Visão Sistêmica

Visão Sistêmica

É muito comum ouvirmos ou lermos sobre os problemas com o manejo de tempo e a relação com o controle inibitório e a falta de planejamento. Talvez, porque numa perspectiva localizacionista, o manejo de tempo estaria restrito às funções executivas. Mas os avanços nas descobertas quanto ao funcionamento cognitivo vêm mostrando que devemos considerar a complexidade da estrutura e a mobilidade existente entre as áreas funcionais. Traçando o perfil cognitivo de um adulto e realizando o raciocínio clínico a partir do seu funcionamento descendente, ou seja, da 3ª unidade funcional (centro executivo) para a 2ª unidade funcional (armazenamento), foi possível observar que o sintoma envolvendo o manejo de tempo não era amplamente compreendido dentro das expressões coletadas para o funcionamento executivo. Ao expandir o estudo do manejo de tempo para as questões perceptuais de consciência temporal, velocidade de processamento e abstração perceptiva, foi possível perceber que, as habilidades que crescem ao longo da terceira infância, mantiveram desempenhos abaixo do esperado.

Portanto, na vida adulta, com a alta demanda de gerenciamento, o examinando se mostra pouco organizado, cansado e desmotivado em continuar seus projetos. Notem que, a tarefa invariável testada na avaliação, foi analisada dentro de diversos mecanismos invariáveis como propôs Luria nos estudos sobre As Unidades Funcionais do Cérebro. Vejam também, que ela não foi compreendida de forma isolada, dentro de um teste específico. O manejo de tempo impactado nesta avaliação, tem relação com prejuízos na abstração do processamento temporal, que levam o examinando a apresentar problemas na ordem e no significado das informações armazenadas. Então, quando precisa gerenciar retrospectiva e antevisão na memória de trabalho, o processamento sobrecarrega, lentifica e perde engajamento.

Nesta visão sistêmica e de complexidade crescente, conseguimos assertividade na construção da hipótese e maior segurança no protocolo da demanda. O olhar clínico fica protegido daquelas conclusões simplistas e localizacionistas: “ahhh é problema de controle inibitório.

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