Finanças
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Por e , Valor — São Paulo


O estresse observado no mercado de câmbio voltou a contaminar a curva de juros, em especial nos vértices curtos. Diante da escalada do dólar contra o real, o mercado começa a enxergar pressões inflacionárias mais intensas, o que tem se refletido em um estresse nas taxas de curto prazo, que já precificam um retorno do processo de elevação na Selic, diante do nível bastante elevado de prêmio de risco exigido pelos agentes.

Assim, o mercado seguiu atento a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou a fazer críticas à autonomia do Banco Central, ao mesmo tempo em que a dinâmica de alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) também pesou nos negócios, no momento em que os agentes já começam a colocar nos preços dos ativos chances mais elevadas de vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

No fim dos negócios desta segunda-feira (1º), a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu de 10,735% no ajuste anterior para 10,835%; a do DI para janeiro de 2026 saltou de 11,55% para 11,77%; a do contrato para janeiro de 2027 escalou de 11,935% para 12,06% e a do DI para janeiro de 2029 avançou de 12,31% para 12,385%.

Os últimos dias têm sido marcados por um movimento unidirecional de piora nos ativos locais. Em meio à cautela dos agentes com a condução da política econômica do governo e diante da sensação de que não há, por parte dos políticos, um senso de urgência para endereçar as questões fiscais do país, os níveis de prêmios nos ativos locais vêm aumentando de forma rápida. Neste sentido, o dólar avançou 1,15% contra o real, hoje, e encerrou o dia negociado a R$ 5,6527, no maior nível desde janeiro de 2022.

Na curva de juros, o mercado já trabalha com uma Selic superior a 11,75% no fim de 2024 — o que equivaleria a autoridade monetária a elevar em 1,25 ponto percentual a Selic até o fim do ano.

Já no mercado de opções digitais de Copom, os agentes passaram a aumentar as apostas no cenário de elevações de juros já na reunião de julho. A probabilidade de uma alta de 0,25 ponto passou de 3% para 10% hoje, a de uma elevação de 0,50 ponto saltou de 8% para 15%, enquanto a chance de manutenção da Selic caiu de 85% para 71%.

“Hoje é um dia de parar e revisitar as últimas comunicações do BC. Não é o nosso cenário-base ainda, mas as perguntas precisam ser feitas. Ainda temos quase 20 dias úteis para o próximo Copom e isso é quase longo prazo no Brasil, mas, se a reunião fosse amanhã, eu entendo que o BC teria que se abrir para a possibilidade de ter que subir os juros. A princípio, acredito que a autoridade comunicaria que o balanço de riscos ficou assimétrico, o que seria o primeiro passo para uma alta de juros”, afirma o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha.

Na visão do profissional, o dia 22 de julho — quando o Tesouro Nacional anuncia o Relatório de Avaliação Bimestral do terceiro bimestre — será fundamental para entender o compromisso do governo com a trajetória dos gastos e com o próprio arcabouço fiscal.

“A expectativa é que ali apareça um contigenciamento da ordem dos R$ 20 bilhões. A ver se a realidade política vai permitir, mas é crescente a pressão para esse evento. Esse desconforto nos mercados tende a permanecer até que a gente tenha alguma tendência de inflexão no componente fiscal”, afirma Cunha.

 — Foto: Karolina Grabowska/Pexels
— Foto: Karolina Grabowska/Pexels
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