Malu Gaspar
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Malu Gaspar

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Por — Brasília

Não foi só o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o porte de maconha para uso pessoal que foi afetado pela realização do XXI Fórum Jurídico de Lisboa, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em conjunto com a FGV e a Universidade de Lisboa.

O próprio encerramento das atividades do Supremo foi antecipado do início de julho para a quarta-feira (26) por causa do evento, conhecido em Brasilia como Gilmarpalooza, onde são esperados seis ministros do STF. Entre eles estarão o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e o decano Gilmar Mendes, organizador do fórum e relator do caso que levou à fixação de critérios para diferenciar o usuário do traficante de maconha.

O Supremo tradicionalmente reserva uma sessão no começo de julho para fazer um balanço do primeiro semestre e marcar o início do recesso. É o que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vão fazer regularmente na próxima segunda-feira (1º), quando as duas Cortes se reunirão pela manhã para sessões de fim de semestre.

No caso do Supremo, o tribunal não apenas antecipou a sessão que seria nesta quinta-feira (27) para a terça-feira (25), como nem vai se reunir presencialmente na próxima semana. Na prática, os ministros que irão para o fórum de Lisboa poderão emendar a agenda com o recesso e prolongar a temporada na Europa por mais tempo, se quiserem.

De acordo com relatos obtidos pela equipe da coluna, essa antecipação do fim do semestre incomodou uma ala do STF.

Na sessão desta quarta-feira, o Supremo estabeleceu critérios para diferenciar o usuário do traficante de maconha, fixando o parâmetro de 40g ou seis plantas fêmeas para enquadrar o uso pessoal.

Gilmar e o ministro Flávio Dino, também convidado do fórum jurídico de Lisboa, participaram da conclusão do julgamento por videoconferência – a conexão de Gilmar, aliás, falhou no início da sessão, o que impediu a sua participação ativa nos debates por cerca de 10 minutos.

Ao fim da sessão, após definir o entendimento do Supremo sobre o julgamento da maconha, Barroso já fez um “breve balanço do encerramento do semestre”, dizendo que houve redução no acervo de processos da Corte para o menor número dos últimos 30 anos, com 21.814 processos em andamento no tribunal. A queda em relação a 2023 foi de 10%.

Procurado pelo blog, o STF informou que Barroso “antecipou a sessão de quinta para terça, a fim de não ter prejuízos nos trabalhos do colegiado” e “que os trabalhos do semestre foram encerrados com o tradicional balanço feito pelo presidente nesta quarta”.

Atualização às 20h02. Após a publicação desta reportagem, Barroso divulgou a nota abaixo:

O Supremo Tribunal Federal terá sessão de encerramento do semestre no dia 1o. de julho. Foi convocada sessão administrativa virtual para publicação do balanço das atividades do semestre. A sessão não será presencial porque o presidente terá agenda oficial na Suprema Corte da República Popular da China, onde conhecerá novas tecnologias adotadas naquele Tribunal, e no Congresso Nacional Popular, além de participar de conferência para troca de experiências com magistrados chineses e de congresso sobre inteligência artificial.

Capa do audio - Malu Gaspar - Conversa de Bastidor
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