Breves Considerações acerca dos contratos de EPC e a Legislação brasileira - republicação de artigo
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Breves Considerações acerca dos contratos de EPC e a Legislação brasileira - republicação de artigo

No desejo de investimentos e demanda por obras de infraestrutura no Brasil, os contratos de EPC - Contrato de Engenharia, Compra e Construção (em suas diversas formas) provaram ser um instrumento eficiente para a atribuição de riscos, que são riscos técnicos, de fornecedores e financeiros. Procurou-se uma abordagem simplista para evitar múltiplas contratações, ganhando eficiência e custos mais baixos. Considerando que obras grandes e complexas dependem de uma estrutura financeira de longo prazo, com garantias previamente estabelecidas e riscos dimensionados e atribuídos, proporcionando maior segurança aos financiadores (Project Finance), contratos EPC - uma criação estrangeira - tornaram-se quase unânimes na engenharia nacional.

Mas é sobre o EPC que levantam-se dúvidas sobre sua natureza jurídica no Brasil. E quando ocorrem conflitos entre as partes e as cláusulas contratuais não direcionam para soluções, o problema de sua classificação jurídica dificulta a resolução de disputas. Independentemente da forma de resolução de conflitos no exterior, por exemplo, a aplicação da lei estrangeira no Brasil deve observar as limitações aqui impostas.

Alguns especialistas veem o contrato EPC como uma espécie de contrato de obras tratado nos artigos 610 e seguintes do Código Civil brasileiro. Seria o contrato de obras global, em que o contratado é responsável pelos materiais, equipamentos e mão de obra necessários para o objeto pretendido. No entanto, como o contrato de obras é padronizado no Código Civil brasileiro, as distinções entre esse tipo de contrato e o EPC começam a aparecer em diferentes tópicos, por exemplo, fornecimento de material, projeto e sua alteração, risco na execução, aceitação do trabalho, responsabilidade pela solidez do trabalho, preço, rescisão unilateral, etc. No caso de não haver tratamento legal específico no Brasil, alguns especialistas relatam que ele teria como regras aplicáveis ao contrato de obras (nos artigos do Código Civil brasileiro já mencionados), à compra e venda (artigos 481 e seguintes) e as regras aplicáveis à prestação de serviços (artigos 593 e seguintes).

Acontece que o EPC abrange mais do que um simples ajuste de materiais e mão de obra. É um conjunto completo de obrigações da parte contratada, desde o projeto até a supervisão da montagem, passando pelas obras civis eletromecânicas e incluindo a demanda e compra de os equipamentos necessários. Os contratos de EPC atingem uma multiplicidade de objetos e serviços típicos e atípicos, havendo semelhança com os contratos de obras, com contratos de compra e venda e serviços, mas não são confusos.

E como abordamos a situação quando da contratação com a Administração Pública? O que mais se assemelharia ao EPC seria o conceito de contrato global descrito na subseção VII, artigo 6 da Lei Federal 8.666/1993.

No entanto, a mesma lei prescreve outras regras que diferem de um contrato EPC, quais são os arts. 9 - os responsáveis pela elaboração do projeto básico; 65 - que autoriza a Administração Pública a alterar em cinquenta porcento o escopo do objeto contratual, entre outras questões relacionadas à contratação com o Estado e que não se aplicaria ao contrato de EPC.

Por esses motivos, independentemente do uso de cláusulas formuladas anteriormente (FIDIC Livro Prata, por exemplo), questões no Brasil devem ser tratadas em cada caso específico. Entre eles, a responsabilidade solidária de questões trabalhistas, fiscais, ambientais, cambiais e regulatórias, o risco de jurisdição - assunto tão judicializado no Brasil, principalmente em relação ao licenciamento ambiental (ressalva-se que a lista apresentada aqui não é exaustiva). Os padrões de conformidade e anticorrupção são outro exemplo.

Desta forma, embora a qualidade do material do FIDIC seja inegável, caberá aos advogados e outros consultores colaborarem com a adaptação das regras contratuais às normas brasileiras aplicáveis e aos negócios em discussão.

Não existe uma classificação hermética da natureza jurídica do EPC; portanto, é necessário aplicar algumas das disposições nacionais indicadas acima, como mero farol, e para casos omitidos, o LEX MERCATORIA - um sistema de origem jurídico-normativa, estética e costumeira, consistindo em em regras e princípios que regulam as relações jurídicas comerciais privadas internacionais, tendo como origem normativa usos e costumes nas ações dos operadores privados do comércio internacional - com a cobertura do artigo 4 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (analogia, costumes e princípios gerais de direito), bem como o artigo 113 do Código Civil brasileiro (boa-fé e usos do local de sua celebração).

