Vinhos húngaros: uma joia escondida na Europa.

Não é só de Tokaji que se vive a Hungria. Claro, apesar de ser o vinho holofote do país, a Hungria revela verdadeiros sabores que todo amante de vinhos deveria experienciar um dia na vida.

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História:

Há cem anos, os vinhos húngaros eram prestigiados por toda a Europa já que era um dos principais produtores. Inclusive toda a corte brindava suas taças com o famoso ouro líquido (vinho Tokaji) que até hoje é considerado um dos melhores vinhos do mundo.

Só que a viticultura lá é milenar, remonta aos tempos romanos e sobreviveu a inúmeros desafios políticos, religiosos e econômicos, incluindo o domínio islâmico durante o século 16 (quando o álcool era proibido) e a epidemia filoxera no final do século XIX.

Felizmente hoje o país voltou a ser uma referência de vinhos de qualidade no mundo todo graças a cultura tradicional somada a tecnologias modernas que trouxe maior visibilidade de suas 22 regiões vinícolas, principalmente as 4 principais: Villány, Nagy Somló, Eger e Tokaj.

Villány:

É uma região quente e ensolarada, famosa pelos seus tintos tânicos, encorpados e complexos. Suas vinhas são cultivadas em encostas, que oferecem condições ideais para a produção de excelentes Cabernet Sauvignon, Merlot e Kékfrankos que dão origem ao famoso “Bordeaux Blend”, que nada mais é que vinhos produzidos com o mesmo assemblage de Bordeaux, França.

Nagy Somló:

É conhecida por seus vinhos brancos secos complexos e elegantes. Mas também produz alguns vinhos doces, como o Szamorodni.

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Um dos vinhos mais famosos de Nagy Somló é o Juhfark, que significa "cauda de ovelha" em húngaro, em referência à forma alongada do cacho das uvas.

O Juhfark é um vinho branco seco, encorpado e complexo, com notas minerais distintas e uma acidez vibrante.

Além disso, seus vinhos brancos também são comparados aos franceses, mais especificamente ao Corton da Bourgogne. Não é pra menos, pois dividem da mesma altitude: Corton fica a 47,04 ao norte e Somló a 47,08 ao norte - embora estejam situados a 950 km (590 milhas) um do outro.

As variedades que mais se destacam nessa região além da Juhfark é a Furmint Olaszrizling e Sárfehér.

Eger:

Uma das mais frias do país. Entre os vinhos mais famosos, destaca-se o Bull’s Blood, que significa "sangue de touro" em húngaro.

É um tinto encorpado e complexo, produzido a partir de uma mistura de várias uvas, nenhuma delas chegando a 50% no assemblage: Portugeiser, Kadarka, Blauburger, Zweigelt, Cabernet Franc, Kékfrankos, Cabernet Sauvignon, Kékmedoc , Merlot e Pinot Noir! Recebeu seu nome após a lenda de que os defensores da cidade de Eger, cercados pelos turcos no século XVI, beberam este vinho para ganhar força e coragem.

Tokaj:

E por último a região mais emblemática do país. Famosa pelo seu vinho doce Tokaji, elaborado a partir da variedade Furmint, podemos dizer que esse vinho é mais do que especial: O nome do vinho Tokaji é uma verdadeira poesia aos ouvidos dos amantes de vinho. Sua origem remonta à região de Tokaj, no nordeste da Hungria, onde são produzidos os mais extraordinários vinhos Tokaji Aszú.

Estes vinhos são feitos a partir de uvas nobres, amadurecidas tardiamente e afetadas pelo fungo Botrytis Cinerea. Esse processo concentra a doçura e os sabores da uva, resultando em um vinho tão doce e sedutor como o mel. Não é de se surpreender que o vinho de Tokaj seja um dos tesouros mais cobiçados pelos apreciadores de vinho em todo o mundo!

Além da Furmint, outras variedades que se adaptaram na região foram: Hárslevelű Muscat e Kabar.

E aí, será que vale a pena se abrir para degustar esse país tão incrível no mundo dos vinhos?

Apreciar vinhos é uma arte de conhecer novas culturas através do paladar.

Espero que essa leitura tenha lhe despertado uma nova visão no mundo dos vinhos... para melhor sempre. Um abração da Barb.

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Sou Bárbara, especialista, educadora e empreendedora na La Vie Vinhos. Uma enófila lúdica que transformou sua vida utilizando o vinho como uma ferramenta de aprimoramento pessoal através de 3 pilares: Merecimento, elegância e romantismo. "Os vinhos nunca foram o fim, mas o meio".

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