O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, cobrou que o governo crie uma força-tarefa capaz de regularizar os 350 mil processos pendentes na imigração, sendo a maioria de brasileiros.
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Sousa recebeu os correspondentes internacionais da Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) em um jantar em Lisboa na noite de ontem.
Em clima de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, celebrados amanhã, o presidente disse que era preciso reunir mais igualdade.
E o Portugal Giro perguntou o que ele diria aos imigrantes que sofrem à espera de atendimento e tratamento digno na Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA).
— Eu acho uma coisa de outro mundo. Foi um dos aspectos negativos do governo anterior. Foi, de alguma forma, discriminação negativa, causada por inépcia política. Não se pensou na consequência que isso poderia ter. E que teve — disse Sousa.
O presidente comentou que anda pelas ruas de Lisboa todos os dias e encontra, segundo ele, em maioria, imigrantes brasileiros.
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A comunidade brasileira contribuiu para dois recordes sucessivos de arrecadação da Segurança Social, mas tem seus direitos limitados.
— O grande problema é este, a regularização. Deveria ter uma força-tarefa, que (resolva), em tempo recorde, e contrate quem seja necessário. E no caso dos brasileiros é mais fácil, porque os países têm acordo. Não venham me dizer isso, que me faz confusão (me perturba) — cobrou Sousa.
Como o Portugal Giro vem publicando, milhares de brasileiros sofrem há anos na imigração de Portugal. Seja com o extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ou com a AIMA, a burocracia, a lentidão e o descaso no atendimento têm sido problemas cotidianos.