Visão do Gestor BB Asset

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Global

Mercados internacionais na semana passada exibiram desempenho positivo, mas com ganhos concentrados nos países desenvolvidos. 

Dados sólidos de atividade econômica nos EUA, a perspectiva de desinflação global mais rápida a partir da queda relevante dos índices ao atacado e a leitura de que a sustentação do consumo das famílias (em razão do fortalecimento da renda real causada pela inflação menor) evitará a recessão têm sustentado o otimismo dos investidores. Porém, os números da indústria chinesa ainda fracos e a continuidade da depreciação de sua moeda limitaram o entusiasmo com os ativos emergentes. 

O índice de bolsa global subiu 0,9%, particularmente impulsionado pela alta de 3,0% dos mercados europeus; o índice dos mercados emergentes, em sentido contrário, caiu 0,5%, prejudicado na semana pelo desempenho de Brasil e Ásia. O dólar global fechou estável, mas valorizou-se frente às moedas emergentes (+0,5%), especialmente frente à moeda chinesa (+1%). Finalmente, os preços de commodities no agregado caíram 1,2%, tendo as altas do petróleo Brent (+1,9%) e minério (+1,5%) sido contrabalançadas pela queda do cobre (2,6%) e milho (12%, reagindo à melhora do clima nos EUA).

Nossa visão de curto prazo para o mercado global está um pouco mais cautelosa. O avanço dos mercados nas últimas semanas parece ter apreçado um quadro de crescimento econômico e de trajetória de inflação mais favorável que nossas projeções. Ainda esperamos certa desaceleração da economia global e relativa resistência da inflação de serviços nos países avançados, fatos que podem desapontar parte dos investidores.

Bolsas asiáticas/latinas, moedas emergentes apoiadas no juro alto e compra dos spreads high yield americanos, além de posição vendida em bolsas dos países desenvolvidos, são teses que julgamos com potencial de ganho.

Doméstica 

O mercado doméstico exibiu desempenho neutro na semana passada. O Ibovespa caiu 0,7%, prejudicado, especialmente, pelo fraco desempenho dos setores de papel e celulose e varejo. O Real, após certa oscilação, fechou o período estável a R$ 4,79, encerrando o mês com valorização de quase 6%. Por fim, a curva de juros fechou na média quase 25 pontos: a Ata do Copom mais flexível e o IPCA-15 bem comportado favoreceram o fechamento do segmento curto; a manutenção das metas de inflação nos seus níveis atuais pelo Conselho Monetário Nacional contribuíram para a queda dos juros dos vértices médio/longo. 

O contínuo progresso do cenário econômico doméstico, particularmente a respeito da redução do risco inflacionário, e um cenário global ainda benigno seguem favorecendo os ativos internos. Porém, a volatilidade dos preços de commodities, dúvidas com a economia da China e alguma incerteza em relação aos resultados corporativos de algumas empresas de varejo limitaram os ganhos na semana passada. 

Nossa visão para o mercado doméstico segue benigna. Inflação em queda e ativos internos - em geral - ainda com preços atrativos e fluxo por receber são pontos positivos. Além disso, esperamos manutenção do atual melhor ambiente de incertezas e apenas gradual e lenta desaceleração da atividade econômica.

Na Bolsa, nossa exposição está mais alta, preferindo a posição no índice Ibovespa e em small caps, além de em papéis com elevado dividend yield. Ainda temos posição no Real, que deve continuar a se favorecer do carry trade e da sólida performance das contas externas. Finalmente, na Renda Fixa, mantemos a exposição ao segmento médio e longo da curva prefixada, além de termos elevado posição aplicada (seletivamente) no crédito privado.

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