AUTOCONHECIMENTO É UM REQUISITO PARA UMA LIDERANÇA DE EXCELÊNCIA?
O conselho da nova líder da Boehringer Ingelheim, publicado na Forbes Mulher, que diz “Invista em conhecimento”, despertou em mim um entusiasmo imediato.
Quantos líderes possuem esse nível de consciência? Quantas empresas têm líderes assim?
Não é de hoje que sabemos: liderar vai muito além de gerenciar pessoas. Não se trata de motivar, mas de inspirar profundamente.
Acredito que, no fundo, toda pessoa carrega um desejo, ainda que muitas vezes oculto, de ir além, de encontrar um propósito maior que dê significado à sua vida.
Quando um líder ou uma empresa cria as condições e oferece oportunidades para que as pessoas mostrem, ou até descubram, seus potenciais, vão além dos objetivos empresariais, empoderando indivíduos que passam a ter orgulho de fazer parte dessa jornada.
A liderança é um processo vivo de aprendizado e desenvolvimento. Deve estar enraizada em valores, transparência e autenticidade. Esse conjunto gera confiança, o pilar fundamental para construir relações fortes e colaborativas.
Embora muito já tenha sido dito sobre esse tema, é importante ressaltar que o verdadeiro desafio de ser um líder não termina com a conquista de um cargo. O compromisso vai muito além de metas — envolve o desenvolvimento pessoal, algo que continua indefinidamente.
Liderar significa, também, estar envolvido com um conjunto de emoções humanas: positivas e negativas, expectativas, frustrações, competições, inseguranças.
Um líder que não tenha a capacidade de reconhecer, entender e gerenciar suas próprias emoções, como poderá impedir que situações adversas afetem sua clareza mental, tão necessária para tomadas de decisões importantes?
Como terá a habilidade de perceber e lidar com as flutuações emocionais de sua equipe?
Será capaz de desenvolver empatia suficiente para enxergar o outro além de suas funções dentro da empresa?
E como entenderá o impacto que seu próprio estresse pode ter no clima da equipe?
Um líder que não compreenda suas próprias limitações emocionais dificilmente poderá mostrar sua vulnerabilidade e humanidade — o que muitas vezes pode ser uma fonte de inspiração para os outros.
O autoconhecimento é uma habilidade essencial que não se aprende em nenhum livro. Ele exige abertura e coragem para olhar para dentro de si, questionar e observar a si mesmo constantemente. Não é um curso com início, meio e fim, mas um processo contínuo, o verdadeiro laboratório da vida.
Não podemos separar a razão da emoção; ambas estão interligadas. As respostas para perguntas como “Quem eu sou?”, “Por que sinto e ajo dessa forma?”, “O que realmente importa para mim?” nascem dessa complexa interação entre pensamento e sentimento.
Quanto menos consciente estou de mim mesmo, mais agirei no automático, repetindo comportamentos disfuncionais. Quanto mais me conheço, maior será minha capacidade de administrar minhas emoções e tomar decisões que tragam lucidez e inovação.
Todo líder passa por momentos de conflito, dúvida e solidão. Lidar com esses desafios sem autoconhecimento e sem ferramentas que tragam quietude mental aumenta o risco de decisões impulsivas e imaturas.
Um líder precisa treinar sua capacidade de lidar com o estresse, o medo, a insegurança, a frustração, as derrotas, e até mesmo o sucesso. Deve saber abrir mão de ideias ultrapassadas e aprender a motivar-se em momentos de dificuldade.
Li em um livro sobre Warren Buffet, por exemplo, que em momentos importantes, se retirava e ficava isolado por dias, buscando clareza mental antes de tomar grandes decisões. Ele refletia profundamente, buscando entender o que realmente é fundamental.
A prática de “pausas”, o equilíbrio mental através de mindfulness, meditação, exercícios físicos, terapia ou coaching, são essenciais para o desenvolvimento de um líder.
Ter um espaço de apoio neutro, livre de pressões, onde o líder possa se examinar e se permitir ser humano, é fundamental para seu crescimento.
Afinal, antes de ser líder, ele é uma pessoa. O desenvolvimento pessoal impacta diretamente no desempenho profissional.
Um dos grandes desafios de um líder é equilibrar sua vida pessoal e profissional. Quando um líder entende essa importância, ele naturalmente leva essa compreensão para seus liderados, criando uma cultura mais humana, onde todos são vistos em sua totalidade.
Uma corporação deve ser um espaço de abundância, onde a valorização do colaborador, seu crescimento e bem-estar são prioridades, e onde o empoderamento permite que as pessoas alcancem não só resultados profissionais, mas também realizações pessoais.
Como disse Jack Welch, lendário CEO da General Electric: “As pessoas dedicam seus dias (e muitas vezes suas noites) para você. Elas dão suas mãos, cérebros e corações. A empresa os paga, mas como líder, você precisa preencher suas almas.”
Em última análise, a verdadeira liderança se resume à capacidade de inspirar e transformar pessoas, ambientes e culturas. Quando um líder compreende a importância de investir em seu próprio autoconhecimento e em ferramentas que promovam o equilíbrio emocional, ele se torna um impulsionador de mudanças.
Afinal, liderar é, acima de tudo, criar condições para que outros também floresçam.
Por: Berenice Kuenerz
Empresária | Founder da Increase | Cuido 360° do seu negócio | Intelligence Brander | Branding Management | Assessoria de Imprensa | Relações Públicas| Fortalecimento de marcas e vendas
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Redatora | Community Manager | Estrategista de Conteúdos | Branding Management | Comunicação 360º
3moMuuuito bom! 👏🏻👏🏻