A Alpargatas, dona da Havaianas, tem um dia de conforto na bolsa. As ações da companhia apresentaram forte valorização no pregão de hoje, liderando as altas do Ibovespa, o principal índice acionário, com a divulgação dos resultados no primeiro trimestre, elogiados pelos analistas.
O papel (ALPA4) chegou a avançar mais de 4% e encerrou o dia com ganhos de 3,3%, cotado a R$ 10,29.
A empresa registrou um lucro líquido de R$ 24,8 milhões frente o prejuízo de R$ 199,6 milhões apresentado um ano antes.Na mesma base de comparação, as receitas subiram 3,2%, para R$ 931,8 milhões, enquanto os volumes vendidos avançaram 8,6%.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 99,8 milhões, revertendo o resultado negativo de R$ 221,6 milhões de um ano antes.
Na avaliação do Citi, os resultados confirmaram que a recuperação está tomando forma, com fluxo de caixa e gestão de capital de giro particularmente impressionante no período e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) positivo de operações internacionais.
Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo escrevem, em relatório, ter a impressão de que a maior parte da recuperação foi concluída no Brasil, enquanto no internacional está avançando mais rápido do que o esperado. Eles esperam mais detalhes sobre expectativa de crescimento do volume no Brasil até 2024 e como a administração está vendo a evolução dos custos de insumos.
Segundo os analistas, o Ebitda superou o consenso, e as vendas vieram 5% abaixo da projeção, o que é explicado pelas rotações mais baixas do negócio internacional. Já a margem bruta cresceu impulsionada pelo Brasil, e teria sido ainda maior excluindo baixas e provisões adicionais relacionadas à reestruturação, afirmam. Por fim, as despesas financeiras líquidas e impostos mais baixos contribuíram para o lucro acima da projeção, concluem.
Conforme o balanço da empresa, o custo dos produtos vendidos caíram 1%, para R$ 506,4 milhões, beneficiado pela queda nos custos de matéria-prima.
Já as despesas operacionais encolheram 40,5%, para R$ 384,5 milhões. A Alpargatas explica que essa redução foi causada pela base de comparação, visto que no primeiro trimestre de 2023 foi reconhecida a provisão de perda dos recebíveis da venda de Asaic.
A dívida líquida da companhia estava em R$ 291,6 milhões ao final de março, cerca de 67,2% menor do que a do mesmo período do ano passado. Assim, a alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda, caiu de 1,5 vez para 1,1 vez.
O Citi tem recomendação neutra para Alpargatas, com preço-alvo de R$ 9,70, abaixo do fechamento de ontem na B3 de R$ 9,96.
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Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico