Você já encontrou um Psicopata Corporativo na sua empresa?
Já se vão mais de dez anos desde que o termo “psicopata corporativo” chegou com força ao Brasil e assustou muita gente. Foi na reportagem icônica, assinada por Maurício Horta e publicada pela revista Superinteressante em 2011, que tivemos uma grande exposição sobre o tema que, até aquele momento, estava escondido nas organizações.
Desde então, novas e amplas pesquisas corroboraram o que todo mundo já pressentia, mas tinha medo de debater no cafezinho da empresa: convivemos diariamente com psicopatas no ambiente laboral.
Diferentemente do traço subclínico, a psicopatia como transtorno de personalidade antissocial (TPAS) está listada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), um instrumento mantido e publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estudos estimam que entre 0,5% e 3% da população mundial seja acometida por transtornos de personalidade antissocial, e os mesmos levantamentos indicam que esse percentual é ainda maior dentro das companhias americanas, podendo chegar a 3,95%.
Isso quer dizer que, se usarmos a mesma proporção para avaliar uma empresa brasileira com mil funcionários, cerca de cinquenta profissionais podem ser psicopatas. É muita gente!
Mas tenha calma. Antes de olhar para seus colegas de trabalho com certo receio, precisamos dizer que nem todo psicopata é um assassino perverso, iguais àqueles de livros, filmes e seriados, como o dr. Hannibal Lecter, personagem criado por Thomas Harris na obra O silêncio dos inocentes, ou Dexter Morgan, anti-herói levado para a tv a partir da adaptação dos romances de Jeff Lindsay.
Apesar de existirem casos tão escabrosos na realidade que até parecem ficção, como o assassinato de um funcionário pelo chefe em 2022 na região metropolitana de Porto Alegre, sob a alegação torpe de o colaborador estar tomando café durante o expediente, eles são, felizmente, a minoria.
Boa parte dos psicopatas corporativos é formada por pessoas com extrema falta de empatia e que não sentem remorso por mentir, puxar o tapete de colegas e até cometer delitos para conquistarem o que almejam.
A habilidade em mascarar seus traços predatórios com qualidades aparentemente desejáveis de liderança, como carisma e persuasão, complica ainda mais a identificação e a gestão desse problema. Isso é exacerbado por uma cultura que, em muitos casos, valoriza e glorifica comportamentos agressivos e dominadores, tipicamente associados ao sucesso empresarial, sem considerar os custos humanos e éticos subjacentes.
De acordo com Katarina Fritzon, uma das autoras do livro Corporate Psychopathy: Investigating Destructive Personalities in the Workplace, psicopatas corporativos têm capacidade de encantar, manipular e enganar e, por essa razão, muitos líderes psicopatas alcançaram virtual sucesso na carreira.
A pesquisadora considera ainda que alguns dos motivos para o trabalho contraproducente, e até para a sabotagem vindas de profissionais com traços sombrios subclínicos, incluem fatores como ganância, vingança, inveja e busca de poder. Já para psicopatas patológicos o desejo de dominação é mais estimulante, promovendo a autossatisfação independente dos estragos e consequências causados à vida alheia.
Para Anderson Tamborim, autor do livro Introdução à psicologia de análise de personalidades, existem três características observáveis em psicopatas e que podem ajudar no diagnóstico e na aplicação de um modelo de avaliação em processos de seleção nas empresas:
· Ousadia: Tem essa característica indivíduos munidos de autoconfiança, bons em tolerar o estresse e o perigo. Eles não sentem medo nem se importam com as consequências de seus atos.
· Desinibição: Falta às pessoas que têm esse atributo o controle do próprio impulso. Elas apresentam fraco controle e construção de afeto, buscando gratificações instantâneas em vez de desenvolverem um envolvimento duradouro para conquistarem o que buscam.
· Maldade: Indivíduos com esse traço fazem uso da crueldade para obter o que desejam. Desprezam relações íntimas, desafiam constantemente a autoridade e exercem uma busca destrutiva da excitação.
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Recrutadores cientes dessas características podem identificar candidatos psicopatas ao fazer uma análise de linguagem corporal, verificando se ela está condizente com o que é falado, por exemplo, quando o profissional conta um fato triste de sua vida pessoal sem demonstrar nenhuma reação corporal. Outra ação que auxilia nessa detecção é pedir referências de empregos anteriores, dizendo que entrará em contato com antigos colegas e ex-líderes do candidato. Geralmente, o psicopata, que inventou uma trajetória de sucesso, tentará se esquivar de todas as maneiras para evitar que suas mentiras sejam descobertas.
Se existirem graus elevadamente comprovados dessas características, podemos deduzir que estamos diante de um indivíduo com disfunções patológicas e que pode trazer algum risco ao convívio social e corporativo.
Isso porque o um psicopata apresenta diferenças consideráveis na amígdala cerebral, área do lobo temporal responsável por processar e regular nossas emoções, tornando-o alheio e indiferente a situações trágicas, como acidentes com muitas mortes, chacina de crianças ou violência contra animais.
Dotado, portanto, de reações muito mais racionais, adivinha quem sobressai quando é necessário fazer demissões em massa, passar por cima de regras para atingir metas e até infringir leis para garantir os objetivos das empresas? Os chefes psicopatas!
É exatamente pela ausência de escrúpulos, atributo considerado muitas vezes pelas companhias como “gana” ou “alta proatividade”, que os psicopatas corporativos atingem cargos mais altos em ambientes que estimulam a competição e a concorrência entre colegas.
Um dos exemplos mais conhecidos de psicopatas corporativos é o de Jordan Belfort, um ganancioso homem de negócios que aplicou inúmeros golpes ao sistema financeiro americano nos anos 1980 e que foi brilhantemente interpretado por Leonardo DiCaprio no filme O lobo de Wall Street.
Mas não precisamos ir tão longe para encontrar casos de fraudes, subornos e corrupção. Em grandes empresas sediadas no Brasil também foram descobertas manipulações feitas por psicopatas corporativos que prejudicaram e causaram danos relevantes ao mercado.
Quantas gigantes do varejo, de milhas aéreas e de outros ramos não caíram após seus executivos terem confessado malabarismos operacionais, fiscais e contábeis para enganar clientes e investidores? Incontáveis!
Assim como não é incomum encontrarmos profissionais com tendências psicopatas destruindo a saúde mental de seus próprios times para continuar recebendo gordos bônus financeiros ou para ficar mais perto do tão almejado cargo de evidência.
E você já encontrou com esse perfil na sua empresa?
Organização e melhoria de Processos Gerenciais / Gestão de Contabilidade / Adm e Financeiro / RH / TI / Auditoria / Gestão Projetos ERP / Desenvolvimento Organizacional / Professor Contabilidade e Adm de Empresas.
6 dJá rsss 😃 E para ser com mais emoção e intenso, trabalhei com 4 ao mesmo tempo.
Direção de Arte - Design Gráfico - Arte-Final Sênior
6 dEm agências de publicidade está cheio deles.
Operador de ETE l Takasago Vinhedo São Paulo Brasil.
1 semLidar com comportamentos difíceis no ambiente de trabalho pode fortalecer sua resiliência e capacidade de enfrentar situações adversas.
Professora / Auxiliar de Classe. Licenciada em Pedagogia.
2 semSim, estou desempregada por causa de uma "abençoada", desse tipo!
Auxiliar Administrativo - PCD
2 semMuito útil