Woody e sua jornada de autoconhecimento e transformação em Toy Story
Crédito: Pixar Disney

Woody e sua jornada de autoconhecimento e transformação em Toy Story

Provável que muitos de nós, em algum momento, já fomos tocados por uma história de desenho animado. Mas tem uma em especial que, acredito eu, ultrapassa as barreiras da animação infantil pra tocar também os adultos: Toy Story. Com personagens como Woody, Buzz, Betty, Rex, Sr. Cabeça de Batata, Jessie e tantos outros, a série de filmes aborda temas profundos e universais que se aplicam diretamente à nossa vida e ao nosso crescimento individual, uma metáfora poderosa pra jornada de inteligência emocional. Ah, alerta de spoiler pra quem não assistiu e de #textão 😬

Resumão:

  1. Autoconhecimento é um “mal” necessário na vida.
  2. Autoaceitação é um processo, não um destino.
  3. Flexibilidade e adaptabilidade são habilidades comportamentais essenciais para o crescimento.
  4. Coragem não é ausência de medo, mas agir apesar dele.
  5. O cuidado faz a diferença em qualquer relacionamento, inclusive o com você mesmo.


Woody, o xerife, é um líder incontestável entre os brinquedos de Andy, ele é a imagem perfeita de um líder confiante e destemido. Mas, ao longo dos filmes, ele passa por várias crises existenciais que desafiam sua autoimagem e exigem que ele se adapte e evolua, quer ele queira, quer não. Confesso que me identifico muito com ele em vários momentos!

O medo da rejeição e a coragem para enfrentá-lo

Em Toy Story 1, Woody é o favorito de Andy. Ele exerce sua liderança e está confortável em seu papel, até que a chegada de um novo brinquedo, Buzz Lightyear, ameaça sua posição e status. A maneira como Woody lida com seus ciúmes e inseguranças ressoa fortemente em qualquer um que já se sentiu ameaçado ou posto de lado com chegada de um novo membro no time ou a promoção de um par, quase uma Síndrome do Impostor.

Já em Toy Story 2, Woody deve confrontar seu medo da rejeição. Aqui, ele teme ser esquecido e se afasta dos outros brinquedos, mas aprende a lição valiosa de viver o momento presente e a importância da amizade e da comunidade.

Empatia e flexibilidade

Toy Story 3 tem o tema de autoaceitação. Woody e Buzz precisam aceitar que a vida está mudando e que, nem sempre, poderão ser os principais brinquedos de Andy. Eles aprendem a importância de se adaptar às mudanças e de encontrar novas maneiras de serem úteis e felizes. A vida muda, companheiro, é fato.

No último filme, Toy Story 4, Woody se encontra em uma encruzilhada. Ele deve aceitar uma nova realidade onde não faz sentido ele ser mais o líder, aprendendo a lidar com “o novo” e desconhecido. Linha de sucessão, é sobre isso.

Ufa, quanta coisa! Nem precisa continuar mais a leitura. Não, peraí, brinks, continua sim. Se você ficou até aqui, vai entender os cinco pilares da inteligência emocional:

1º pilar: A jornada de autoconhecimento

Compreender nossas forças e fraquezas, nossos medos e inseguranças, é o conhecimento que uma pessoa tem sobre si mesma, ou autoconhecimento, autoconsciência, como preferir. Já adianto, isso dói, é complexo e profundo, mas fundamental. Woody precisa enfrentar seus ciúmes, medos e tudo mais pra evoluir, muita coisa nova, mix de sentimentos desconhecidos e pontos de interrogação. Na vida real, o autoconhecimento é o primeiro passo para a autoliderança. Eu mesmo iniciei a minha jornada há pouco mais de dez anos, parece outra vida, e te digo, foi doloroso e difícil conhecer a mim mesmo, mas um mal necessário.

Dedicar tempo para a reflexão e praticar a autoanálise construtiva, sempre com autoempatia, pra identificar as áreas que precisam melhorar e trabalhar nelas, comece por aí. Pergunte-se sobre seus valores, crenças, gostos e interesses, assim como suas habilidades e características pessoais. Existem muitas ferramentas e recursos disponíveis, como o teste grátis de personalidade 16Personalities que podem ajudar no processo. Vale terapia, inclusive, sem preconceito, hein. Se você não se conhece, como vai mudar o que nem sabe que pode?

2º pilar: Autoaceitação para o início da mudança

O sentimento de ameaça que Buzz representa leva Woody a comportamentos impensados (leia-se emocionais), como quando tenta se livrar de Buzz. Em paralelo, na vida, muitas vezes nos deparamos com situações que nos fazem sentir inferiores ou desvalorizados, até acuados.

