Virando a própria chave

Sabe aquele momento em que você só precisa virar a chave? Então, funciona assim: às vezes leva muito tempo, muitas quedas, muita decepção, muita cobrança, muita vitimização, mas de repente você se dá conta que não está no chão. Você está numa situação muito privilegiada. Pode escolher o que fazer em cada minuto do seu dia. Isso a gente consegue nas férias e olhe lá... Se há filhos na parada, quem escolhe são eles. Mas tá acontecendo comigo agora.

Este 2019, que está sendo bom pra pouca gente, também me pegou. Não trabalhei ainda. E isso vinha roubando minha tranquilidade. Você pode não se dar conta, mas quando percebe está na onda da boiada, preocupada com emprego.  E eu me protegendo da culpa e das influências externas. Sou uma ótima profissional, por que não consigo ‘freelas’ como antigamente? Será que sou uma impostora?” Ler o artigo do Claudio Garcia, no Valor, que o Mauro Segura compartilhou, sobre a Síndrome do Impostor, até já tinha me tranquilizado quanto a isso. Ele mostra que se sentir impostor pode ser saudável. Mas vamos em frente. Nesse cenário em que me encontrava também tinha os momentos do “ainda bem”. Ainda bem que tenho casa própria, ainda bem que meus filhos estão em universidade federal.

Hoje fazendo a minha caminhada, com o céu e sol maravilhosos da seca que começa no cerrado, me dei conta de que o tempo, que nunca foi meu, hoje é totalmente meu. Posso usar como quiser – pra caminhar, dormir, ler, assistir um filme, conhecer pessoas legais por aqui, trocar conhecimento e estudar. Nunca estudei tanto depois que deixei a universidade. Nunca me senti tão “cutucada” no bom sentido. "Culpa" do Rodrigo Giafredo, com suas doses de #reflexõesacidas...rsrs.

Mas só posso, em maio de 2019, escolher o que faço com o meu tempo, porque eu trabalhei muito e soube fazer uma coisa que nem todo mundo sabe (eu sempre soube): investir no amanhã. Como? Guardando, economizando, fazendo o velho e bom “pé de meia”.

Então, virei a chave! O dia é de gratidão pelo tempo que eu gastei e investi pra poder usar o meu tempo hoje. Enquanto aguardo pintar um trabalho desafiador, que me impulsione, vou seguir escolhendo o que fazer, o que viver e tomando café com quem partilha da minha jornada e com quem pode passar a fazer parte. Topa um café? 

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