Você está sendo produtivo?

Somos cobrados por muita coisa. É preciso estar em dia com as contas, com a balança, com os relacionamentos, com o auto desenvolvimento, com as notícias. E ainda, pasmem, ser produtivo.

A falta de foco não é um problema novo, claro. Mas parece que esse problema tem rondado na surdina até os profissionais mais competentes. Por quê? Será que é a pandemia? Será que é o excesso de informação? Será que são as incertezas econômicas? Será o excesso de vídeos na internet falando exatamente sobre como ser mais produtivo que nos fazem perder horas de forma improdutiva?

Fazer muitas coisas não quer dizer ser produtivo. A impressão que tenho é que é comum fazer uma infinidade de coisas, mas raramente somos produtivos com isso. Isso porque ser produtivo, pressupõe que transformamos algo, afinal produzimos algo. Se não é físico, é um serviço, é um bem de qualquer natureza. Mas, o que ao final do dia de hoje você poderá dizer que produziu de fato?

Desconte as notícias sobre política, sobre o futebol, sobre as personalidades e sobre o triste cenário da saúde pública. Desconte as conversas rasas dos cafezinhos, as piadas sobre o churrasco que se aproxima (apesar da pandemia). Desconte os emails que respondeu de forma mecânica, os procedimentos de rotina, as coisas que uma máquina poderia ter feito e as coisas que você já poderia ter delegado para outro. Retire também as coisas que fez e teve que refazer que terá que fazer novamente, ou que alguém o precisará um dia. Desconte as coisas que você fez sem acreditar muito, as coisas que fez sem concordar, que fez sem querer fazer ou que outro facilmente teria feito tão bem quanto.

O quê, de fato, terá produzido no final do dia? Algo de que possa se orgulhar! Há um motivo para eu estar escrevendo esse texto no início da manhã. Não quero que ele seja uma triste constatação. Quero que ele tenha sido uma reflexão que mudou o curso do dia! Hoje é sexta-feira. Pode se mais uma #sextou, ou pode ser aquele excepcional início de postura nova! Boa sorte!