por preguiça. Mantenha a mente aberta, mas brigue por boas ideias.
3ª – Seja bom, ético... Assim, quando reencontrar pessoas e colegas – anos depois - o que vai ser lembrado e sentido é a verdade do seu caráter. E não qualquer disputa que, por ventura, houvera.
Essa é a grande questão hoje nas nossas vidas e nas empresas... O tempo em que o mundo está dando voltas... diminui a cada ano.
E você? Que histórias vai poder contar? E como, vai ser lembrado?
Kátya Desessards | Inteligência Colaborativa | Mentoria corporativa, formadora e palestrante | Comunicação Empresarial e Relações Institucionais
Resolvedor de problemas, criando relacionamentos para gerar resultados. No que posso te ajudar?
5 aMuito bom Kátya parabéns pelo texto e obrigado por compartilhar esta vivência 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