Malu Gaspar
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Malu Gaspar

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Informações da coluna
Por — Brasília

O encontro do presidente argentino Javier Milei com Jair Bolsonaro, previsto para este sábado (6) durante a Conferência Política de Ação Conservadora (Cpac), em Balneário Camboriú (SC), vai ter como principais pautas o avanço da direita globalmente, com destaque para as eleições no Parlamento Europeu, na França e a expectativa com a corrida pela Casa Branca.

Assessores de Bolsonaro que estão organizando o encontro dizem que o brasileiro também quer falar da “falta de liberdade de expressão no Brasil” – que é como os bolsonaristas chamam as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que mandaram prender aliados do ex-presidente, como o ex-assessor especial para assuntos internacionais Filipe Martins.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho “zero três” do ex-presidente, também deve participar da reunião.

Milei decidiu não comparecer à próxima Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no dia 8 de julho, no Paraguai, para ir ao evento conservador, que ocorre neste sábado e domingo (6 e 7 de julho) em Santa Catarina.

A Cpac se define como o “maior e mais influente encontro de conservadores do mundo” – esta será a quinta vez que o evento, lançado em 1973 nos Estados Unidos, também ocorre no Brasil.

Entre os palestrantes do evento estão Milei, Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL-SC), o senador Magno Malta (PL-ES) e o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP).

Segundo a equipe da coluna apurou, Bolsonaro também quer discutir com Milei formas de aproveitar, na América Latina, o favoritismo de Donald Trump na corrida pela Casa Branca contra Joe Biden. O presidente dos EUA tem sido alvo de pressão de setores da sociedade americana para desistir da candidatura após o desastroso desempenho no primeiro debate contra Trump na semana passada.

Nesta segunda-feira, Lula declarou que está torcendo pela reeleição do democrata. Uma pesquisa realizada pela emissora americana CBS News com a empresa de pesquisa YouGov mostrou que para 72% dos eleitores americanos Biden não tem “saúde mental e cognitiva” para exercer a função de presidente.

Outra eleição que Milei e Bolsonaro devem discutir é a da França, após o Reagrupamento Nacional (RN), partido de extrema direita dirigido por Marine Le Pen, ter sido o mais votado no primeiro turno das eleições legislativas antecipadas.

Em um duro golpe para o presidente francês, Emmanuel Macron – que é aliado de Lula – o RN e seus aliados tiveram cerca de 33% dos votos. O segundo turno vai ocorrer neste domingo (7).

Este vai ser o primeiro encontro de Milei com Bolsonaro desde a posse do argentino, em dezembro do ano passado – agenda, aliás, que provocou grande desconforto entre integrantes do governo brasileiro.

Na ocasião, o encontro de Bolsonaro e Milei foi interpretado pela chancelaria brasileira e por membros do primeiro escalão da administração lulista como mais um sinal “negativo” do ultradireitista, ou seja, um indicativo de que Milei não está interessado em construir uma relação de parceria com o atual governo.

O novo encontro de Bolsonaro com Milei deve aprofundar essas impressões.

Capa do audio - Malu Gaspar - Conversa de Bastidor
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