Estar sozinho não me atrapalha em nada!
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Estar sozinho não me atrapalha em nada!

“A quietude e a solidão para muitos podem representar desespero, mas para outros representam um momento de reflexão, criatividade e sensibilidade”.

Durante uma conversa pela internet com um amigo, ele me perguntou como eu me sentia tendo que ficar longe dos amigos e das pessoas conhecidas, nesse período de quarentena, por motivo da COVID19. Respondi prontamente que estou vivendo mais um dia normal, ele retrucou, com um tom indiferente e risonho, que eu era “estranho”.

Esta palavra “estranho” era muito comun, durante minha infância e adolescência, fui criado em uma época que não havia a internet como conhecemos hoje, muito menos redes sociais que proporciona maior acesso à informação, eu acreditava que ser reservado, ter poucos amigos e preferir ler um livro ao invés de sair a uma festa, me tornaria uma pessoa sem sucesso e infeliz. Isso se devia a sociedade na época, preferir o modelo de pessoa extrovertida como o modelo ideal. Na escola eu era chamado de tímido e estranho pelos colegas. O período escolar é difícil, as vezes até cruel, para quem é introvertido, mas se você é jovem e passa por isso peço calma, o tempo passa e o amadurecimento prova ser diferente.

"Passe seu tempo livre da maneira que você gosta, não da maneira que você pensa que deveria passar". (Susan Clain)

E Foi por falta de conhecimento entre timidez e introversão, que durante esses anos de minha vida, acreditei que ser introvertido era algo ruim, mesmo me tornando um “fake extrovertido” eu sentia desconfortável em mudar meu jeito de agir e pensar. Fiz diversas coisas para mudar, aulas de teatro, oratória, e até corretor de imóveis eu me tornei, só para lidar com pessoas. Mas descobri que mesmo sendo a “persona ideal” naquele momento, eu me sentia infeliz, e que os raros momentos em que podia ficar sozinho ou com poucos amigos, eu considerava como os melhores.

Foi somente muito tempo depois, lendo um livro, indicado por um coach, que algo mudaria drasticamente, o livro entitulado “Quiet: The Power of Introverts in a World That Can’t Stop Talking”, da escritora norte americana Susan Clain, me proporcionou uma reflexão sobre o paradoxo, da busca do equilíbrio, entre ser feliz tendo a minha personalidade introvertida, a minha visão de mundo e meu jeito ser e de pensar diferente, e ser infeliz agindo e vestindo uma persona que a sociedade aceita e espera de você. Além disso o livro me mostrou, com diversos exemplos, que ser introvertido tem as suas vantagens, que há diferença entre timidez e introversão, como lidar com filhos introvertidos e que é possível ser uma pessoa extraordinária e muito bem sucedida mesmo tendo uma modo quieto e solitário.

Este livro foi um novo ponto de partida em minha vida, um novo leque de opções se abria sem que eu precise mudar o meu modo de ser.

Após este livro, me tornei um entusiasta do assunto, li livros, atigos e entrevistas que abordam o tema tais como:

O livro“The Highly Sensitive Person”, da Phd Elaine Aron, que explica a sensibilidade e o “saber ouvir” das pessoas invertidas são extremamente importantes na vida e no ambiente de trabalho.

A entrevista do professor e psicológo americano e professor Adam Grant, esclaresse o potêncial de crescimento dos introvertidos como líderes de equipes pró-ativas, capacidade cada vez mais exigida no mercado de trabalho.

A entrevista de Susan Clain, para o canal MarieTV, que explica como é feito o networking para introvertidos.

Mas mesmo com todos os motivos para se aceitar como introvertido, há um fato extremamente importante, introvertidos e extrovertidos se completam, o mundo precisa dos introvertidos assim como também necessita dos extrovertidos, tanto no ambiente profissional como no âmbito pessoal as duas personalidades se completam.

Artigo disponível com demais links em:


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