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Por Kleyton Guilherme e Luís Fellipe Borges, TV Integração e ge Triângulo — Patrocínio, MG


Inter de Limeira 3 x 0 Patrocinense: veja os gols

Inter de Limeira 3 x 0 Patrocinense: veja os gols

O presidente do Patrocinense, Roberto Eustáquio Avatar, afirmou à TV Integração que foi "alertado" por pessoas próximas sobre a chance de manipulação do resultado da partida contra a Inter de Limeira antes do jogo.

O duelo motivou a operação "Jogo Limpo" da Polícia Federal, que iniciou uma investigação após um alto volume de apostas feitas sobre o confronto.

A partida em questão foi disputada no dia 1º de junho, no Estádio Major Levy Sobrinho, em Limeira, e terminou com o placar de 3 a 0 para a Inter. Conforme as investigações, uma grande quantidade de apostas para que o Patrocinense sofresse dois ou mais gols no primeiro tempo foi registrada. No jogo, o CAP sofreu três gols na etapa inicial - um deles, contra.

Roberto Avatar, presidente do Patrocinense — Foto: TV Integração/Reprodução

O jogo em Limeira foi o primeiro de Roberto Avatar como presidente do Patrocinense. Ex-vice do clube, ele assumiu a cadeira principal depois que o antigo presidente, Ronaldo Corrêa, renunciou ao cargo no dia 28 de maio, alegando "questões pessoais e políticas".

Em entrevista à TV Integração, Roberto Avatar contou que viajou para Limeira para acompanhar o duelo acompanhado de outros dois diretores do clube. Segundo ele, antes da partida, pessoas próximas já o haviam alertado que o resultado do jogo poderia estar sendo manipulado.

"Já havia pessoas mandando mensagens que era para abrir o olho, que poderia ter algum resultado lá "anormal".

— Quem milita com futebol tem contato com o Brasil inteiro, são várias pessoas que a gente tem contato, e várias dizendo que poderia haver algum fato relevante lá que poderia ser "fora da linha". Mas isso vamos deixar a cargo da Polícia Federal investigar.

Jogo do Patrocinense na Série D é investigado por suspeita de manipulação

Jogo do Patrocinense na Série D é investigado por suspeita de manipulação

Na época, a gestão do futebol do Patrocinense era realizada em parceria com a empresa Air Golden, do empresário Anderson Ibrahim, contratada em abril para montar o time que disputaria a Série D. Ao ge, Ibrahim disse estar com a "consciência tranquila" sobre as investigações e justificou a derrota para a Inter por conta dos desfalques da equipe.

Entre os nomes levados para o clube por Ibrahim, estavam o atacante Thiago Ribeiro, ex-Cruzeiro, e o técnico Estevam Soares, ex-Palmeiras e Botafogo. Soares está entre os investigados da operação e se disse "surpreso" com a ação da PF.

Um dia depois da derrota para a Inter, que manteve o Patrocinense na lanterna do Grupo A7 da Série D, o Patrocinense encerrou a parceria com a Air Golden e disse que Anderson Ibrahin não respondia mais pelo clube. No mesmo dia, Estevam Soares foi demitido, e alguns jogadores foram desligados.

Na época, o clube informou que a decisão foi tomada pelo "mal desempenho da equipe no Campeonato Brasileiro da Série D". O time também tinha problemas com salários atrasados, e alguns jogadores entraram em greve nos dias anteriores à partida.

— A gente foi para Limeira para dar um apoio à equipe, a gente tinha consciência de que poderia conseguir resultado lá, o que infelizmente não aconteceu. Vendo várias coisas extracampo lá, resolvemos no domingo, quando chegamos em Patrocínio, romper o contrato com a empresa — declarou Avatar.

"Todos no meio do futebol sabem quando tem alguma coisa extracampo que influencia dentro das quatro linhas. Isso foi sem saber que viria a ter a investigação. Agora, que sejam comprovados os inocentes e os culpados, e que se tem algum culpado, que seja punido."

— Até então, a gente não podia julgar nem suspeitar de nada, agora a gente tem suspeita, mas não tem provas. A Polícia Federal que vai decidir e investigar esse assunto — completou.

Sede do clube foi alvo de operação

A sede do Patrocinense foi um dos locais de cumprimento dos 11 mandados de busca e apreensão executados pela Polícia Federal nesta quarta-feira, como parte da Operação "Jogo Limpo". Também houve ação da PF em endereços em São Paulo, São José dos Campos-SP, Rio de Janeiro, Tanguá-RJ e Belford Roxo-RJ.

Polícia Federal investiga jogo do Patrocinense por manipulação de resultados — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Em Patrocínio, os policiais apreenderam uma cópia do antigo contrato firmado pelo CAP com a empresa Air Golden e outro documento que notificava a empresa sobre o fim da parceria, enviado um dia após a partida contra a Inter de Limeira.

À TV Integração, o diretor de futebol do Patrocinense, Tiago Luiz Pires, que assumiu o cargo após o término da parceria com a Air Golden, afirmou que o clube colabora com as investigações.

— A gente nunca quer passar por um cenário como esse, que é desagradável, desconfortante. Mas prontamente atendemos a Polícia Federal. Apresentamos os documentos solicitados e fomos ouvidos pelo delegado. Vamos conduzir da melhor forma possível para ajudar com a investigação.

Operação "Jogo Limpo"

Segundo a Polícia Federal, a investigação teve início por meio de ofício da CBF, que encaminhou à PF um relatório da Sportradar, empresa especializada na detecção de fraudes relacionadas a apostas e identificação de manipulação de resultados esportivo.

O documento reportou que os apostadores detinham conhecimento prévio de que determinada equipe viria a perder o primeiro tempo da partida por ao menos dois gols. De acordo com a empresa, 99% da tentativa da rotatividade no mercado de “totais de gols do primeiro tempo” nesta partida foi para tal resultado.

Durante a partida, o Patrocinense sofreu três gols ainda no primeiro tempo, sendo um deles, contra. Lucas Café marcou os dois primeiros para a Inter, e nos acréscimos, Richard Bala mandou contra as próprias redes.

Inter de Limeira 3x0 Patrocinense é investigado por possível manipulação — Foto: TV Integração/Reprodução

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