vidas negras deixaram de importar ou, na verdade, nunca importaram?
desde o ano passado tenho acompanhado alguns movimentos de pessoas pretas que atuam em diferentes áreas, fazendo coro a algo que hoje, em março de 2024 parece tá nítido pra quase todo mundo.
com o movimento vidas negras importam, que tiveram como estopim o assassinato de George Floyd pela polícia estadunidense, a discussão sobre a violência policial, mas também o racismo de forma estrutural ganhou força em todo o mundo, inclusive no Brasil.
os olhares para uma maior diversidade, equidade e inclusão também aumentaram, quase meio que forçando o ingresso de mais pessoas negras em várias organizações.
essas pessoas foram contratadas sem serem desenvolvidas, sem um plano de carreira e um número ínfimo de pessoas pretas hoje ocupam cargos de lideranças e de tomada de decisão. essas mesmas pessoas foram e estão sendo vomitadas nas primeiras oportunidades de demissões em massa.
quando falamos do universo de criadores de conteúdo e influenciadores, o lance fica ainda mais complicado. recentemente vários deles tem postado fotos de pessoas bancas em seus feeds para denunciar o racismo algorítimo. o que tem afetado bastante o número e volume de publicidades feitas por eles. ao que parece não tem sido mais interessante para as marcas trazer diversidade com pessoas pretas em suas campanhas. nem em novembro.
isso escancara um problema maior que é a profissionalização desses creators, que hoje dependem 100% de publicidades para gerar renda. a creator economy é um ecossistema com centenas de outras possibilidades, porem os creators principalmente os negros ainda não conseguem se enxergar e se desenvolverem como negócio, criando outras possibilidades de fonte de renda.
já profissionais da chamada economia criativa e cultura, tem reclamado da diminuição do volume de trabalhos e principalmente, da falta de diversidade nos bastidores das grandes campanhas e eventos de entretenimento ao vivo.
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se após o Vidas Negras Importam houve um esforço para reconhecer o talento desses profissionais e tentar absorvê-los, ao que parece, esse esforço ficou em segundo plano e voltamos para as fichas técnicas de antes do assassinato de George Floyd, quase inteiramente, formadas por pessoas brancas.
é horrível chegar a essa conclusão, principalmente porque ela culmina após um crime de assassinato de um dos nossos. mas no fim de tudo impressão coletiva, e não individual é que: a onda passou, quem surfou, quem não surfou não surfa mais.
não existe um interesse e esforço de fato, se desenvolver e investir Diversidade e Inclusão na maioria das organizações, por mais que inúmeras pesquisas comprovam que empresas diversas lucram mais, parece que as empresas querem lucrar em curtíssimo prazo chutando a diversidade de corpos, gênero e raça.
vidas negras vão continuar importando, pra nós pessoas pretas. não vão rolar mais “telas pretas” com hashtags.
desejo trazer um olhar mais otimista em breve.
International Visitor Leadership Program - IVLP 2024, MBA Management Project, specialization Political Science, undergraduate advertising and co founder JNP
10 mFoi só uma marolinha. Zero apoio e incentivo real!
Data and Tech Coordinator | ForbesBLK | Young Leader | Data Analytics | Storytelling | Digital Transformation | Business Intelligence | Insights | Big Data | Innovation | Data Solutions & Governance | Customer Centric
10 mótimos apontamentos gle, tenho pensado bastante nesse movimento mesmo