Open Finance: o próximo passo da abertura do sistema bancário
No início de setembro deste ano, por meio da Resolução BCB n° 138, o Banco Central do Brasil deu início a uma das etapas mais ambiciosas do processo de abertura do sistema bancário nacional e que visa integrar, além dos serviços bancários tradicionais, indicadores de taxas de câmbio, análise das condições de ativos financeiros, comparativos entre financiamentos, oportunidades no mercado de crédito e iniciar o processo de disrupção para um movimento ainda mais amplo: o open finance, que promete mudar a forma como consumidores e empresas usufruem de serviços financeiros no país.
De modo objetivo, estamos falando de uma grande rede interligada de dados compartilhados – sempre com o aval de clientes – que possibilita, dentre outros pontos, movimentações mais ágeis entre instituições bancárias, uma metodologia customer centric na qual o consumidor tem pleno controle e autonomia sobre seus dados, maior oferta de serviços digitais e ágeis, e, consequentemente, uma maior competitividade no setor financeiro.
Todos esses pontos combinados, por sua vez, tendem a aumentar a qualidade dos produtos bancários e de fintechs, contribuir para a redução de custos e taxas nos mais diversos serviços – que contarão também com prazos mais flexíveis e condições de contratação mais convidativas –, além de potencializar ainda mais o movimento de fragmentação do mercado financeiro no país que, por décadas, se concentrou nos principais bancos do país.
Mas qual a principal diferença entre o Open Banking e o chamado Open Finance?
Basicamente, enquanto o Open Banking, em sua fase inicial, possibilitou a abertura de dados informações básicas e permitiu o avanço de serviços importantes como o PIX e transações de pagamento, o Open Finance abarca toda uma gama de serviços financeiros complexos – e que não são oferecidos somente pelos bancos tradicionais – como produtos de previdência, seguros, investimentos, crédito e câmbio.
Todo esse movimento de transformação, por sua vez, está ancorado em uma infraestrutura tecnológica avançada e complexa que inclui a criptografia de dados, camadas avançadas de cibersegurança, uso de blockchain e de APIs.
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Pensando, aliás, na maior e melhor oferta de produtos e serviços financeiros, vale destacar também a entrada de novos modelos de negócio que contribuem para a intermediação entre clientes e os serviços de bancos e fintechs.
Dentro desse cenário, temos, por exemplo, o avanço de plataformas inteligentes que mapeiam e comparam serviços oferecidos por instituições financeiras e empresas que realizam o processo de intermediação entre bancos e clientes favorecendo, por exemplo, a conquista de melhores condições em linhas de crédito, financiamento e investimentos.
Desafios e oportunidades
Sem dúvidas, todo esse processo de transformação traz consigo alguns desafios importantes, os quais envolvem desde uma mudança cultural do ambiente de consumo nacional e questões regulatórias que seguem em avanço e que garantem transparência e segurança para os clientes deste novo mercado.
O fato é que, como esse movimento, encabeçado pelo Banco Central e oxigenado por fintechs, bancos digitais e instituições tradicionais que vem investindo em seus processos de digitalização, o sistema financeiro brasileiro já vem despontando como um dos mais inovadores do mundo, está abrindo novas possibilidades que já se fazem ver no presente e que devem transformar toda a dinâmica econômica em um futuro próximo.
E o melhor: tudo isso com o cliente – consumidores finais e empresas – sendo colocados, de fato, em primeiro lugar!