A DIFERENÇA ENTRE NEGOCIAR DIVIDAS E NEGOCIAR BEM AS DIVIDAS

Ontem fizemos uma reunião de avaliação do andamento de um projeto de reestruturação de dividas iniciado em 2017.

Nosso cliente, uma industria com faturamento anual de de R$ 110.000.000,00 e dividas bancarias originais de R$ 45 milhões, com prazo médio de amortização de 18 meses, taxa média de CDI + 1,2% ao mês, e garantias imobiliárias de mais de 150% com a famigerada alienação fiduciária. Lembrando que o CDI, naquala época beirava os 11,50% ao ano.

Nessas condições o serviço da divida era de mais mais de 28% ao ano, ou seja, os juros exigiam quase R$ 13 milhões/ano, de um ebitda de R$ 15 milhões/ano,. tornando impossível a amortização da divida, bem como inviabilizando qualquer investimento da indústria, nem mesmo para manutenções básicas.

Em menos de 120 dias negociamos mais de 85% das dividas, com 6 meses de carência integral, prazos de amortização entre 72 e 84 meses, e os juros negociados na modalidade pré-fixados ficaram em 0,65% ao mês, equivalentes a 8,08% ao ano, e nos contratos pós fixados a CDI + 2% ao ano, ou 0,162% ao mês acima do CDI.

Com essas renegociações as despesas com juros anualizadas, caíram de R$ 13 milhões para R$ 4 milhões, passando a "consumir 27% do Ebitda ao invés dos 87% antes da reestruturação.

Dois bancos , apesar de concordarem com carência de 6 meses e amortização entre 84 e 111 meses, não aceitaram reduzir seus juros de 1,90% ao mês acima da TR e 1,50% acima do CDI. Essa intransigência estava fundamentada nas garantias de imoveis com alienação fiduciária, cuja consolidação de propriedade se mostrava agil e eficiente, e principalmente no fato das garantias valerem muito mais do que as dividas.

Aqui fica constatado que o principio de que quanto melhor as garantias menor será a taxa de juros não é uma regra absoluta. Pelo contrário, ficou se mostrou que quanto melhor as garantias maior a GANANCIA do credor.

Primeira lição : Muito cuidado na hora de dar garantias. Só faça se as condições de prazo e juros foram efetivamente as mais vantajosas e, principalmente, viáveis de serem cumpridas. Caso contrario o credor fica igual à criança que assistia o filme do Tarzan, torcendo para o jacaré.

Em 2017 os dois bancos/credores ajuizaram ações buscando consolidar a propriedade dos imóveis e quitar suas dividas. Com o apoio técnico da HSA Soluções em Finanças S/A, e um eficiente corpo juridico do nosso cliente, evitamos a consolidação da propriedade dos imóveis, obtivemos duas decisões favoráveis à empresa, demonstrado a abusividade dos contratos e redução substancial nos valores pretendidos pelos bancos e, estrategicamente, a empresa já "obteve" 28 meses de carência, periodo no qual juntou recursos suficientes para quitar as dividas, se e quando for necessário.

Então negociar bem, e às vezes não negociar com uma estratégia adequada, podem ajudar muito na recuperação das empresas.

Essa é a diferença !

HSA SOLUÇÔES EM FINANÇAS S/A -

Nosso negocio : RENEGOCIAR DÌVIDAS, Nossa Missão : SALVAR EMPRESAS






Maxmilliano Reis

Gestão & Finanças | FP&A | M&A | Controller Financeiro

9mo

Uau! Que história incrível. Segundo artigo seu que leio e sem o final do texto, percebi que o negócio da HSA é salvar empresas. Por mais histórias como essas.

To view or add a comment, sign in

Explore topics