Esse momento crítico na história de Woody ensina uma importante lição sobre autoaceitação. Ele precisou entender e aceitar quem era e sua posição para, então, mudar. O mesmo se aplica à nossa vida profissional. A autoaceitação é o primeiro passo para a transformação.

Aceite-se! Todos temos forças e fraquezas. Ninguém é perfeito. Como Brene Brown discute em seu TED Talk, a vulnerabilidade é uma força, não uma fraqueza.

3º pilar: Motivando a si mesmo

A automotivação é a capacidade de olharmos internamente e compreender o que nos impulsiona a fazer algo. Woody viveu inúmeras oportunidades que fariam qualquer um desistir. Mesmo enfrentando obstáculos que parecem impossíveis, que até o balançaram, ele se reergueu focado em seu objetivo e seu entusiasmo para transcender as dificuldades, pelo Andy, pelos brinquedos e por ele mesmo. Quem nunca, né?

Em 'Toy Story 4', Woody mostra coragem ao deixar seu antigo papel de líder para abraçar um novo caminho. Na vida profissional, nós também devemos ter a coragem de sair de nossa zona de conforto e abraçar novas oportunidades e desafios. A Roda da Vida, uma ferramenta de desenvolvimento, pode ajudar você a identificar áreas em que precisa fazer mudanças.

4º pilar: Empatia como instinto de sobrevivência

Ah, a empatia! Ao longo da série, Woody aprende a importância de trabalhar em equipe e de formar laços profundos de amizade, mas pra isso precisa se permitir enxergar o mundo a partir do olhar do outro. Difícil, mas não impossível. No ambiente de trabalho, a empatia e a colaboração são habilidades vitais para um líder eficaz, e cada vez mais necessárias para times saudáveis e efetivos. A empatia é classificada em três tipos:

  • Empatia cognitiva: permite compreender sentimentos e pensamentos do outro;
  • Empatia emocional: capacidade de compartilhar sentimentos próprios com outra pessoa;
  • Empatia compassiva: impulsiona a ajudar o outro pela conexão com seus sentimentos e pensamentos.

Tente desenvolver habilidades de escuta ativa, sem interrupções, e procure entender antes de ser compreendido. Depois, pergunte, pergunte e pergunte. A conexão vem do interesse sem julgamentos.

5º pilar: Relacionamentos e mais relacionamentos

O quinto e último pilar é o cuidado, consigo mesmo e com os outros. Ou seja, os relacionamentos interpessoais.

Em sua jornada, Woody mostrou uma grande habilidade para gerenciar relacionamentos e resolver conflitos, se tornando um líder equilibrado e sensível às necessidades de seus amigos. Ele liderava não pela autoridade, mas pelo respeito e carinho que conquistou, sempre cuidando de si mesmo e dos outros brinquedos. O xerife aprendeu o valor das habilidades sociais em prol das amizades e colaborações. Não existe nós sem você e eu.


A jornada de Woody nos filmes de “Toy Story” reflete a nossa própria jornada em direção à inteligência emocional. Assim como ele, todos passamos por momentos de insegurança, enfrentamos desafios e aprendemos a nos conectar com os outros. A sua história é um lembrete de que a inteligência emocional não é um destino, mas sim um processo contínuo de aprendizado e crescimento.

E como Daniel Goleman, psicólogo que popularizou o conceito de inteligência emocional, nos lembra:

“A inteligência emocional não é o oposto da inteligência, não é o triunfo do coração sobre a cabeça - é a interação única de ambos.”

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Flávia Cáceres

Atendimento Online e Presencial em Consultório ou Domiciliar- Psicóloga Clínica, Supervisora Clínica e Produtora de Conteúdo de Educação Socioemocional.

11 m

S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L. Muito muito muito satisfatório ver essa jornada toda em você.

Lucas Cardoso Mudar a si mesmo é como as aventuras do Woody - difícil, mas nos ensina a sermos fortes. A vida é uma jornada com altos e baixos, assim como a história do Woody. Aprender sobre emoções, autoconhecimento e estar bem consigo mesmo nos ajuda. Vamos fazer essa jornada juntos - cada passo é importante!

Matheus Farizatto

Jornalista ▫️ Comunicação ▫️ Marketing ▫️ Redator

11 m

Gente, como fã da série e seu fã: que texto impecável. Obrigado demais por esse presente, Luke. Um ponto que eu amo também nessa crescente é o quanto o Woody se dedica ao "bem de todos", muitas vezes se deixando de lado e, no quarto filme, ele passa a olhar para o que faz sentido para ele e decide viver de acordo com isso - resultado de todo esse autoconhecimento que você explicou tão perfeitamente no seu artigo. Anmay. You've got a friend in me!

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