Capital do turismo: São Paulo se consolida como destino de viagens mais vendido do país

É a primeira vez que um destino turístico fora do Nordeste lidera o ranking. Maceió e Porto Seguro ficaram em segundo lugar, enquanto Porto de Galinhas e Recife ocuparam a terceira posição.

Entre os principais motivadores das viagens para São Paulo estão os grandes eventos, evidenciando a capacidade que a cidade possui para atrair esse tipo de agenda. Foram 1.286 apenas em 2023, entre feiras, congressos e convenções, com 6,3 milhões de participantes. O impacto econômico, segundo a União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios (Ubrafe), foi de R$ 9,3 bilhões.

As grandes montagens de entretenimento contribuíram para a atração de pessoas vindas de outros lugares, destaca Rodolfo Marinho, secretário municipal de Turismo.

– Os eventos são grandes atrativos para esse número de turistas ter aumentado, mas também começamos a ter um desenho diferenciado da exposição da cidade nos ativos como os parques, peças de teatros, eventos que são muito importantes – explica.

Palco de grandes eventos do mundo da música, como o Lollapalooza, The Town – que atraiu 500 mil pessoas e movimentou cerca de R$ 1,7 bilhão nos cinco dias de festival – e inúmeros shows que contemplam todos os estilos, a capital foi eleita no ano passado a “Melhor Cidade Global da Música” pela Music Cities Events, entidade parceira da ONU que reconhece as ações mais notáveis da música para o desenvolvimento econômico, social, ambiental e cultural.

Entre os shows individuais no ano passado, os destaques foram a banda inglesa Coldplay e a americana Taylor Swift: do público presente nos estádios do Morumbis e no Allianz Parque, respectivamente, 20% eram moradores de outras cidades e estados.

Para 2024, a expectativa é de que a cidade tenha um desempenho superior na atração de turistas. Novamente os grandes eventos serão destaque, como os shows dos cantores americanos Mariah Carey, em setembro, e Bruno Mars, em outubro.

Pela primeira vez na história a cidade recebe as três maiores categorias do automobilismo mundial: Fórmula E, de carros elétricos, que aconteceu em março, WEC Le Mans, agendada para 14 de julho, depois de dez anos fora do Brasil, e a tradicional Fórmula 1, em novembro.

O evento mais esperado, contudo, será a primeira partida de futebol americano realizada no Hemisfério Sul. Organizado pela National Football League (NFL), o jogo acontecerá em 6 de setembro, na Neo Química Arena, entre o Philadelphia Eagles e Green Bay Packers. O impacto econômico projetado para o evento é de R$ 300 milhões, segundo o secretário.

– A cidade está fazendo todos os esforços possíveis para que a gente tenha os eventos e retenha, que eles não aconteçam uma vez só. Quem traz o evento para São Paulo sabe que trabalhamos em parceria para ajudar e fazer com que ele aconteça sem problemas. Isso é um diferencial – afirma Marinho.

Os eventos também são responsáveis pela promoção de emprego e renda. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cerca de 390 mil pessoas trabalham nos setores de turismo e eventos — e atividades impactadas como alimentação fora do lar — na cidade de São Paulo.

Para além dos eventos, a gastronomia é um ativo que reforça a vocação de São Paulo como destino turístico mundial. Atualmente, a cidade possui cerca de 30 mil restaurantes, que representam uma variedade de 81 tipos de culinária, sendo 16 de estados e 65 de países diferentes.

A capital conta com 15 restaurantes com estrelas Michelin, um dos guias gastronômicos mais famosos do mundo. São três estabelecimentos com duas estrelas, que apontam uma cozinha excelente, com pratos surpreendentes e originais, e doze com uma estrela, destinada a uma cozinha de grande nível.