Você já parou para pensar como a Inteligência Artificial (IA) está transformando a educação?

Você já parou para pensar como a Inteligência Artificial (IA) está transformando a educação?

Nos últimos anos, a IA tem se mostrado uma força poderosa, moldando diversos aspectos da nossa vida cotidiana. No contexto educacional, essa tecnologia traz não apenas oportunidades, mas também desafios que devemos considerar.

O que é IA e por que estamos falando sobre ela?

A inteligência artificial (IA) é uma área da ciência da computação que desenvolve tecnologias permitindo que computadores executem funções avançadas, como resolução de problemas, análise de dados e muitas outras possibilidades. Cada vez mais, a IA faz parte do nosso cotidiano, muitas vezes de forma invisível, como nos caixas de autoatendimento em lojas ou bancos. Uma das inovações mais recentes é o ChatGPT, lançado em 2022 pela OpenAI nos Estados Unidos mas popularizado no ano seguinte, que é capaz de responder a diversos tópicos em uma conversa, simulando a interação humana. Isso mudou para sempre a forma que nos relacionamos, executamos nossas obrigações corriqueiras e até nossa percepção do próprio tempo, tendo em vista que agora temos respostas para -quase- tudo em um “clicar de dedos”.

Como surgiu a inteligência artificial?

A IA, como conhecemos hoje, foi amplamente difundida na década de 50, mas há registros muito mais antigos que revelam as intenções ancestrais do ser humano em criar seres mecânicos que reproduzam habilidades humanas. Na Grécia Antiga, existiam mitos que falavam da criação de seres artificiais por artesãos. Hefesto, o deus do fogo e da metalurgia, era retratado como criador de artefatos de metal para auxiliá-lo em suas tarefas. Embora essas representações não possam ser consideradas como inteligência artificial, elas refletem o desejo milenar do homem de desenvolvê-la. Essa possibilidade, no entanto, só se concretizou em 1943, quando Walter Pitts e Warren McCulloch fizeram uma importante contribuição à ciência com o conceito de neurônios artificiais, propondo um modelo matemático simplificado para representar o funcionamento dos neurônios no cérebro.

Essa ideia revolucionária possibilitou a construção de redes neurais artificiais, sistemas compostos por muitos neurônios interconectados que podem aprender a partir de dados e aprimorar seu desempenho ao longo do tempo. Mais tarde, o inglês Alan Turing, considerado o pai da ciência da computação, publicou um artigo intitulado "Computing Machinery and Intelligence" (Máquinas Computacionais e Inteligência), onde desenvolveu o famoso "Teste de Turing", conhecido como “jogo da imitação”. A ideia de Turing era provocar reflexões e discussões sobre como uma máquina poderia enganar um ser humano. Segundo o Instituto de Física de São Carlos (USP):

“O teste consistia em uma pessoa, um computador e um interrogador humano (juiz) mantidos em salas separadas, podendo apenas se comunicar por texto impresso. A máquina e o ser humano manteriam uma conversa, e o juiz deveria analisar o conteúdo e tentar distinguir qual é a máquina e qual é o ser humano. Poderia a máquina imitar o pensamento humano e confundir o juiz?”

Esse estudo abriu caminho para que muitas pesquisas e investigações fossem realizadas no campo da computação e ciência de dados, contribuindo amplamente para o desenvolvimento da inteligência artificial que conhecemos atualmente.

O Impacto da IA na Educação

Embora a inteligência artificial tenha uma longa trajetória de desenvolvimento, a IA que conhecemos é ainda recente. Devido às constantes atualizações e à sua multidisciplinaridade, é difícil prever seu impacto e efeitos a médio e longo prazo. Contudo, no ambiente acadêmico, já observamos algumas aplicações significativas. Segundo a UNESCO, sua relevância se destaca em duas frentes:

  1. Personalização da Aprendizagem: A IA permite que o ensino se adapte às necessidades individuais dos alunos.
  2. Melhoria do Desempenho: Ela pode auxiliar na gestão escolar, promovendo um ambiente de aprendizado mais eficaz.

Aplicações Práticas da IA

A Inteligência Artificial pode transformar a experiência de aprendizagem de diversas maneiras. Um exemplo é a telepresença, que beneficia estudantes enfermos ou com limitações físicas e mentais, permitindo que eles mantenham a continuidade dos estudos em casa. Essa abordagem personaliza a experiência de aprendizado, pois os professores conseguem entender melhor as necessidades específicas de cada aluno, contribuindo para seu desenvolvimento individual.

Além disso, plataformas digitais têm se mostrado ferramentas valiosas na nova era da educação. Quando utilizadas para ajudar alunos a esclarecer dúvidas fora da sala de aula, como o ChatGPT, essas tecnologias estimulam o pensamento crítico. .uma vez que é muito mais eficaz se a pessoa souber formular perguntas. Isso possibilita que o aluno não apenas memorize respostas, mas desenvolva uma linha de raciocínio, tornando o aprendizado mais efetivo.

As instituições educacionais estão se adaptando a essa nova realidade, como por exemplo:

  • Faculdade Multivix (Espírito Santo): Criou um aplicativo que centraliza quase todos os serviços acadêmicos, oferecendo acesso a aulas virtuais, biblioteca digital e interações com a assistente virtual “Malu”.
  • Senac: Possui laboratórios de tecnologia e inovação que utilizam IA para gerar códigos de programação e produzir conteúdos diversos, como textos e materiais artísticos, enriquecendo as atividades dos cursos.

Qual é o limite?

Com inúmeras possibilidades ainda a serem exploradas, não podemos ignorar as incertezas que a IA traz para o futuro. Sabemos que ela promoverá impactos significativos na educação, mas ainda não conhecemos as consequências de suas contrapartidas. Na mesma medida em que vivenciamos uma nova realidade em que o aprendizado está mais acessível, também vemos uma onda de trabalhos e provas entregues por alunos essencialmente feitos com IA, o que prejudica a qualidade de ensino. Uma certeza é que não podemos ou devemos ignorá-la; será necessário preparo e cuidado, especialmente no que diz respeito aos limites éticos.

No Brasil, enfrentamos um cenário de grande desigualdade social; em algumas regiões, a falta de energia elétrica ainda é uma realidade. Portanto, é imprescindível garantir uma infraestrutura que suporte esses avanços digitais. Outro fator fundamental para que a IA possa ser integrada nas escolas é o investimento na formação de professores que saibam dominar essas ferramentas, permitindo que eles orientem os alunos com segurança.

Conclusão

A Inteligência Artificial está reformulando a educação de maneiras que antes pareciam impossíveis. Ao integrar essas tecnologias inovadoras, podemos não apenas potencializar o aprendizado, mas também preparar os alunos para um futuro digital repleto de oportunidades. Que papel você acredita que a IA deve desempenhar na educação do amanhã?

Gabriel Cavalcanti

Técnico em Óptica | Consultor de vendas | DNP Ótica

1 m

Ótimo artigo!

Waldyr Luis Pilli

Diretor Financeiro/CFO/Controller/Diretor de Controladoria/Diretor de Planejamento Financeiro/Diretor de FP&A

1 m

Artigo bem didático a respeito do tema. Vale a leitura 👏

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