Visão do Gestor

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Global

Os mercados internacionais exibiram bom desempenho na semana passada, apesar da forte alta dos preços do petróleo e de dados fracos da economia americana. O índice de bolsa global subiu 1,0%, com destaque à alta de 1,3% do S&P 500. Na mesma linha, o dólar se desvalorizou 0,2% frente às principais moedas do mundo, especialmente o iene (0,7%). Finalmente, observou-se queda dos juros dos títulos americanos, entre 10-15 pontos nos segmentos de 02 e 10 anos.

A alta significativa dos preços do petróleo (7%) - em razão dos cortes de produção da OPEP - não trouxe tensão aos mercados, já que sinais de desaceleração gradual da economia americana (o que pode ajudar no controle inflacionário) e dados robustos na China trouxeram certa tranquilidade.

Nossa visão de curto prazo para o mercado global é moderadamente positiva. Nossa hipótese é que no decorrer das próximas semanas a tensão bancária refluirá, reagindo à oferta de liquidez provida pelos bancos centrais. Além disso, esperamos que a atividade global persista em nível satisfatório neste trimestre, reduzindo os temores de recessão. Finalmente, apesar de esperamos inflação ainda elevada, não acreditamos que os bancos centrais voltarão a ser agressivos na condução de suas políticas monetárias. Bolsas asiáticas, moedas emergentes e commodities são as classes de ativos com relevante potencial de recuperação.

Doméstica

Os ativos brasileiros tiveram desempenho misto na semana passada. O Ibovespa fechou em queda de 2,8%, acumulando queda de 8,1% no ano. Por sua vez, o Real fechou praticamente estável frente ao dólar na semana, dinâmica próxima dos seus pares emergentes.

Finalmente, a curva de juros - reagindo à sinalização do Copom de manutenção por prazo longo da Selic - exibiu perda de inclinação, tendo segmento curto se elevado por 10 pontos e o longo cedido aproximadamente 08.

O ambiente global razoavelmente positivo e sinais de redução das pressões inflacionária favoreceram a dinâmica dos ativos domésticos na semana passada. Porém, alguma incerteza doméstica ainda presente limita os ganhos e pressiona negativamente certos ativos de renda variável.

Nossa visão de curto prazo para o mercado doméstico é neutra. Inflação em queda e ativos internos - em geral - sendo negociados a preços descontados são pontos positivos. Mas a esperada desaceleração econômica e o cenário de incertezas ainda presentes limitam, por ora, o potencial de alta. Na Bolsa, nossa exposição é moderada: preferimos alguns papeis voltados à reabertura de China e alguns ativos mais defensivos (shoppings, por exemplo) para equilibrar o portfólio. Temos posição no Real, que deve se favorecer do carry trade e da valorização das commodities. Finalmente, na Renda Fixa, optamos por manter a exposição ao segmento médio curto da curva prefixada.

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