Antes da fama, Chrystian foi cantor mirim Zezinho e mudou nome artístico por ordem de gravadora

Com a boa repercussão e com seu jeito comunicativo, ele ganhou um programa só seu -- intitulado Pinguinho de Gente -- um ano depois. Nessa época, início da década de 1960, ganhou seu primeiro prêmio: a gravação de um disco em São Paulo. Em entrevistas concedidas ao longo da carreira, ele lembrava com humor que o tal disco nunca saiu do papel, mas chegou a gravar um "compacto simples", álbum com apenas duas faixas, Trenzinho triste e Garotinho Mau.

Ao perceber que Goiânia oferecia menos oportunidades para a carreira artística, o pai decidiu que a família deveria vir para São Paulo, onde passaram a viver com dificuldades no bairro do Brás, na região central. Depois, já morando na Vila Gustavo, na zona norte, caminhavam até a TV Bandeirantes, no Morumbi, na zona sul, em busca de oportunidades na TV.

Na década de 1970, o cantor passou a assinar artisticamente como Chrystian. Na época, as gravadoras determinavam a criação de uma identidade artística norte-americana. Dessa forma, poderiam ser mais facilmente absorvidos e projetos no mercado fonográfico, dominado por canções em inglês.

O cantor Fábio Jr., 70 anos de idade, se tornou amigo de Chrystian na fase da Miniguarda, uma alusão para a Jovem Guarda, e relembra: "Nos conhecemos quando tínhamos 12 e 15 anos e fazíamos a Miniguarda. Ele, Chrystian; eu, Mark Davis. Cantávamos em inglês e daí pra uma vida toda de carinho e respeito por um dos grandes artistas do nosso Brasil. Um cara divertido e com coração gigante".

Ao longo da década de 1970, Chrystian emplacou hits, como Don't say goodbye e You're so tender, em trilhas das novelas Cavalo de Aço (Globo, 1973) e Duas Vidas (TV Globo, 1976), respectivamente. Em 1976, ele lançou o álbum Crystian - Made in USA.