Êxitos e fracassos: será o destino?
No mundo ocidental (embora não exclusivamente), nós temos o ritual de chamar os deuses a nosso favor. Ainda na Antiguidade, os gregos, antes de começarem uma ação, uma conversa, uma batalha, um casamento, invocavam a proteção dos astros para aquele evento. Em latim, isso gerou uma expressão vinda do grego que é “considerações”. Sidera vem dos astros, daí espaço “sideral”. Considerar é chamar os astros, os deuses, no caso as forças superiores a nós, para que venham em nosso auxílio. Por isso, chamando “os astros”, o que sucederá e o que será dificultado, ganha uma origem exterior ao mundo humano; a ideia de sorte aparece de vários modos na nossa cultura.
Por exemplo, olhem-se as antigas histórias de Walt Disney, presentes em muitas gerações desde meados do século 20, especialmente aquelas que tocam nos temas dinheiro, riqueza, sucesso. Há um estudo publicado em 1975 como “Tio Patinhas no centro do universo”, do sociólogo José de Souza Martins, no qual ele analisa três personagens que convivem com perspectivas e resultados de vida diferentes, mesmo estando no mesmo mundo e interagindo com as mesmas condições. O Peninha ilustra a pessoa criativa, que tem iniciativa, mas nada dá certo porque é desastrado. O Donald é esforçado, dedicado, mas não é um sujeito bem-sucedido porque não tem sorte. Já o Gastão não precisa fazer nada e é sempre beneficiado pelas circunstâncias; como tem o “dom” da sorte, as coisas vêm até ele. E isso, para muitas pessoas, já seria uma explicação. Peninha, o desadaptado; Donald, o azarado; Gastão, o sortudo. E, assim, tudo fica explicado para justificar êxitos e fracassos.
O aspecto sorte aparece em outras histórias. Ali Babá descobre, por acaso, não só a caverna onde ficam os tesouros como a palavra que dá acesso àquela fortuna. Ou a má sorte de Caim, que faz uma fogueira para que a fumaça levasse suas ofertas a Javé, mas a fumaça se dispersa, bem diferente da feita pelo irmão, Abel, que atingia as alturas. Caim se entendia como alguém amaldiçoado, capturado por uma aura de maldade. Em desenhos animados ou quadrinhos, há a conhecida imagem da nuvenzinha pesada em cima da pessoa, quando as situações estão desfavoráveis e tudo dá errado.
A palavra “sorte” funciona como um racional muito forte, no sentido de que as pessoas a usam como explicação para o próprio fracasso e para o sucesso alheio. Dificilmente há o inverso, a expressão sorte usada para justificar o próprio sucesso. O “meu” sucesso resulta do esforço, da “minha” capacidade. A noção de sorte é um grande modo de amparar situações em que não houve dedicação, esforço, inteligência, competência e habilidade naquilo que se fazia.
(...)
**Trecho retirado do livro " A Sorte Segue a Coragem" disponível em: https://amzn.to/2RfZqh1
Te inspiro a organizar sua casa/rotina para você ter uma vida mais prática.
5yThiago Couto
--
5yEsforço+dedicação+capacitação= Sucesso. Texto muito pertinente.
HRIS Coordinator | HR Transformation | Workday | SAP SuccessFactors
5yPerfeito!
Professora Fundamental I e educação infantil
5yPerfeito!!!
Business & Innovation Strategist | Healthcare Leadership | Technology | Healthtech | Complexity & Decision | Digital Transformation | Hospitals & Health Plans | Advisory Board Member
5yOlá! Eu gostaria de divulgar o nosso evento, pela aderência ao tema desta pauta: Quanto a sua carreira tem estado bloqueada por meio de dificuldades emocionais? Confira o video (https://lnkd.in/dcgbpki) de Arthur Shinyashiki, CEO do Instituto Gente e do WeMentor, sobre o tema principal do 1º Seminário de Neurociência aplicada ao Administrador e Gestor de Saúde, que acontecerá em 04/12, em São Paulo. Para todos da minha rede eu ofereço 30% de desconto. Utilize o cupom PROMO-ANDRE Faça a sua inscrição em https://lnkd.in/dE-sQap Obrigado.