Mesmo não querendo, porque você repete os mesmos comportamentos que não deseja mais repetir?

Mesmo não querendo, porque você repete os mesmos comportamentos que não deseja mais repetir?

Podemos compreender, com naturalidade, por qual motivo repetimos comportamentos e ações que nos são prazerosos. É fácil entender como nos habituamos a frequentar lugares que gostamos, nos confraternizarmos com pessoas queridas e adquirirmos os produtos que nos trazem prazer e satisfação.

Por outro lado, por qual motivo repetimos comportamentos apesar de nos sentirmos extremamente incomodados após o fato? Por exemplo, quando nos exaltamos com as pessoas em nosso ambiente de trabalho, por vezes inclusive, sendo agressivos e perversos, e isso, repetidamente, mesmo sabendo que não é a atitude mais adequada. Ou ainda, apesar de desejarmos uma segurança financeira e termos uma boa condição monetária, seguidamente estamos endividados?

Com a ajuda de "Freud", eu explico!

O princípio do prazer.

De uma forma bastante simplificada, podemos entender que algo que nos traga uma sensação desprazerosa, despertará em nós, um impulso para evitar esse desprazer e/ou, para gerar algo prazeroso.

Parece algo complicado, mas não é!

Se estamos sentados em uma cadeira desconfortável, talvez até sem perceber, buscamos ajeitar nosso corpo para uma posição que cesse aquele desconforto. Simples assim!

Segundo "O princípio do prazer, de Freud", os processos psíquicos (ou mentais) são regulados de maneira automática. Isso significa que o funcionamento da mente é orientado para buscar a redução de tensões desagradáveis (desprazer) e para promover sensações agradáveis (prazer).

Em outras palavras, a mente tende a direcionar suas atividades e pensamentos de forma a evitar o desprazer e a buscar o prazer, buscando sempre diminuir qualquer tensão ou desconforto interno.

Resumidamente:

  • Princípio do prazer: Os processos mentais são direcionados a evitar o desprazer e buscar o prazer.
  • Regulação automática: Esse direcionamento ocorre de forma automática, sem a necessidade de esforço consciente.
  • Redução de tensão: O objetivo final é diminuir a tensão interna, resultando em menos desprazer ou mais prazer.

Novamente, fica fácil compreender, porque repetimos comportamentos prazerosos. Mas, realmente, porque também repetimos aqueles que nos fazem tão mal?

Por qual motivo você continua se desentendendo com aquele seu colega de trabalho que, por algum motivo, mesmo não fazendo nada, lhe irrita tanto?

Porque será que você, mesmo prometendo para você mesmo(a) que nunca mais iria se importar com as decisões de seu chefe e ficar "de bico calado" na reunião, não se conteve novamente e "falou o que não devia"?

Além do princípio do prazer - a compulsão à repetição.

Freud foi um pesquisador incansável. Durante toda sua vida estudou muito e escreveu mais ainda. Após falar sobre o princípio do prazer, se debruçou sobre um novo conceito.

Embora a mente geralmente busque evitar o desprazer e buscar o prazer, existe uma força poderosa que pode superar esse princípio: a compulsão à repetição, uma nova descoberta de Freud.

Essa compulsão é uma força dominadora que faz com que a pessoa insista em repetir experiências que estão associadas ao sofrimento. Em vez de evitar o desprazer, a pessoa se vê repetidamente atraída por estados de desprazer. É como se o sofrimento se tornasse uma parte integral da vida dela, uma marca da qual ela não consegue se libertar, mesmo que isso cause dor.

Resumidamente:

  • Compulsão à repetição: Uma força que leva a pessoa a repetir experiências dolorosas.
  • Suplantando o princípio do prazer: Essa compulsão pode ser mais forte do que a busca pelo prazer e a evitação do desprazer.
  • Repetição de estados de desprazer: A pessoa revive situações de sofrimento, como se essas experiências dolorosas fossem inevitáveis ou essenciais em sua vida.
  • Marca de dor: A dor e o sofrimento se tornam uma característica constante e indelével da vida da pessoa, da qual ela não consegue se livrar.

Este conceito é fundamental para entender comportamentos autodestrutivos e padrões repetitivos de sofrimento e de autosabotagem.

Na verdade, repetimos comportamentos e padrões que não desejamos, como forma de tentar dar um significado a alguma situação traumática pela qual passamos e que, de alguma forma, está gravada em nossa mente.

Se eu não consigo me conter na reunião e, falo o que não devia, é porque dessa forma busco resolver alguma situação "mal resolvida" em minha vida! Pode ser meu desafio em lidar com a autoridade de alguém, ou minha baixa autoestima que me faz tomar tudo como uma crítica pessoal, ou meu "senso de justiça" que não me permite aceitar situações que julgue como injustas, dentre tantas outras possibilidades.

Como lidar com a compulsão a repetição?

Nos processos de Mentoria de carreira, liderança e alta performance que realizo, ou mesmo por meio da Hipnoterapia, procuro identificar padrões que geram programações indesejadas e trabalhar a reprogramação.

Percebo cada vez mais a seguinte situação: a pessoa chega em uma determinada fase da vida, em que se sente verdadeiramente cansada de agir da mesma forma, sem conseguir mudar.

Mas, sempre dá para mudar!

Veja a seu cérebro como um hardware que aceita programações e reprogramações. Simples assim!

Pare de sofrer! Busque ajuda, pois a mudança começa na decisão.


Sou Victor Aguiar e meu propósito é colaborar no desenvolvimento das pessoas. Quer saber mais? Veja meu site, ou meu canal no YouTube, ou ainda, meu Instagram.

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Rodrigo Hogera

Advisory Consultant | Business Consultant & Mentor | Commercial Director in the Real Estate Sector | | Leadership | Marathonist 42Km | Sales, Risk, Contracts Purchase Specialist | Content Producer | +177k Followers

3mo

Obrigado pelo artigo amigo professor Victor Aguiar (PhD)

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