Você sabe o que é Open Finance?

Segundo o Banco Central do Brasil (BCB), o Open Finance é a ampliação do Open Banking. No Brasil, o Open Banking começou a ser implementado em fevereiro de 2021, com o lançamento da primeira fase do projeto pelo BCB. Nesta primeira fase, as instituições financeiras autorizadas pelo BCB começaram a disponibilizar APIs (Application Programming Interface - Interface de Programação de Aplicação) para compartilhamento de dados de clientes, permitindo que eles compartilhem informações sobre suas contas bancárias com outras instituições financeiras de forma segura e controlada.

O projeto mudou de nome para mostrar a sua maior abrangência, que inclui não somente informações sobre produtos e serviços financeiros mais tradicionais (como contas e operações de crédito), mas também dados de produtos e serviços relacionados a investimentos, e, futuramente, os referentes a câmbio, credenciamento, seguros e previdência.

Desta forma, Open Finance, ou sistema financeiro aberto, é o compartilhamento padronizado de dados e serviços financeiros por meio da integração de sistemas entre instituições participantes e autorizadas pelo Banco Central do Brasil.

Na prática, clientes pessoa física ou jurídica de produtos e serviços financeiros terão a liberdade de compartilhar o histórico financeiro. Informações que podem ser compartilhadas entre as instituições participantes e autorizadas pelo BCB:

• contas que foram pagas,
• o tipo de cartão,
• limites disponíveis,
• empréstimos contratados,
• produtos contratuais e muito mais.

Este compartilhamento será feito de forma voluntária, segura e gratuita.

Com estes dados, a instituição financeira poderá oferecer recomendações mais convincentes, como serviços extras, isenções de cartão de crédito, taxas de crédito mais baixas ou melhores condições de renovação. Isso significa que uma pessoa poderá, por exemplo, usar as informações financeiras que possui em um banco para contratar seguros ou planos de previdência com melhores condições em outras instituições participantes, bem como ter acesso a melhores taxas na contratação de produtos cambiais.

Na Entrelinhas... deste mês, vamos dialogar sobre o open finance, pois nem sempre o óbvio está ao alcance dos nossos olhos.

Open Finance é um conceito que se refere à abertura e compartilhamento de dados financeiros entre diferentes instituições financeiras e prestadores de serviços, com o consentimento dos clientes. Similar ao conceito de Open Banking, o Open Finance vai além, incluindo não apenas informações sobre contas bancárias, mas também dados de investimentos, seguros, previdência privada e outros produtos financeiros.

Essa abordagem visa promover maior #transparência, #competitividade e #inovação no setor financeiro, permitindo que os clientes tenham mais controle sobre seus dados e possam compartilhá-los de forma segura e conveniente com terceiros, como fintechs, startups e outras instituições financeiras.

Com o Open Finance, os clientes podem autorizar o acesso a seus dados financeiros por meio de APIs, facilitando a integração de serviços financeiros e possibilitando o desenvolvimento de soluções personalizadas e inovadoras para atender às necessidades dos consumidores.

Em resumo, o Open Finance representa uma evolução do Open Banking, ampliando o escopo de compartilhamento de dados financeiros e promovendo um ecossistema financeiro mais aberto, colaborativo e centrado no cliente.

No Brasil, o movimento de Open Finance está em fase inicial, mas está ganhando impulso rapidamente. Desde a implementação do Open Banking em fevereiro de 2021, o país tem avançado no sentido de expandir o escopo do compartilhamento de dados financeiros para incluir outros produtos e serviços além das contas bancárias.

Em junho de 2021, o Banco Central lançou uma consulta pública para discutir a implementação do Open Finance no país. Essa consulta teve como objetivo reunir contribuições e sugestões de diversas partes interessadas, incluindo instituições financeiras, fintechs, reguladores e consumidores, para a definição das regras e diretrizes do Open Finance no Brasil.

O Open Finance tem o potencial de revolucionar o setor financeiro brasileiro, promovendo maior concorrência, acesso a serviços financeiros mais diversificados e personalizados, além de estimular a inovação e o desenvolvimento de soluções financeiras mais eficientes e acessíveis para os consumidores.

O processo é todo digital e realizado dentro de um ambiente seguro, seguindo etapas e regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Etapas do compartilhamento de dados:

• Consentimento: O cliente informa que deseja que seus dados sejam incluídos no sistema financeiro aberto, especifica em qual instituição eles estão, quais dados serão coletados e por quanto tempo;
• Autenticação: Usa-se login e senha para acessar sua conta bancária ou outra instituição financeira;
• Confirmação: O cliente confirma que autoriza o compartilhamento das informações;
• Validade: A instituição que recebe os dados confirma que o compartilhamento foi bem-sucedido. O cliente acessa a área Open Finance do seu banco, preenche o formulário e segue os passos para concluir o compartilhamento de seus dados.

Sempre que o cliente desejar, a qualquer hora e em qualquer lugar, poderá compartilhar dados com a instituição escolhida de forma totalmente gratuita.

O Open Finance gera a inclusão financeira de todo o público através da inovação e eficiência, otimizando custos operacionais das instituições financeiras. Conforme se tem acesso a mais dados de um cliente, é possível personalizar soluções, diminuir custos de tarifas e taxas de juros sobre financiamentos.

Embora ainda haja desafios a serem superados, como questões relacionadas à segurança e privacidade dos dados, o movimento de Open Finance no Brasil está avançando de forma positiva e promissora, com o potencial de transformar a maneira como os serviços financeiros são oferecidos e utilizados no país.

Algumas experiências pelo mundo:

📝 O Reino Unido é um dos pioneiros no movimento de Open Banking e Open Finance. Desde 2018, o Open Banking está em vigor, permitindo que os consumidores compartilhem seus dados financeiros entre diferentes instituições. O país tem visto uma explosão de inovação no setor financeiro, com o surgimento de várias fintechs e startups que oferecem uma ampla gama de serviços baseados em dados financeiros.

📝 A União Europeia também está avançando no sentido do Open Finance, com iniciativas como a Diretiva de Serviços de Pagamento revisada (PSD2), que introduziu requisitos de compartilhamento de dados entre instituições financeiras. Países como Holanda, Alemanha e Suécia estão entre os que estão implementando o Open Finance de maneira mais ativa.

📝 A Austrália também está adotando medidas para promover o Open Banking e Open Finance. O governo australiano implementou o Consumer Data Right (CDR), que permite que os consumidores compartilhem seus dados financeiros com terceiros de forma segura e controlada.

📝 O Canadá está explorando o potencial do Open Banking para promover a concorrência e a inovação no setor financeiro. Embora ainda não tenha implementado regulamentações específicas de Open Banking, o país está em processo de consulta e desenvolvimento de políticas nesse sentido.

A experiência internacional com o Open Finance tem sido geralmente positiva, com benefícios como maior escolha e conveniência para os consumidores, estimulação da concorrência e inovação, além de oportunidades para o desenvolvimento de novos modelos de negócios e parcerias entre instituições financeiras e fintechs.

No entanto, também há desafios a serem enfrentados, como questões relacionadas à segurança e privacidade dos dados, interoperabilidade entre sistemas e padronização de APIs.

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Não perca as atualizações e um forte abraço!

Sobre o autor 

Mais de 20 anos de experiência na docência no ensino superior, autor de diversos livros, com destaque para Matemágica das finanças: o que você precisa saber antes de começar a investir, Matemática financeira e Educação financeira não é um bicho-de-sete-cabeças. Palestrante e recentemente foi selecionado para o Programa Oficial Editoriais do LinkedIn.

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