En el anhelo por inversiones y demanda por obras de infraestructura en Brasil, los contratos de EPC (en sus diversas modalidades) se han demostrado un eficiente instrumento de asignación de riesgos, cuáles son riesgos de naturaleza técnica, proveedores y financieros. Se buscó, en un enfoque simplista, evitar múltiples contrataciones, ganándose así eficiencia y costos menores. Considerando que las obras de gran monto y complexidad dependen de una estructura financiera a largo plazo, con garantías previamente establecidas y riesgos dimensionados y asignados, aportando así una mayor seguridad a los financiadores (el Project Finance), los contratos de EPC -una creación extranjera- se han vuelto casi una unanimidad en la ingeniería nacional.

Pero es sobre el EPC que plantean dudas sobre su naturaleza jurídica en Brasil. Y cuando ocurren conflictos entre las partes y las cláusulas contractuales no atiendan a su propósito de anteponer las cuestiones y encaminar soluciones, el problema en cuanto a su clasificación viene dificultando la resolución de las disputas. Es aquí un aparte: la ley no se confunde con el foro. Independientemente de la forma de resolución de conflicto sea alguna entidad arbitral en el exterior, la aplicación de ley extranjera en Brasil deberá observar las limitaciones impuestas por la Ley de Brasil.

Retomando al tema, algunos expertos ven el contrato de EPC como una especie de contrato de obras tratado en los artículos 610 y siguientes del Código Civil brasileño. Sería el contrato de obras global, donde el contratista se responsabiliza por los materiales, equipos y mano de obra necesarios al objeto pretendido. Sin embargo, como el contrato de obras se encuentra normalizado en el Código Civil, las distinciones entre esta modalidad de contrato y el EPC empiezan a aparecer en distintos temas, por ejemplo, suministro de material, proyecto y su alteración, riesgo en la ejecución, aceptación de la obra, responsabilidad sobre la solidez de la obra, el precio, la rescisión unilateral, etc. En el caso de que no haya en Brasil un trato legal específico, algunos expertos comunican que tendría como reglas a él aplicables al contrato de obras (en los artículos del Código Civil ya mencionados), a la compra y venta (artículos 481 y siguientes del mismo Código) y las reglas aplicables a la prestación de servicios (artículos 593 y siguientes del mismo Código).

Ocurre que el EPC abarca más que un simple ajuste de materiales y mano de obra, es un conjunto completo de obligaciones del contratado, desde el proyecto hasta la supervisión del montaje, pasando por las obras civiles mecánicas eléctricas, e incluyendo la demanda y compra de los bienes equipos necesarios. Los contratos de EPC alcanzan una multiplicidad de objetos y prestaciones típicas y atípicas Existe una similitud con los contratos de obras, con la compra y la venta y los contratos de servicios, pero no se confunden.

¿Y cómo ocurre en la contratación con la gestión pública – el Estado? Lo que más se asemejara al EPC sería el concepto de contrato global descrito en el inciso VII, artículo 6 de la Ley federal 8.666 / 1993. Sin embargo, la misma ley prescribe otras reglas que las difieren de un contrato de EPC, cuáles sean el art. 9 - que aleja de la construcción de la obra a los responsables de la elaboración del proyecto básico, el art. 65 que autoriza a la administración pública alterar en un 50% el alcance del objeto contractual, de entre otros temas, particularidades afines a la contratación junto al Estado que no se aplica al EPC.

Por estas razones, independientemente de la utilización de cláusulas previamente formuladas (Libro de Plata FIDIC, por ejemplo), cuestiones específicas a Brasil deberán ser abordadas a cada caso específico. Entre ellas la responsabilidad solidaria y subsidiaria de cuestiones laborales, fiscales, ambientales, cambiarias y regulatorias, el riesgo de jurisdicción - materia tan judicializada en Brasil, principalmente en lo que se refiere al licenciamiento ambiental - no siendo la lista aquí presentada exhaustiva. Las normas de cumplimiento y anticorrupción es otro ejemplo.

Aunque innegable la calidad del material FIDIC, corresponde a los consultores legales y demás asesores colaborar con la adecuación de las reglas contractuales a las normas brasileñas aplicables al negocio que se discute.

No hay una clasificación hermética de la naturaleza jurídica del EPC, entonces hay que aplicar algunas de las disposiciones patrias señaladas arriba, como mero balizador, y para los casos omisos la LEX MERCATORIA - un sistema de origen jurídico-normativo estético, consuetudinario, que consiste en reglas y principios que regulan las relaciones jurídicas privadas comerciales internacionales, teniendo como origen normativa usos y costumbres en la actuación de los propios operadores privados del comercio internacional - con la cobertura del artículo 4 de la Ley de Introducción a las Normas del Derecho Brasileño (analogía, constumbres y principios generales de Derecho), bien cómo del artículo 113 del Código Civil (buena fe y usos del lugar de su celebración).

 

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