A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que a Prevent Senior terá de manter a venda de planos de saúde até o dia 31 de maio.
A operadora havia anunciado, na último sexta-feira, que iria suspender temporariamente a comercialização de novos planos no Rio de Janeiro e em São Paulo a partir do dia 10 deste mês.
A Prevent Senior não pode interromper a venda, segundo a agência reguladora, porque fez a solicitação à ANS no dia 30 de abril e há uma normativa que prevê prazo de 30 dias após protocolado o pedido. Portanto, neste caso, a operadora só poderá suspender a venda a partir do dia 31 de maio. O descumprimento da decisão pode resultar em sanções e multa à empresa.
Investigada na pandemia
Com muitos clientes idosos, a operadora já havia suspendido a comercialização dos serviços em novembro de 2021, quando enfrentava acusações na CPI da Covid 19 de ter usado pacientes para testar a eficácia de medicamentos como hidroxicloroquina e azitromicina, mesmo sem evidências científicas.
A investigação teve início depois de uma série de denúncias registradas por médicos e ex-médicos da companhia.
Em fevereiro, o Ministério Público ajuizou uma nova ação civil pública por dano moral e dano social coletivo praticados pela operadora de planos de saúde durante a pandemia da Covid-19, entre 2020 e outubro de 2021, no valor de R$ 940 milhões.
Nova crise
A nova crise começou na semana passada, quando a operadora de planos de saúde alegou que precisava suspender temporariamente a comercialização dos planos de saúde para manter a qualidade dos atendimentos em um momento de alta demanda diante do surto de várias doenças.
"Tendo em vista os surtos de várias doenças e o aumento da demanda de atendimentos acima do normal, a medida se faz necessária para preservar a qualidade dos serviços prestados aos 580 mil beneficiários que confiam sua saúde à Prevent Senior", comunicou a empresa em nota no dia 3 de maio.
Operadora tem 580 mil beneficiários
Procurada pelo GLOBO, a Prevent Senior informou que o sistema de saúde “como amplamente noticiado, vem enfrentando sobrecarga na demanda por atendimento ocasionado pelos surtos de dengue e doenças sazonais, que lotam hospitais, prontos socorros e afetam todo sistema”.
A operadora disse ainda que tem em sua carteira mais de 580 mil beneficiários, 87% com mais de 50 anos, e que “o ingresso de novos beneficiários nesse cenário de alta demanda prejudica a qualidade do atendimento dos que já integram a carteira porque aumentará a procura pelos serviços”.
“A operadora, que sempre cumpriu as normas da ANS, seguirá comercializando seus produtos até o dia 30 de maio de 2024 e continuará enviando seus melhores esforços para proporcionar atenção adequada e eficiente aos beneficiários”, completou a companhia, na mesma nota.