O início de uma maratona. Foi assim o último fim de semana de Rafael Suzuki, piloto da equipe TMG na Stock Car e atual líder da temporada 2024. No Autódromo Velocitta, ele fez uma jornada dupla pela segunda vez na carreira, dividindo-se entre o TCR South America/TCR Brasil e o Endurance Brasil, que dividiram a pista nos últimos dias. Um grande desafio para o piloto, que teve de alternar entre carros completamente diferentes no mesmo circuito, às vezes com intervalo de poucos minutos entre as sessões.
- A experiência não poderia ter sido melhor. O sábado foi foi o dia mais intenso, porque tinha treino e classificação do TCR, além da corrida do Endurance Brasil, com quatro horas de duração. No domingo, o foco ficou todo no TCR. Foi a primeira vez na minha carreira que fiz duas categorias no mesmo fim de semana. E deu super certo. Sempre digo que piloto tem de ser versátil, então mudar de um carro para o outro foi tranquilo, mas porque já conhecia os dois carros - disse Suzuki ao Voando Baixo.
No Endurance Brasil, o paulista de 36 anos correu ao lado de Xandinho Negrão e Ricardo Baptista no Mercedes AMG GT3 da equipe RC, terminando na segunda posição da prova de quatro horas disputada na tarde de sábado. Já no TCR South America/TCR Brasil, Suzuki usou um Peugeot 308 GTI TCR da equipe PMO Racing. Ele venceu a segunda prova do domingo e chegou em nono na primeira. Apesar das diferenças dos carros, a experiência foi considerada satisfatória pelo piloto.
- O Mercedes do Endurance tem muito mais downforce. É um carro com ABS, controle de tração e, principalmente, tração traseira. Já o TCR é o inverso, com tração dianteira, sem ABS, sem controle de tração e com menos potência. Então, são tocadas diferentes. É mais ou menos como comparar o futebol de campo com o futsal; tênis com o beach tennis. Todos têm suas diferenças, mas consegui me adaptar rápido diante das circunstâncias. O resultado disso é o aprendizado. Independente da fase, nós temos de estar na pista para aprender e sempre evoluir.
Claro que se dividir entre carros tão diferentes pode causar confusão, ainda mais em se tratando de trações traseira e dianteira. Suzuki confessou que precisou pensar mais um pouco no primeiro dia, mas o processo acabou ficando automático no restante do fim de semana.
- A sorte é que estou correndo em carros fechados. Então é só olhar para o interior deles para não esquecer das diferenças. Aconteceu comigo na sexta: saí do shakedown do TCR e fui para a classificação do Endurance. Quando entrei no Mercedes, fiquei pensando e falando comigo mesmo: “esquece que você andou de TCR, esquece”. Confesso que demorei uma voltinha para achar de novo as referências, mas depois foi mais tranquilo. É bem diferente, mas como tenho muita experiência, estar na mesma pista também ajudou. Foi difícil, mas também gratificante.
Por último, Rafael Suzuki comemorou a experiência para chegar ainda mais afiado na etapa do Velocitta da Stock Car, entre os dias 28 e 30 de junho. Ele chega, pela primeira vez desde que entrou na categoria, na liderança do campeonato. A grande quilometragem no Velocitta pode ser uma vantagem para ele para defender a primeira posição.
- A quilometragem desse fim de semana ajuda muito. Quantas voltas devo ter dado com um carro de corrida no Velocitta? E, por mais que a gente já tenha corrido várias vezes aqui, a pista vai mudando. Sempre tem um lugar que muda no espaço de alguns meses. Você fica cada vez mais preciso. Isso sem falar no preparo físico, porque a gente não pode treinar com os carros fora dos fins de semana de corrida. O fato de correr muito é como se estivesse treinando. Foi uma academia de luxo que tive a oportunidade de experimentar nesse fim de semana.
Suzuki agora segue para Portugal para a segunda etapa da maratona do mês de junho. Ao lado de Lucas Salles, ele vai disputar abertura da temporada do Porsche Endurance Challenge no Estoril no dia 22. No fim de semana seguinte, ele voltará ao Velocitta para defender a liderança da Stock Car em uma etapa com três corridas da categoria.
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