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Por Bruno Ravazzolli — Curitiba


O Gre-Nal 442, às 17h30 deste sábado, ocorrerá em Curitiba e será apenas o segundo clássico da história longe do Rio Grande do Sul. O motivo principal tem origem na impossibilidade do Grêmio mandar os seus jogos na Arena, em Porto Alegre. Os bastidores, no entanto, também passam por uma negativa do Inter e por um pedido do elenco ao técnico Renato Portaluppi para jogar no Couto Pereira.

Veja a lista de todos os Gre-Nais disputados fora de Porto Alegre

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Em meio à tragédia climática que castigou o estado, os presidentes Alberto Guerra e Alessandro Barcellos encabeçaram um projeto para arrecadar recursos e estimular doações com intuito de ajudar na reconstrução do RS. Os clubes se uniram pela solidariedade, mas não demorou para voltarem aos lados opostos.

Posteriormente, Grêmio, Inter e Juventude se reuniram com a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e definiram sugestões para o conselho técnico da CBF - entre elas, campo neutro nas partidas do Brasileirão e inversão dos mandos de campo. Guerra foi eleito o porta-voz dos times gaúchos e ficou responsável por manifestar as intenções à CBF e aos demais clubes.

RBS TV transmite o Gre-Nal 442

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Os bastidores apresentaram um rumo diferente do que se imaginava. O Grêmio propôs ao Inter dois Gre-Nais em campo neutro - Maracanã e Mané Garrincha surgiram como opções à época. Barcellos, no entanto, rechaçou a proposta, sob argumento de que já teria o Beira-Rio disponível no returno. Guerra relatou ao ge que ficou decepcionado.

Procurado pela reportagem, o presidente do Inter não quis se manifestar por se tratar, segundo ele, de um "assunto superado".

- Conversei com o presidente do Inter, até para darmos exemplo. Algo acima do futebol. Mas não foi só o Inter que não quis. Outros clubes também não quiseram. É cada um por si na questão desportiva, infelizmente - declarou Guerra à Rádio Gaúcha, em 1º de junho.

Presidente do Inter, Alessandro Barcellos, conversa com presidente do Grêmio, Alberto Guerra — Foto: Bruno Ravazzolli

Esgotada a negociação com o rival, o Grêmio estudou opções e encarou o seguinte dilema: logística vs torcida. Houve debates para que o clássico ocorresse em Fortaleza, onde o Grêmio atuou e perdeu na última quarta-feira, o que, em tese, diminuiria o desgaste. Do outro lado, pesava a boa experiência em Curitiba e o 'fator Olímpico'. O Tricolor bateu recorde de público do Couto no ano em jogo da Libertadores, por exemplo.

Os jogadores foram consultados há cerca de 10 dias e manifestaram ao departamento de futebol o desejo de continuar no Couto Pereira. O ambiente de casa cheia nos confrontos da Libertadores foi extremamente valorizado pelo grupo. Para o clássico deste sábado, a expectativa é de 35 mil pessoas e de nova quebra de recorde de público. Até a noite de sexta, 27 mil ingressos haviam sido vendidos.

- Deram as opções para todos nós. Decidimos ficar aqui no Couto Pereira porque já são três jogos e o nosso torcedor está de parabéns, apoiando do início ao fim - destacou o lateral-esquerdo Reinaldo.

Presidente do Inter Alessandro Barcellos e presidente do Grêmio Alberto Guerra — Foto: Bruno Ravazzolli

Desde a retomada do futebol no fim de maio, o Grêmio mandou três partidas em Curitiba (The Strongest, Estudiantes e Bragantino) e uma no Kleber Andrade, na derrota para o Botafogo. A escolha por Cariacica foi alvo de críticas pelo fato da direção ter priorizado a logística e ter atuado praticamente como visitante no Espírito Santo.

O Grêmio projeta retorno ao Rio Grande do Sul na próxima semana, após duelo em Goiânia com o Atlético-GO, com treinamentos no CT Luiz Carvalho e jogos no Centenário, em Caxias do Sul.

O Inter, por sua vez, já treinou no CT Morada dos Quero-Queros, na região metropolitana de Porto Alegre, utilizado pela base. O duelo com o Juventude, dia 10 de julho, pela terceira fase da Copa do Brasil, está marcado para o Beira-Rio. O jogo do dia 7, com o Vasco, também já pode ocorrer em casa.

O Colorado informou nesta sexta-feira que o plantio da grama de inverno do Beira-Rio está concluído. O clube tenta recuperar o sistema de som do estádio e a estrutura de TI até o fim de junho. Abastecimento de água e luz foi retomado. No CT Parque Gigante, o campo ainda não foi plantado e não há previsão por conta do clima. A previsão de término da reconstrução do prédio é de 60 dias.

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O Tricolor, além das notórias dificuldades em campo com cinco derrotas seguidas no Campeonato Brasileiro, enfrenta um imbróglio com a Arena Porto-Alegrense. A empresa que administra o estádio ainda não forneceu um prazo concreto para o retorno das operações.

Há pessimismo nos bastidores do Grêmio em relação ao duelo com o Fluminense pelas oitavas da Libertadores, em 13 de agosto. O plano B é o Couto Pereira, em Curitiba, local do Gre-Nal deste sábado, 17h30, pela 11ª rodada do Brasileirão. O CT Luiz Carvalho está pronto para ser utilizado.

Couto Pereira, palco do Gre-Nal 442 — Foto: Bruno Ravazzolli/ge

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